Em um ano conturbado para a Meta (que inclusive mudou de nome, como você bem deve lembrar), uma boa notícia: em seis meses de existência, a plataforma de newsletter chamada Bulletin, dedicada a fomentar o bom conteúdo online e especializado, já soma 115 editores participantes.

“Este é o início do nosso esforço global para conectar pessoas de uma maneira mais significativa ao conteúdo de um conjunto mais amplo de fontes e especialistas”, sintetizaram Campbell Brown, vice-presidente de parcerias para notícias globais e Ben Peskoe, gerente de produto – Bulletin, em um post no blog da empresa, comemorando o marco.

Mas “apenas” 100 pessoas?

Sim, apenas isso. E você deve estar pensando o porquê da comemoração, não é mesmo? Ao contrário do que se pode imaginar, 115 pessoas é um número razoável se considerado que estamos falando de um projeto que ainda está em uma “fase teste” e que não é aberto a todo e qualquer criador de conteúdo que queira participar.

A Bulletin, apesar de ter um funcionamento similar à Substack — ou seja, também serve como um serviço de newsletter onde escritores podem cobrar de seus assinantes uma mensalidade pelo conteúdo recebido na caixa de e-mail —, ele possui uma diferença importante: todos os conteudistas da Bulletin são jornalistas ou escritores especializados, selecionados a dedo pela Meta em uma parceria com o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e com a Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos (NAHJ).

Quando foi anunciada em junho, a Bulletin já trazia como principal diferencial um esforço em servir como um serviço para jornalistas e escritores independentes, especialistas que atuam da mesma forma que creators que hoje preenchem as lacunas da Internet das mais variadas maneiras e criam conexões diretamente com o público.

Claro que sempre há uma possibilidade de não ser do interesse dos próprios criadores de conteúdo participarem da plataforma e, portanto, não aceitarem o convite.

Se a questão fosse somente engordar a base de usuários, a empresa de Zuckerberg poderia simplesmente abrir a plataforma para inscrições, como fez com o Facebook um tempo atrás. (Para quem pegou o Facebook na fase em que bastava fazer um cadastro para ter acesso à rede social, saiba que, nos primórdios, era necessário receber um convite de alguém que já era usuário para poder se conectar, no melhor estilo Clubhouse.)

Mas esse não parece ser o caso.

A Meta deixa claro no FAQ da plataforma que eles tiveram o cuidado de selecionar para o piloto “criadores de uma ampla gama de tópicos, perspectivas e disciplinas como parte de um projeto beta fechado”.

Ela também afirma que “no momento, não estamos aceitando novos criadores para a Bulletin”.

Tela de smartphones mostra conteúdo da plataforma de newsletter da Meta, a Bulletin

Exemplo de como a plataforma funciona para a assinatura de newsletter – Imagem: divulgação/Meta

Vale ressaltar que, até o momento, apenas dois dos especialistas selecionados são de fora dos Estados Unidos. Assim, o projeto piloto ainda está mais “local”.

O que vem depois para a Bulletin?

Ainda não está claro como a Meta irá seguir para tornar esse um negócio rentável. Apesar de ter convidado os escritores, até o momento a empresa divulgou apenas uma ideia sobre número de assinantes dos creators — e falou somente sobre os assinantes gratuitos:

“Mais da metade dos criadores da Bulletin tem mais de 1.000 assinantes gratuitos, e muitos deles estão com mais de 5.000 ou 10.000 [assinantes gratuitos]”, disseram Campbell e Peskoe, no blog.

Para o próximo ano, ainda de acordo os executivos, a expectativa é aumentar o número de criadores de conteúdo dentro da Bulletin e “melhorar a experiência antes de futuras expansões”.

Nesse sentido, os planos englobam incluir não apenas novos escritores, mas também criadores especializados em diferentes mídias, como vídeo e áudio.

Também é possível que, no futuro, ocorra a implementação de novas ferramentas para que criadores possam monetizar seus conteúdos.

Mas, como Campbell e Peskoe disseram no post do blog: “Estamos ansiosos para saber o que os próximos seis meses trarão”. A nós também resta aguardar.

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