A segunda-feira (4) começou agitada para o mundo das redes sociais (e na bolsa de valores também, diga-se de passagem). Isso porque hoje, Elon Musk se tornou principal acionista do Twitter, após realizar a compra de pouco mais de 73,4 mil ações da empresa, o equivalente a 9,2% de participação — ou, ainda, o equivalente a um investimento de US$ 2,89 bilhões, considerando o valor de fechamento das ações no último balanço, finalizado na sexta-feira (1).

Segundo dados da Refinitiv, o segundo maior acionista do Twitter é a Vanguard Group, com uma participação de 8,79%.

Com a movimentação, oficializada a partir de uma documentação emitida pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) divulgada nesta segunda-feira, o valor das ações do Twitter alavancou mais de 25%.

Twitter Logo

Imagem: Alexander Shatov/Unsplash

Contradição ou oportunidade?

A injeção de valores aconteceu após a especulação sobre se Musk poderia estar pensando em criar uma rede social própria. Na última semana, o empresário levantou uma pauta um tanto polêmica na própria plataforma, questionando via enquete se a plataforma de microblogging seria um local que respeita a liberdade de expressão e a democracia.

“Para uma democracia, liberdade de expressão é essencial, mas você acredita que o Twitter adota esse princípio de forma rigorosa?”, perguntou ele, salientando aos respondentes que “as consequências desta pesquisa serão importantes. Por favor, vote com atenção”.

A grande maioria (70,4%) dos mais de 2 milhões de respondentes votaram em “não”.

Depois disso, ele ainda colocou mais lenha na fogueira, questionando “o que deveria ser feito”, já que a rede social “serve, de fato, como uma praça e que, ao falhar em aderir aos princípios da liberdade de expressão, prejudica fundamentalmente a democracia”.

Ao passo que questiona de um lado, ele mesmo propôs de outro: “Seria necessária uma nova plataforma?”

 

Twitter e Elon Musk, uma paixão antiga

A história do Twitter e de Musk não é nova. O executivo é bastante ativo na rede social, contabilizando 80 milhões de seguidores desde que ingressou na plataforma, em 2009. Ele utiliza a rede tanto para fazer anúncios importantes — como quando passou a aceitar bitcoins como pagamento na Tesla —, ou mesmo para “tirar onda” (a dogecoin ficou conhecida, aliás, por conta de uma brincadeira iniciada pelo executivo).

Então, pode-se dizer que o investimento, apesar de deixar muitas pessoas chocadas, não é exatamente algo fora da curva — especialmente porque Musk é também conhecido por ter investimentos variados, seja investindo em tecnologias futuristas em seus carros na Tesla, seja no desenvolvimento de interfaces cérebro-computador com a Neuralink, ou até mesmo em bitcoins (sem mencionar a SpaceX).

Com a compra das ações e os desdobramentos que dela derivaram, não apenas a ideia de que Musk poderia desenvolver uma nova plataforma foi descartada — ao menos por enquanto —, mas o investimento pode aumentar especulações sobre uma possível futura compra.

“Isso envia uma mensagem ao Twitter… ter uma participação significativa na empresa os manterá atentos, porque essa participação passiva [de Musk] pode rapidamente se tornar uma participação ativa”, afirmou Thomas Hayes, membro administrativo da empresa de investimentos privados Great Hill Capital LLC, à Reuters.

Mas se isso de fato irá ocorrer, só o tempo irá dizer.

Via: CBNC e Reuters.

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