Eis que chegou o grande dia e iniciamos a contagem regressiva para a estreia de The Last of Us. Não é um exagero afirmar que a produção, com estreia marcada para este domingo (15) na HBO e HBO Max, é uma das principais séries do ano em termos de expectativa de estreia.

Não apenas porque o orçamento de cerca de US$ 70 milhões investido na adaptação foi uma quantia considerável, tendo igualado ao investido em grandes produções anteriores como Game of Thrones. Mas, em especial, pelo fato de a história ser um dos grandes sucessos dos videogames — com diversos prêmios que o jogo ganhou desde o lançamento, feito originalmente em 2013 para PlayStation 3.

Portanto, o alvoroço em torno da produção foi grande.

Agora, no momento dos finalmentes para encontrar os protagonistas Ellie e Joel em carne e osso, podemos pegar emprestado a fala de Merle Dandridge, que dá vida à Marlene na série, para nos preparar psicologicamente para o que está por vir: 

“Seus corações serão partidos em muitas novas maneiras — isso eu prometo”

A atriz fez a afirmação durante uma coletiva de imprensa realizada no último mês, quando o elenco estava em São Paulo para promover o lançamento da série, e a qual o TecMasters teve a oportunidade de acompanhar.

Veja que horas estreia The Last of Us e outros detalhes da série

Ao lado dela, também estavam os criadores da produção — Neil Druckmann, que também é diretor e roteirista dos jogos da franquia, e Craig Mazin, responsável pela aclamada Chernobyl —, os protagonistas Bella Ramsey e Pedro Pascal, que representam respectivamente Ellie e Joel; além de Gabriel Luna (Tommy).

Desde meados de 2020, quando a HBO deu a largada oficial e divulgou o projeto, Druckmann e Mazin demonstraram o quão grande foi a aposta.

Fãs podem esperar uma adaptação de The Last of Us fiel ao jogo, mas também diferente

Dentre os maiores desafios citados pelos criadores da série para a adaptação foi considerar que muito do videogame “é sobre [ser uma experiência de] imersão, de você dar ao jogador a chance de experimentar. Já com a produção televisiva é diferente, é mais sobre [entregar] uma experiência passiva”, afirmou Druckmann.

Para ele, há partes que conseguiriam ser facilmente transformadas na adaptação dramática, mas há também parcelas da gameplay que poderiam ser dispensadas. A dosagem precisa entre o que escolher foi certamente um trabalho intenso e deve representar justamente o que trará um frescor à produção sem a perda da essência — algo bastante temido pelo público quando se fala de adaptação de jogos para produções do audiovisual, como cinema e televisão.

“Acredito que muitas adaptações do passado tiveram dificuldades justamente porque elas tentaram replicar a gameplay, mas nós fizemos diferente. Não replicamos, mas nos inspiramos na história e nos personagens que criamos. Fomos muito além, criamos mais, mostramos mais e demos às pessoas uma experiência focada no assistir”, afirmou Druckmann.

https://youtu.be/VHNzi1CjDb0

Para o contento dos fãs, a produção no entanto manteve a essência. “Quem são esses personagens, o que é real para os relacionamentos deles e como podemos ir além e adaptarmos essa essência [passando] de uma mídia, que tem suas forças e fraquezas, para outra mídia que também tem suas próprias forças e fraquezas”.

“Algumas vezes seguimos fielmente [a narrativa do jogo], em outras desviamos de maneiras interessantes e fascinantes. Mas conseguimos criar o que, na minha opinião, resultou em um show realmente atraente”, completou Mazin.

Personagens profundas? Temos, sim

O desenvolvimento das personagens, aliás, foi um dos pontos em que a produção da série aplicou um cuidado extra ao desenvolver a adaptação, como bem afirmou Druckmann. Esse detalhe deve trazer novas sensações para os espectadores, tanto quanto trouxe ao elenco.

Merle Dandridge, que também teve a oportunidade de interpretar a líder dos Vaga-Lumes para o videogame (tanto voz quanto captura de movimento), deu a deixa sobre o que esperar entre um contexto e outro: “Foi assustador e foi incrível”, disse, ao comparar um momento e outro em termos de interpretação.

“Eu tive de esquecer uma porção de coisas que sabia sobre Marlene, visto que já faz 10 anos desde o nosso primeiro encontro. Minha experiência [com relação à personagem], a família e o núcleo foram colocados em um contexto diferente”, afirmou a atriz.

Por outro lado, Bella e Pascal sequer chegaram a jogar os games da franquia. Já que a ideia era construir personagens mais profundos, eles certamente não queriam ser influenciados por possíveis limitações que as personagens do jogo poderiam apresentar — e a melhor maneira de não correr o risco de copiar alguma coisa é de fato não jogar.

Bella, aliás, foi encorajada a não jogar. A imersão da construção foi feita de outras maneiras, com a absorção de tudo o que podiam.

Pedro Pascal, durante coletiva de imprensa para divulgação da série The Last of Us

Imagem: reprodução/HBO

O resultado? Pascal foi taxativo: “Acho que foi fascinante para todos nós”, disse ele, na mesma coletiva. E, apesar de não terem chegado a jogar o game propriamente, Bella ressaltou que os atores assistiram a gameplays e isso foi uma parte importante do processo de criação.

“Fiquei muito orgulhosa do que fizemos”, pontuou a atriz.

E sobre a comunidade gamer?

Não é incomum que fãs de determinados games saiam descontentes quando há o anúncio de alguma adaptação do título para a indústria audiovisual. Como disse Druckmann, muitas produções falharam por tentar transformar um jogo em série ou filme exatamente como tudo acontece no jogo.

A percepção dos atores quanto à receptividade da comunidade de The Last of Us, no entanto, foi positiva. “Eu entendo que jogos são uma experiência imersiva. Você passa tanto tempo interagindo com os personagens, na pele deles, entendo o apego que as pessoas têm com eles”, afirmou Bella.

The Last of Us (3)

Imagem: reprodução/HBO Max

“Mas acredito que fizemos um bom trabalho e não estou preocupada. Vai ser divertido e, se as pessoas não gostarem do show, elas não gostaram”, acrescentou, apesar de ter pontuado com segurança que acredita que as pessoas não irão odiar a história.

“Não sei se fomos bem-sucedidos, mas eles com certeza foram”, complementou Pascal, apontando para Druckmann e Mazin.

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