A Amazon da Austrália se recusou a descrever o funcionamento do seu sistema de pesquisa de produtos ao órgão regulador de concorrência australiano, de acordo com um documento publicado nesta quinta-feira (28).

O posicionamento da empresa fundada por Jeff Bezos foi mencionado pela Comissão Australiana de Concorrência e Consumo (ACCC) em um documento, o mesmo que continha a mesma revisão de cinco de anos da regulamentação de grandes companhias de tecnologia envolvendo Facebook e Google.

Amazon se recusa a descrever funcionamento de sistema de pesquisa de produtos a reguladores

Imagem: Lev Radin/Shutterstock

A retenção das informações, agora estabelecida pela Amazon, faz eco a decisões tomadas pelo Facebook e Google, da Alphabet, que renderam o pagamento de royalties de conteúdo a organizações de mídia por parte dessas empresas em território australiano.

O pedido de esclarecimentos sobre o funcionamento do algoritmos da Amazon pela ACCC acontece após a Comissão entrevistar 80 comerciantes online e quase metade deles disserem acreditar que as grandes plataformas de mercado distorciam pesquisas e apresentação do site com objetivo de favorecer produtos internos. “Os produtos Amazon estão sempre listados primeiro e depois os produtos em segunda mão estão disponíveis em letras pequenas no final da listagem”, conta um entrevistado anônimo da pesquisa.

A Amazon tinha dito ao regulador que não dava vantagem a seus próprios produtos, mas “a ACCC procurou detalhes sobre as entradas dos algoritmos da Amazon, que não foram fornecidos”, disse o relatório.

‘São aquelas que achamos que os clientes vão preferir’, diz Amazon sobre resultado de pesquisa

Após negar informações de como os algoritmos da Amazon produzem resultados de pesquisa, o diretor de políticas públicas da companhia no país, Michael Cooley, disse em uma declaração que as ofertas da empresa eram “aquelas que achamos que os clientes vão preferir, independentemente de ser da Amazon ou de um de nossos parceiros vendedores”.

Cooley adicionou que os vendedores parceiros recebem dados diretos sobre os seus respectivos negócios. Esses dados incluíram “ferramentas online que fornecem análise de dados sobre suas próprias vendas, o número de clientes que visualizam os produtos que vendem e suas taxas de conversão”, afirmou o executivo.

Amazon se recusa a descrever funcionamento de sistema de pesquisa de produtos a reguladores

Imagem: Marques Thomas Querysprout/Unsplash

Apesar das vendas da Amazon representarem um quarto dos A$ 5,3 bilhões (US$ 3,8 bilhões) gerados pela eBay, a ACCC vê preocupações em relação ao possível tratamento preferencial nas vendas da Amazon. “Os mercados híbridos, como outras plataformas digitais verticalmente integradas, enfrentam conflitos de interesse e podem agir de forma a favorecer seus próprios produtos com efeitos potencialmente adversos”, disse a presidente da ACCC, Gina Cass-Gottlieb, em uma declaração que acompanha o relatório.

Segundo o regulador, permitir que grandes plataformas deem tratamento preferencial a seus próprios produtos pode influenciar decisões de compra e prejudicar a concorrência.

O relatório diz que as plataformas deveriam ser feitas para divulgar quaisquer atividades que favorecessem seus próprios produtos. “Temos preocupações sobre exemplos particulares de autopreferência por mercados híbridos na Austrália, que espelham preocupações similares levantadas por reguladores estrangeiros”, avalia Cass-Gottlieb.

 

Via Reuters

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