O Truth Social, aplicativo do ex-presidente dos EUA Donald Trump, não tem vivenciado boas experiências nos últimos meses. De acordo com a Reuters, Josh Adams, diretor de tecnologia, e Billy Boozer, diretor de produtos, renunciaram a seus cargos recentemente após o lançamento da rede social em 21 de fevereiro.

Os dois se juntaram ao empreendimento no ano passado, e menos de um ano depois se demitiram dos cargos seniores em um momento crítico para o planos de lançamento do aplicativo que visava concorrer com gigantes do Vale do Silício, de acordo com duas fontes familiarizadas com o empreendimento ouvidos pela Reuters.

Desde quando ficou disponível na App Store, a plataforma tem aparentemente lutado com falhas técnicas, incluindo uma longa fila de quase 1,5 milhões de pessoas que não consegue usar o app. “Ninguém parece saber o que está acontecendo”, disse à BBC um aliado republicano de Trump, que não quis se identificar.

No Dia do Presidente, quando o Truth Social foi lançado, o aplicativo conquistou o topo da App Store entre os mais baixados da loja, entretanto, logo depois viu os números caírem precipitadamente — 95%, segundo um estudo divulgado pela BBC.

De acordo com a empresa de análise móvel de dados Sensor Tower, o Truth Social conseguiu aproximadamente 1,2 milhões de downloads desde o lançamento, colocando-o muito atrás de plataformas convencionais como Facebook e Twitter, e também de alternativas como o Parler.

Truth Social: lançamento problemático e demissões de executivos-chave põem em xeque rede social de Trump

Foto: Pixabay

Partidas como a de Boozer e Adams poderiam prejudicar o aplicativo, que tenta competir com redes sociais como Facebook e Twitter, segundo fontes próximas. “Se Josh partiu… todas as apostas estão canceladas”, disse uma pessoa sobre as demissões.

As informações sobre as recentes atividades do Truth Social se baseiam em oito entrevistas da Reuters, que falaram sob condição de anonimato. Entretanto, a própria agência de notícias observou que não pôde determinar as circunstâncias específicas por trás das demissões dos executivos, ou se eles foram substituídos ou se suas funções foram reatribuídas, ou mesmo se trabalham no empreendimento em uma capacidade diferente após deixarem os cargos executivos.

Ao contatá-los, Boozer se recusou a comentar e Adams não respondeu ao pedido. Representantes da TMTG — Trump Media & Technology Group, e Trump também não responderam a pedidos de comentários. 

Truth Social: promessas e um Trump furioso

Expulso do Twitter, Facebook e YouTube após uma multidão de apoiadores do ex-presidente invadirem o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, o Truth Social, parte de um setor crescente de empresas de tecnologia que atendem aos conservadores, prometeu dar a Trump uma comunicação sem restrições com o público norte-americano.

Truth Social: lançamento problemático e demissões de executivos-chave põem em xeque rede social de Trump

Imagem: Tecmasters

Com interface muito parecida à plataforma que o baniu definitivamente por fazer falsas alegações sobre a última eleição presidencial e incitado à violência, o aplicativo está disponível apenas para dispositivos iOS. Proprietários de telefones Android, que compreendem mais de 40% do mercado dos EUA; navegadores web e, aparentemente, o público fora dos EUA não podem acessar a plataforma.

Embora hajam promessas como do chefe executivo da TMTG, Devin Nunes, um ex-congressista republicano, em tornar o aplicativo totalmente operacional dentro do território dos Estados Unidos até o fim de março, e da procura por um engenheiro para construir um app para os usuários Android interessados em usar a rede social, a página do Truth Social parece não ter passado por atualizações nas últimas semanas.

Truth Social: lançamento problemático e demissões de executivos-chave põem em xeque rede social de Trump

Imagem: Tecmasters

Donald Trump, que anda furioso perguntando por que mais pessoas não estão usando o Truth Social, postou uma única vez na plataforma. “Prepare-se! Seu Presidente favorito o verá em breve”, diz o post datado de 14 de fevereiro.

 

Com informações de Reuters, BBC e Engadget

 

 

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