A Sony está gastando dinheiro – bastante dinheiro. A empresa japonesa conhecida pela fabricação dos consoles PlayStation adotou uma estratégia multiplataforma de investimentos recentemente, segundo disse Hermen Hulst, chefe dos estúdios PlayStation, em entrevista à Reuters.

De acordo com o executivo, a gigante japonesa vem planejando seu crescimento nas ofertas para o mercado mobile e jogos para PC há algum tempo – uma afirmação corroborada pelos recentes lançamentos de God of War e Marvel’s Spider-Man Remastered nos computadores pessoais.

Imagem da série The Last of Us, com produção supervisionada pela Sony e estreia na HBO Max em 2023

Imagem: HBO Max/Reprodução

“Investimentos mais aprofundados em áreas que vão fortalecer a nossa expansão para o PC e o smartphone e até em serviços ao vivo, isso tudo definitivamente é uma possibilidade para nós.”

Um dos pontos levantados pela Reuters toca no investimento que a Sony fez para adquirir parte dos estúdios From Software, uma empresa famosa por jogos como Bloodborne, Dark Souls e, mais recentemente, Elden Ring. Questionado se o candidato a jogo do ano ou qualquer uma das outras propriedades intelectuais poderia virar, digamos, uma série ou um filme, Hulst foi enfático:

“[Com esse tipo de investimento] Você deve pensar nas colaborações com desenvolvimentos de jogos antes de qualquer outra coisa, mas não é impensável que nossos esforços com as produções PlayStation explorem outras oportunidades.”

Vale lembrar que a Sony viu duas de suas franquias aparecem em meios “não gamer” recentemente: o filme Uncharted – Fora do Mapa, estrelado por Tom Holland, amealhou US$ 401,7 milhões (R$ 2,07 bilhões) na bilheteria global, tornando-se a quinta mais bem sucedida adaptação dos games para os cinemas da história.

A plataforma de streaming HBO Max também vai veicular uma série baseada na franquia The Last of Us, estrelada pelo “mandaloriano” Pedro Pascal. A série tem alta expectativa para a sua estreia em 2023, já que seus 10 episódios contam com supervisão da própria Sony e devem ser bem próximos aos eventos do jogo – ambientado em um futuro onde a raça humana foi dizimada por um vírus e os sobreviventes devem lutar com os infectados e entre si para sobreviver sem as conveniências da sociedade moderna.

A expansão da Sony para outras mídias é um processo que deve ser continuado a longo prazo, de acordo com analistas que a Reuters ouviu para a mesma entrevista: o fundador da Kantan Games Consultancy, Serkan Toto, afirma que a gigante japonesa deve continuar investindo na aquisição de novos estúdios – a exemplo do que ela fez em julho deste ano, quando adquiriu a Bungie (de Destiny) por US$ 3,6 bilhões (R$ 18,53 bilhões).

O analista também ressaltou a recente – e ainda existente – briga da Sony com a Microsoft, já que a segunda despendeu quase US$ 80 bilhões (R$ 411,73 bilhões) para promover a aquisição da Activision Blizzard. A Sony vem disputando a aquisição judicialmente, junto a reguladores econômicos em vários países, mas na visão de Toto, a própria japonesa pode acabar fazendo o mesmo.

“Se a Sony puder fazer o que vem fazendo com experiências single player, mas para o mercado multijogador aberto em todas as plataformas – PC, consoles e talvez até smartphones – então todas as apostas serão válidas.”

De acordo com a Reuters, os recentes esforços em operações transmídia da Sony se dão pelo fato da pandemia ter reduzido amplamente a capacidade da empresa de produzir novas unidades do PlayStation 5: o atual console da japonesa saiu em outubro de 2020, quando o mundo começava a flexibilizar restrições impostas pelo avanço da COVID-19.

No entanto, o lado econômico não acompanhou isso, e fabricantes de componentes essenciais, como processadores e placas, estão até hoje tentando contornar a falta de estoque para a produção desses materiais. Ou seja, sem PlayStation 5, sem jogos, sem investimentos.

A matéria também menciona os esforços da Sony no metaverso: não, a japonesa não quer um universo próprio, mas pretende que seus produtos sejam a ferramenta de escolha para empresas que desejam isso – não por menos, a Sony tem investimento da Meta (dona do Facebook e Instagram) para o lançamento do headset PSVR2, previsto para o ano que vem.

via Reuters

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