A Microsoft abriu uma nova página em sua estrutura web interna para explicar os benefícios de sua aquisição da Activision Blizzard. O anúncio, originalmente feito em janeiro de 2022, vem sendo alvo de diversas ações judiciais e a aquisição ainda está pendente de aprovação em vários órgãos de regulamentação econômica – incluindo o CADE, no Brasil.

A nova página é bem direta, listando artigos de notícias e análises favoráveis à aquisição, além de contar com links de redirecionamento para as atualizações mais recentes do processo. Mas o mais evidente é a lista de benefícios que a Microsoft lista para criadores de conteúdo, jogadores e a indústria de jogos em geral.

Banner mostra tabela com benefícios da compra da Activision pela Microsoft

Imagem: Microsoft/Reprodução

“Os jogadores e desenvolvedores estão no centro do que é a marca Xbox”, diz trecho da página. “Nós queremos permitir às pessoas que joguem seus videogames em qualquer lugar, a qualquer hora, por meio de qualquer dispositivo. E os desenvolvedores merecem mais opções para criar e monetizar seus jogos inovadores. Quando fazemos isso, todos nós ganhamos. É por isso que estamos compartilhando mais sobre a indústria e sobre como a nossa aquisição da Activision Blizzard se encaixa em nossa visão estratégica para os videogames.”

É válido ressaltar que a página detalha, antes de muitos outros fatores, que os jogos que a Microsoft passará a ser dona ainda continuarão saindo no concorrente, o PlayStation da Sony. Sem entrar em detalhes, isso pode ser uma referência à franquia Call of Duty, possivelmente a maior do mercado no gênero de jogos de tiro em primeira pessoa (FPS). A Activision é dona da propriedade intelectual da marca e ela vem sendo objeto contencioso – até mesmo judicialmente – em tentativas da Sony de barrar a aquisição (mais sobre isso abaixo).

Além disso, o foco em “todos os dispositivos” também remete à Xbox Cloud, o projeto de cloud gaming que a Microsoft mantém e que permite que você rode jogos do Xbox em smartphones, smart TVs e computadores apenas com um controle, uma assinatura do Game Pass e conexão com a internet, sem se preocupar com configurações de computadores ou adquirir um console Xbox – é tudo feito pela nuvem.

No que tange à indústria, a Microsoft diz que a compra da Activision Blizzard permitirá uma abertura maior do mercado mobile, com mais opções de jogos em uma plataforma onde, segundo ela, “apenas um punhado de empresas domina”. Além disso, a companhia fala sobre aprimoramentos na cultura de trabalho, investimentos na criação de um ecossistema seguro “pelo mundo todo” e maior investimento em concorrência tradicional – mais uma vez citando a Sony e a Nintendo por nome.

Na parte trabalhista, a Activision tem vários processos sobre assédio moral e sexual, má conduta de funcionários e gestores – especialmente em relação ao tratamento às mulheres – e acobertamento de denúncias.

O principal opositor ao avanço do acordo é, talvez obviamente, a Sony: embora a Microsoft assegure que não será este o caso, a empresa que fabrica o PlayStation teme que, uma vez aprovada, a Microsoft usará a aquisição para tornar todas as propriedades intelectuais da Activision Blizzard uma exclusividade dos consoles da marca Xbox. Além do já citado Call of Duty, a Activision também é dona de Spyro The Dragon, Diablo, Overwatch e World of Warcraft, para citar alguns nomes.

A Microsoft se defende disso, primeiro assegurando que qualquer acordo que a Activision tivesse antes da aquisição seria prontamente respeitado e, em alguns casos, estendido. Ao mesmo tempo, a empresa também disse que nenhuma das franquias da Activision produz jogos essenciais e que, para cada um deles, existe um concorrente: Call of Duty tem confronto com Battlefield (da EA e multiplataforma), por exemplo.

A Microsoft investiu quase US$ 80 bilhões (R$ 412,18 bilhões) para ver esse acordo de aquisição da Activision Blizzard seguir em frente e, de acordo com recentes entrevistas do CEO Satya Nadella, há plena confiança de que ele será aprovado pelos órgãos reguladores.

via Microsoft

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