A Microsoft partiu para o contra-ataque a fim de viabilizar a aprovação da aquisição da Activision Blizzard nos EUA: por meio do processo que sofreu pela Câmara Federal do Comércio (FTC), a fabricante do Xbox intimou a Sony a produzir uma série de documentações legais que, para a japonesa, constituem “uma óbvia tentativa de assédio”.

A própria Sony já entregou moção à FTC para tentar se livrar de apresentar qualquer documento. A natureza do material pedido pela Microsoft ainda é um segredo de justiça, embora já se saiba que parte dele corresponde a perfis e desempenhos de executivos específicos da japonesa. Ao contrário do que se vem noticiando por aí, não tem nada a ver com o calendário de produções para PlayStation em 2023 – isso é outra coisa sem relação com a briga.

Activision + Microsoft

Imagem: Shutterstock

Se você vem acompanhando o começo dessa novela pelo TecMasters, sabe que a Sony é a principal e mais ferrenha opositora à proposta da Microsoft de adquirir a Activision Blizzard – e todos os seus jogos e propriedades intelectuais. A proposta foi feita e acatada em janeiro de 2022 e está avaliada em quase US$ 70 bilhões (R$ 367,46 bilhões), a mais cara da história dos videogames.

O problema: pelo fato da Activision e da Microsoft estarem presentes em vários países, as autoridades econômicas de alguns deles entenderam a manobra como uma tentativa de monopolizar uma parte importante do mercado mundial de jogos. Com isso, quem se opunha à aquisição acionou os mecanismos legais, usando processos relacionados a leis antitruste para barrar a ideia.

Em alguns países, isso não deu certo: o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) brasileiro até questionou, mas no final deu o sinal verde para a aquisição. No Reino Unido e União Europeia, as autoridades foram contrárias à aquisição integral, mas sugeriram meios-termos.

E nos EUA, a FTC abriu processo contra a Microsoft, endossando o discurso da Sony de impedir a aquisição.

Como rebate, a Microsoft usou o mesmo processo para intimar a Sony a exibir documentações relacionadas ao desempenho trabalhista de executivos de liderança dentro da divisão PlayStation da Sony. O motivo é desconhecido, mas ele deve importar pouco: em uma moção de dispensa, a Sony acusou a Microsoft de assédio injustificado, haja vista que o processo relacionado à aquisição da Activision não é uma causa trabalhista, e tal documentação, se produzida, poderia expor pessoas sem relação com o caso.

Segundo o Kotaku, o juiz D. Michael Chappell, que preside o processo, concordou com a japonesa, afirmando que ela mostrou “boa fé” em seu pedido de dispensa. A tendência, então, é a de que a documentação pedida pela Microsoft continue fora da mesa.

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