Desde a década de 90, a franquia Gran Turismo tem encantado os fãs do automobilismo com seus jogos de corrida. Agora, em 2022, o Gran Turismo 7 chega ao PlayStation 4 e 5 com algumas características que fazem o título voltar a suas raízes.

O TecMasters teve a chance de testar o jogo em sua versão para o PlayStation 5 e, após acelerar bastante nas pistas, conta o que achou do Gran Turismo 7 neste review. Confira!

Aceita uma xícara de café?

Desde os trailers que divulgavam algumas das novidades, o modo Café do Gran Turismo 7 já demonstrava que seria uma parte importante do jogo. E, na prática, isso é o que realmente ocorre e esse modo é praticamente obrigatório para o jogador, mas de uma forma positiva.

Logo após iniciar o jogo pela primeira vez, os jogadores respondem a uma série de perguntas para realizar as suas configurações iniciais. Assim, tanto os novatos quanto os veteranos podem deixar os controles e alguns outros itens da forma que desejam.

Já ao acabar esta etapa, logo de cara, os jogadores são apresentados ao Mapa Mundi, que seria o menu principal do Gran Turismo 7, mas que está com a maior parte de suas opções bloqueadas. Entretanto, ao entrar no Café, os jogadores passam a desbloquear tudo, ou quase isso, que o jogo pode oferecer ao completar missões, ou melhor, “cardápios”.

Gran Turismo 7 - Mapa mundi

Imagem: reprodução/TecMasters

Os cardápios, que é nada menos que o nome dado às missões, de forma geral, até trazem objetivos variados. Por exemplo, os jogadores terão que participar de corridas, tunar o seu carro, ou até mesmo tirar uma licença, algo do que falarei com mais detalhes adiante.

Gran Turismo 7 - cardápio do modo Café

Imagem: reprodução/TecMasters

Pessoalmente, achei o modo Café uma ótima adição a série que, agora, orienta o jogador sobre diversos tópicos que antes ficavam meio perdidos. Ao completar as missões, além de liberar outras partes importantes, na maioria das vezes, o jogador também acaba sendo recompensado com novos carros, pistas e copas.

Não somente isso, ao completar um cardápio, uma breve história sobre a origem dos carros ou do evento em questão também acaba sendo contada. A princípio, até achei que esta parte poderia ser desinteressante, entretanto, devido a tudo ser muito curto, o formato adotado acaba sendo agradável.

Gan Turismo 7 - história do cardápio

Imagem: reprodução/TecMasters

Licenças estão de volta do jeito certo

No Gran Turismo Sport muitos jogadores sentiram falta das provas para tirar licenças, que haviam sido substituídas por um tipo de “escola para motoristas”. Já no Gran Turismo 7, o conceito está mais parecido com o que foi visto nos outros títulos da série, ou ao menos até o sexto destes.

De forma geral, o piloto terá diferentes lições para aprender como dirigir um carro em uma pista de corrida. Para isso, pequenos exercícios são dados, como fazer uma curva corretamente, com um tempo menor do que o sugerido, que é dividido entre ouro, prata e bronze.

Gran Turismo 7 - licenças

Imagem: reprodução/TecMasters

Para quem já está acostumado com a série, os objetivos, na maior parte dos casos, são praticamente os mesmos de sempre e, é claro, o nível de dificuldade acaba sendo gradual. Algo positivo, e que ajuda bastante os mais novatos, é que todas as licenças possuem vídeos de demonstração, que ajudam a identificar como o exercício deve ser realizado.

Além da “Central de licenças”, os jogadores também possuem um modo de “Missões”, que acaba sendo bem similar, mas é um pouco mais diversificado.

Gran Turismo 7 - missões

Imagem: reprodução/TecMasters

Gran Turismo 7 tem conteúdo offline de sobra

O modo Café, como mencionado anteriormente, é um dos principais trunfos do Gran Turismo 7, mas o jogador ainda pode fazer muitos outros conteúdos sem ter que entrar no modo online.

Assim como nos antecessores, o Gran Turismo 7 é praticamente separado por pistas e copas. Entretanto, ao entrar nas pistas, os jogadores encontram alguns outros modos que ficam um pouco mais escondidos.

Gran Turismo 7 - outros modos das pistas e torneios

Imagem: reprodução/TecMasters

Por exemplo, o circuito de Tsukuba esconde opções como prova de tempo e prova de drift. Não apenas isso, é possível conferir variações da pista, disputar um modo arcade e criar até mesmo uma corrida com parâmetros personalizáveis.

Já no modo Scapes os jogadores podem tirar fotos de seus carros em diversos locais famosos do mundo. O que impressiona por aqui é a vasta opção de personalização que os jogadores têm, que vão desde mudar as configurações da lente da câmera até a posição do carro no cenário.

Gran Turismo 7 - modo Scapes (fotografia)

Imagem: reprodução/TecMasters

Carros e a arte de cuidá-los

O Gran Turismo 7 foi lançado com 424 carros, um número que não chega a ser o maior da franquia, mas que também se mostra o suficiente para entreter os jogadores. Algo divertido a ser notado no título fica pelas diferentes formas de obtê-los.

Assim como em alguns jogos anteriores, os jogadores têm o acesso a uma parte chamada “Carros usados”. Como o nome praticamente já explica, ali, é possível comprar carros usados, que é claro, serão mais baratos que os novos.

Gran Turismo 7 - loja de carros usados

Imagem: reprodução/TecMasters

Por sua vez, uma grande sacada neste modo é que, como mostra a imagem acima, alguns modelos têm o seu estoque limitado. Não somente isso, a seleção de carros disponíveis é rotativa, então, caso tenha visto algo bom, compre antes que seja tarde demais. Pessoalmente, gostei bastante dessa abordagem, já que assim me senti motivado a voltar à loja mais vezes.

Já na “Brand Central”, os jogadores encontrarão carros novos separados por marcas, que possuem vídeos para mostrar quais os seus principais destaques e curiosidades. Aqui, a seleção é menos rotativa, mas às vezes o jogador ganha convites para encontrar carros que nem sempre estão disponíveis para serem comprados.

Gran Turismo 7 - concessionário de carros novos

Imagem: reprodução/TecMasters

Ainda no formato de loja existe uma seção chamada “Carros lendários”, que conta com uma seleção rotativa de carros que fizeram história. Aqui, na grande maioria das vezes, o jogador terá que gastar bastante dinheiro para adquirir o que quer.

Gran Turismo 7 - carros lendários

Imagem: reprodução/TecMasters

Ao completar missões do modo Café e algumas corridas, o jogador também pode ganhar carros a partir de sorteios, que também concedem dinheiro e peças.

Gran Turismo 7 - sorteio

Imagem: reprodução/TecMasters

Além de apenas comprar os carros, assim como na vida real, os mesmos requerem alguns cuidados. Ao entrar na “Garagem”, por exemplo, é possível ver como está o estado do carro atual.

Gran Turismo 7 - carro na garagem

Imagem: reprodução/TecMasters

Não apenas isso, na garagem, é claro, o jogador também poderá acompanhar de forma bem prática quais foram os carros já adquiridos. Além disso, ao selecionar um deles, é possível conferir uma história sobre o modelo e outros detalhes.

Outro ponto interessante, que pode ser notado tanto na garagem quanto até mesmo nas pistas são os detalhes dos cockpits dos carros. Aqui, é possível notar que o trabalho foi bem maior que nas gerações anteriores e poder olhar cada detalhe é realmente um privilégio.

Gran Turismo 7 - vista do cockpit na garagem

Imagem: reprodução/TecMasters

Já ao identificar a necessidade de algum reparo, o jogador pode levá-lo ao GT Auto para fazer a sua manutenção, o que inclui até mesmo a possibilidade de lavá-lo. Também no GT Auto, o jogador pode mudar alguns elementos do carro como a cor de sua pintura, rodas, placas e outras opções. Não apenas isso, novamente no GT Auto, o piloto também pode comprar alguns itens para si, como um novo capacete e macacão.

Além da parte visual, é claro, os jogadores também podem ir até a “Oficina de Tuning” para melhorar a performance de seu carro. Aqui, os jogadores não precisam ter um vasto conhecimento sobre carros para comprar as peças, já que elas têm uma descrição bem competente.

Gran Turismo 7 - oficina de tuning

Imagem: reprodução/TecMasters

As peças, como mostra a imagem acima, são divididas em 5 categorias diferentes e já são instaladas logo que compradas. A interface do jogo, felizmente, deixa as informações fáceis de serem compreendidas e é difícil cometer algum erro.

Além das peças, os jogadores também podem fazer outros ajustes manuais no carro para deixar a sua dirigibilidade do jeito desejado ou otimizada para uma corrida. Apesar dessa parte ser mais complexa, novamente, tudo possui uma explicação para ajudar o jogador a saber no que está mexendo.

De forma geral, apesar do Gran Turismo 7 ter menos carros em comparação a alguns de seus antecessores, eu me senti satisfeito com o acervo disponível. Também, devo admitir, a forma de evoluir o carro e obtê-los é a mesma de sempre, sendo que não tive uma grande necessidade de grindar para conseguir o que queria.

Em relação aos créditos, também vale notar, os mesmos também poderão ser obtidos a partir da PlayStation Store. Entretanto, na fase de testes do review, os mesmos não estavam disponíveis à venda. Apesar de isso poder parecer um ponto negativo, como frisei acima, com os créditos obtidos a partir de corridas eu consegui comprar quase tudo o que precisava, ao menos para a campanha.

Uma jogabilidade refinada

Para o meu período de testes com o Gran Turismo 7, eu pude usar tanto o Dual Sense, controle do PlayStation 5, quanto um volante, o G29 da Logitech.

No controle, o Gran Turismo 7 realmente traz uma jogabilidade refinada graças a todos os recursos que o Dual Sense oferece. Por exemplo, ao usar o L2 para frear, o jogador realmente sentirá a pressão que teria que exercer no freio em relação a sua velocidade. No acelerado, o mesmo ocorre, mas, é claro, numa proporção menor que condiz com a realidade.

Cada carro possui suas características e a sensação de dirigi-los muda de forma constante. Inclusive, entrando novamente no mérito do Dual Sense, o sistema de vibração aprimorado do controle ajuda a deixar este ponto em evidência, uma vez que cada detalhe do carro na pista pode ser sentido, como ao passar por cima de uma zebra ou ao forçar mesmo o veículo em um movimento que não seria o ideal.

Nos circuitos mais convencionais, quando comparado a outros simuladores, o Gran Turismo 7 mostra que evolui um pouco e que as curvas melhoraram e estão um pouco menos pesadas que em comparação ao seu antecessor, o Gran Turismo Sport. Assim como outros simuladores, é claro, o jogador ainda tem ao seu dispor uma série de assistências, que podem ser ligadas ou desligadas e que fazem uma grande diferença na prática.

Gran Turismo 7 - cockpit durante corrida

Imagem: reprodução/TecMasters

Outros pontos a serem notados é que as condições meteorológicas mudam bastante a jogabilidade do Gran Turismo 7. Por exemplo, no começo de uma chuva, você pode até controlar o carro com certa facilidade, mas a medida que chove mais é possível sentir a dificuldade em manter o carro no trajeto caso o pneu não apropriado esteja sendo usado.

Apesar deste grande elogio para circuitos mais tradicionais, nas provas de rally, o Gran Turismo 7 não demonstrou a mesma evolução. Por ali, a aderência dos pneus ainda acaba sendo estranha e o controle sobre o carro não parece ser tão preciso.

Gran Turismo7 - Rally

Imagem: reprodução/TecMasters

Já no volante, o Gran Turismo 7 não me surpreendeu, o que pode ser causado pelo fato de eu ter utilizado um G29, o volante mais antigo suportado. Enquanto a física pode ser considerada a mesma, a resposta do Force Feedback foi abaixo do que eu esperava.

Novamente em comparação com outros simuladores, parece que o Gran Turismo 7 evita exercer força sobre o volante e a sensação sobre tudo que não se refere a curvas é fraca. Por exemplo, ao fazer uma curva e ao passar sobre uma zebra, o volante pouco trepida e, assim, a imersão diminui um pouco.

Outro ponto que senti falta também foi em relação aos danos dos carros, que seguem quase sempre intactos mesmo após uma batida feia. Não apenas isso, na maioria das provas também há falta de punições ao, por exemplo, cortar o caminho de forma ilegal.

Modo online

Para jogar online, o Gran Turismo 7 tomou uma decisão interessante, que agrada tanto aos novatos quanto aos veteranos. Quem estiver mais afim de partidas casuais, o jogo oferece o modo chamado apenas de “Multijogador”, que deixa criar corridas personalizadas e traz até mesmo o suporte para o multiplayer local.

Já o modo Sport, é praticamente o mesmo do Gran Turismo Sport, que traz competições com horários marcados e que dependem do jogador se inscrever para participar das provas.

Uma decisão acertada e que foi mantida é o sistema de classificação dos pilotos, que é dividido entre: Classificação de Piloto (CP) e Classificação Esportiva (CE). Enquanto o primeiro avalia mais a velocidade do jogador, o segundo avalia a sua conduta nas pistas. Dessa forma, ao menos em teoria, sempre devem jogar com pessoas com um nível parecido. Devido a limitações do modo online do período de testes, infelizmente, eu não consegui testá-lo muito para poder fazer um julgamento melhor.

Conclusão

O Gran Turismo 7 realmente volta a suas raízes e traz uma campanha single-player bem competente com conteúdo de sobra, apesar de requerer estar online para salvar o progresso. Não apenas isso, os gráficos do jogo estão melhores com direito a dois modos (um de desempenho e outro de performance) como esperado.

As novidades para a nova geração não se resumem a esse detalhe e se estendem ao Dual Sense. Neste ponto é que o jogo se destaca, afinal, o que pode ser mais importante em um simulador de corrida que não a própria jogabilidade.

Apesar dessa evolução com as tecnologias da nova geração, o Gran Turismo 7 ainda falha em alguns aspectos e pequenos detalhes poderiam deixar a sua simulação ainda mais realista. Entretanto, é possível perceber o trabalho feito com carinho Polyphony Digital, que realmente entrega um jogo feito para os amantes do automobilismo com muita qualidade tanto na gameplay quanto em histórias a serem contadas.

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