Quando Resident Evil: A Série foi anunciada oficialmente pela Netflix em agosto de 2020, muita gente torceu o nariz pelo que parecia ser uma premissa bastante diferente do habitual. Afinal, a trama gira em torno do vilão Albert Wesker, aqui muito bem interpretado por Lance Reddick (da série Fringe e da franquia de filmes John Wick).

Ao lado das filhas, as gêmeas Jade e Billie, a história se divide em duas linhas do tempo: o presente em 2022, logo após a chegada da família em New Raccoon City, e o futuro em 2036, após o mundo ter sido tomado por um apocalipse zumbi.

Sem entregar muito, os oito episódios com média de 1 hora cada contornam mais os diferentes dramas vividos por Jade (vivida no presente por Tamara Smart e no futuro por Ella Balinska) e Billie (interpretada no presente por Siena Agudong e no futuro por Adeline Rudolph) e mostram pouco de Albert, pelo menos até certo ponto da narrativa. Após isso, mais do passado do personagem é revelado, trazendo alguns paralelos interessantes que os fãs dos jogos certamente vão entender e preencher as lacunas por conta própria.

https://www.youtube.com/watch?v=eMvMhDMzdoc

Por conta disso, é recomendado encarar Resident Evil: A Série como um cenário alternativo ao estilo “e se…?”,  apesar de a produção levar em conta os acontecimentos mais importantes da franquia de jogos (e da vida real, como o Covid-19, por exemplo). Há, inclusive, uma adição muito interessante ao elenco principal: Evelyn Marcus (interpretada de maneira marcante por Paola Núñez), que é a mandachuva da “nova” corporação Umbrella. Caso você tenha jogado os games, provavelmente já suspeita do que se trata.

Mas caso esteja se perguntando se é preciso jogar a franquia Resident Evil para entender a série, pode ficar em paz. É possível compreender toda a história traçada na produção da Netflix com ou sem conhecimento prévio. Mesmo assim, existem referências (muitas delas sutis e outras constrangedoras) que certamente vão agradar os entusiastas desse tipo de conteúdo.

São muitos detalhes que confirmam o quanto os produtores realmente têm consciência e bastante carinho pelos elementos principais que compõem o produto em suas mãos, pois existem cenários, itens, e citações a eventos fatídicos que fazem justiça aos games, além de uma sequência inteira dedicada à resolução de quebra-cabeças.

Imagem de Resident Evil: A Sèrie

Imagem: Netflix

 

Espere também por muitos monstros conhecidos para além dos clássicos zumbis — alguns, inclusive, bem inusitados —, e bastante violência explícita e sangue; um recurso que vai animar os gamers que adoravam os antigos Resident Evil que começavam com a seguinte mensagem: “Este jogo contém cenas de violência explícita e sangue”.

Outro destaque da série está na conta da trilha sonora, com canções modernas inseridas em momentos propícios (em sua grande maioria), sejam estes alegres ou tristes. O k-pop Next Level do grupo aespa foi uma grata surpresa, por exemplo, muito embora a faixa não sirva a um grande propósito e apenas preencha o ambiente. Em contraponto, Feels Just Like It Should da banda Jamiroquai, por exemplo, acompanha uma sequência de ação bastante inesperada e, embora a cena empolgue, não deixa de causar um pouco de estranhamento pela escolha.

Por fim, vale apontar o acerto no ritmo. Todas as características citadas acima somam na construção de uma série que certamente vai intrigar e instigar (ao menos em grande parte do tempo) os espectadores. E com os dramas dos personagens (especialmente os do núcleo adolescente), Resident Evil: A Série tem tudo para agradar ao público mais jovem.

[Review] Resident Evil: A Série
[Review] Resident Evil: A Série
[Review] Resident Evil: A Série
[Review] Resident Evil: A Série
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[Review] Resident Evil: A Série
[Review] Resident Evil: A Série
[Review] Resident Evil: A Série

Entretanto, se por um lado o elenco é ótimo, o ritmo funciona, as atuações de Núñez e Reddick roubam a cena, a narrativa no estilo “e se…” toma liberdades criativas interessantes até certo ponto, e há diversos presentes para os fãs (e entusiastas) como referências, monstros clássicos e muita violência explícita, além de uma trilha sonora recheada; pelo outro Resident Evil: A Série da Netflix deixa um pouco a desejar em sua parte técnica.

Como já mencionado, a trama é dividida em duas linhas do tempo, mas a transição dessas passagens causa muito incômodo por conta dos cortes bruscos entre os períodos, sem mencionar que os contextos pouco conversam entre si — e por tabela, contribuem muitas vezes para confundir o espectador ao invés de agregar. Apesar da edição não agradar nesse aspecto, a direção e os efeitos especiais são competentes.

Outro aspecto que também desanima é como a narrativa se torna previsível em muitos momentos. Existe espaço para uma ou outra surpresa, claro, mas nada digno de explodir cabeças.

https://www.youtube.com/watch?v=mUisls0Z-C0

Com tantos prós e contras, Resident Evil: A Série se torna mais um produto com conceitos interessantes e execução satisfatória com capacidade para atrair um público completamente novo para a franquia criada pela Capcom. Além disso, a Netflix encara a produção como uma expansão, trazendo “o melhor do DNA de Resident Evil”, ou seja, um elenco feminino de destaque, criaturas marcantes (algumas novas/algumas familiares), drama e a batalha pela sobrevivência.

Quando estreia Resident Evil: A Série?

Resident Evil: A Série estreia em 14 de julho. O diretor Andrew Dabb (de Supernatural) assina a direção e a produção é por conta da Constantin Film. A crítica foi feita por meio de acesso antecipado cedido pela Netflix.

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ADRIANO
15 de julho de 2022 00:25

Série foi um completo lixo, queria minhas 8 horas de vida desperdiçada de volta não recomendo nada salva, sem Chris e nem Lion nem nada que tornar residente residente, essa série fracassou em todos aspectos.

ADRIANO
15 de julho de 2022 17:25

Não tem nada do jogo aí, só colocaram monstros e um personagem ali e o logo da umbrela lá, não é resident Evil não é nem uma boa serie de zumbi. Mundo pós apocalíptico e Resident Evil os jogos não tem nada haver

RAFAEL
20 de julho de 2022 21:11

Oxi…. referência ao jogo? Pelo jeito você nunca jogou nenhum jogo, mesmo se você jogar o jogo com linguagem e tudo em japonês você nota que o jogo não tem nada dessa série! Pelo jeito vocês é uns baba ovo da Netflix ou eles da uns presentinho para vocês dar essa mentira!