[Preview] WrestleQuest abusa do RPG para quebrar ‘mesmices’ de jogos de luta livre

Por muito tempo, a luta livre figurou nos videogames apenas com títulos do gênero fighting games — a exemplo de WWE, WCW e afins. Mas em 2023 essa “mesmice” está prestes a acabar. E isso graças ao WrestleQuest, que promete conquistar os fãs do esporte de uma maneira completamente diferente.

Isso porque o jogo desenvolvido pela Mega Cat Studios resolveu quebrar o padrão da indústria gamer ao aliar luta livre com o gênero Role Playing Game (o famoso RPG), junto de uma narrativa envolvente e de uma experiência que certamente atrairá os amantes de retrôs.

Naturalmente que ação não faltará em WrestleQuest. Mas muito além das lutas cheias de glamour vistas em títulos do gênero, os players vão desfrutar de combates por turnos, sistema de progressão digna de um bom RPG, diálogos divertidos e gráficos pixelados incríveis.

E por mais que habilidades em luta livre não sejam o forte do TecMasters (ou será que são, @Rafael Arbulu?), decidimos nos aventurar por essa jornada repleta de roupas coladas, ringues e golpes aéreos para experimentar essa nova experiência.

E os detalhes dessa prévia você confere abaixo.

• História
• Gameplay
• Personalização
• Veredito

Rumo ao topo dos ringues

Imagem: divulgação/Mega Cat Studios

Apesar de ser um jogo explicitamente inspirado na luta livre, WrestleQuest não é só sobre porradaria. Inclusive, os próprios desenvolvedores já revelaram em entrevistas que a narrativa é um dos grandes pontos fortes do game. E, bem, eles não estão errados.

Falando nisso, a trama envolve o clássico sonho de se tornar um lutador profissional de luta livre, com direito a clichês como heroísmo e redenção. E tudo isso é complementado com histórias paralelas de personagens e a inclusão de lendas da vida real.

Grandes lutadores como Randy “Macho Man” Savage, Jake “the Snake” Roberts e Andre “the Giant” estarão presentes in-game. Alguns serão homenageados com grandes estátuas espalhadas pelo mapa. Já outros podem aparecer de uma forma mais movimentada, como um auxiliar de briga.

Imagem: divulgação/Mega Cat Studios

O divertido dessa aventura é que Randy Santos não será o único lutador jogável. Os players, por exemplo, também poderão jogar na pele de outros personagens (como Brink Logan). E o desenrolar de suas respectivas histórias deixam a trama ainda mais envolvente.

Mas vale destacar que o enredo pode não ser o mesmo para todos. Isso porque WrestleQuest também conta com sistemas de escolhas que vão alterar o andamento do game. Aliás, esse é outro ponto importante que faz o jogo de luta livre se diferenciar dos demais.

Aventuras, roupas coladas e muita ação

Talvez já tenha ficado claro, mas vale o aviso: WrestleQuest pode não ser a melhor opção para quem deseja um simples fighting game à la WWE. Em contrapartida, o game é certamente um “prato cheio” para amantes de luta livre em geral. Melhor ainda se também forem fãs de títulos pixelados.

Partindo para a gameplay, a jogatina se dividirá principalmente em quatro elementos: narrativa, exploração, lutas e progressão.

• Narrativa

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Como dito anteriormente, a narrativa contará a história particular de alguns personagens, o que ajuda na familiarização. E mesmo quem não conhece muitos lutadores do mundo real serão apresentados a algumas figuras lendárias que marcaram época nos ringues de verdade.

Totalmente relacionado ao enredo estarão as decisões do player, que vão definir o rumo do jogo. Naturalmente, isso torna a narrativa ainda mais importante de ser acompanhada. E tudo fica mais fácil ainda visto que o game traz legendas em PT-BR.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Não que WrestleQuest se assemelhe à Death Stranding — longe disso. Mas será natural dar um tempo às batalhas para passar alguns minutos em diálogos e mais diálogos.

• Exploração

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

A exploração é outro elemento importante que auxilia a quebrar uma mesmice de porradaria. Como um bom RPG, WrestleQuest inclui missões principais — que são facilmente localizadas pelo radar. Mas também existem missões secundárias liberadas ao conversar com algum NPC.

Durante as explorações, os players poderão se deparar com diálogos cômicos, minigames e itens. E para facilitar a vida dos jogadores, cada região conta com uma barra de recompensas ocultas que, se encontradas, oferecem trajes diferentes (que alteram atributos e status) ou consumíveis de batalha.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Logo, partir direto para as missões principais pode não ser a melhor escolha para players que não dispensam uma boa recompensa.

• Lutas

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Finalmente, os jogadores vão se deparar com lutas (muitas lutas). Todas elas serão travadas durante a narrativa do game ou nas explorações à la sandbox em algumas regiões. E é bem “padrão Pokémon”: encontro, diálogos (ou não) e partir para a porradaria o ringue.

Tratando-se de combate os players vão encontrar a essência do RPG: lutas em turno com um movimento por rodada. Felizmente, o jogo pode exigir comandos em alguns golpes, o que deixa a batalha de turnos um pouco mais dinâmica.

Em cada turno, os lutadores poderão realizar quatro tipos de movimento. Os Gimmicks são basicamente habilidades especiais dos personagens, que condizem com sua personalidade. Esses movimentos também englobam ataques em grupo e invocações especiais.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Há também os ataques corpo a corpo tradicionais, que abrangem socos, tapas, pisões e outros golpes. Por serem dano físico, eles não gastam mana como os ataques Gimmicks. Em compensação, eles são restritos a um único alvo, não causam debuffs e, dependendo do personagem, dão menos dano.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Um dos movimentos disponíveis também é o consumo de itens. Por um lado, o player perderá a chance de atacar seu oponente para ingerir um consumível. Por outro ele poderá recuperar vida, mana ou outros atributos em lutas mais difíceis e prolongadas.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Por fim, há também o Taunt (“Provocar”, em tradução livre). O movimento dá dano? Não. Recupera os atributos ou status do lutador ou de aliados? Também não. Mas em compensação ele gera pontos de hype que, assim como na vida real, podem fortalecer os lutadores.

Já ouviu que luta livre é mais entretenimento que luta? Pois bem, cada duelo em WrestleQuest será assistido por uma plateia. E encher a barra de hype aumentará seu “grau de torcida”, o que não só vai fortalecer os lutadores como também habilitará alguns Gimmicks específicos.

Ou seja: não, o Taunt não é inútil.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

É preciso mencionar também que, como um bom jogo de luta livre, WrestleQuest também conta com as finalizações. Muitas das vezes elas não serão necessárias, uma vez que golpes fortes vão eliminar — eliminar não é matar, okay? — os oponentes.

Mas em alguns casos, os inimigos vão cair no chão. E aí, o player precisará ir até sua lista de Gimmicks para tentar imobilizar o adversário. Para êxito no movimento, basta atingir a zona verde por três vezes consecutivas.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Se der certo, a luta vai acabar instantaneamente. Se errar, o inimigo vai se levantar e ainda recuperar um pouco de HP.

• Progressão

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

O sistema de progressão é outro elemento importante de WrestleQuest. Não foge muito do padrão de outros RPGs, é verdade. Mas trata-se de algo interessante para um título de luta livre e importante para a jornada do player.

A boa notícia é que não há muito segredo: a cada luta vencida, o nível de experiência dos lutadores vai subir. Mas vale destacar que quanto maior a diversidade de golpes, maior será o nível de hype e, consequentemente, maior será a recompensa de XP.

Outro ponto do sistema de progressão serão os itens vestíveis encontrados nas explorações ou em lojas. Cada um deles pode melhorar (ou piorar) determinado status do lutador. Logo, vale pensar cuidadosamente em qual será o melhor item para determinada build.

Dentro e fora dos ringues

Por ser um RPG, WrestleQuest também se destaca no quesito personalização. E isso envolve tanto escolhas de trajes quanto outras decisões que vão impactar na jornada.

Como dito anteriormente, nada de muito diferente em relação aos itens: ao longo da jornada será possível encontrar ou comprar diversos trajes para serem equipados. Cada um deles pode aumentar ou diminuir atributos do lutador e caberá ao player achar os melhores itens para cada personagem.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Mas outro ponto importante é a entrada de uma grande luta. Quem já assistiu ao WWE (ou mesmo UFC) sabe como a chegada do lutador ao ringue é um espetáculo à parte, com danças, músicas, fogos de artifício e outros elementos para chamar a atenção do público.

Imagem: Igor Shimabukuro/TecMasters

Felizmente, tudo isso é personalizável em WrestleQuest. Basicamente, o player poderá escolher a música, a cor dos confetes e as poses para agitar a galera. Nada de muito efetivo por aqui, mas uma boa presença de palco tem tudo a ver com a luta livre.

Mas afinal, WrestleQuest vale ou não a pena?

Imagem: divulgação/Mega Cat Studios

A resposta é bem simples: vale! Vale para quem é fã de luta livre e sempre acompanhou os grandes lutadores da vida real. E vale também para quem não dispensa um bom RPG e está aberto para temas diferentes da era medieval ou de mundos fantasiosos de magia.

O game é simples, traz gráficos pixelados louváveis, tem uma narrativa interessante com diálogos cômicos e ainda possui comandos fáceis de serem executados. Em outras palavras, diversão garantida para quem quer entretenimento entre 40 a 50 horas (ou até mais).

Vale destacar que a build testa pelo TecMasters ainda não é a versão final. A Mega Cat Studios ainda tem alguns ajustes programados e deverá otimizar o game até sua data oficial de estreia, que acontece em 8 de agosto para PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch.

De todo modo, WrestleQuest já se mostrou extremamente promissor. E definitivamente é um jogo que não poderá faltar na biblioteca de amantes de luta livre ou de RPG.

*O game foi analisado por meio de uma cópia para PC (via Steam) fornecida pela Skybound Games.