Pesquisadores astronômicos usaram imagens e exposições do telescópio Victor M. Blanco, no Chile, para criar o que vem sendo chamado de “maior mapa da Via Láctea” da atualidade. Ao todo, são mais de 10 terabytes (TB) de dados resultantes da observação de mais de 21,4 mil imagens feitas pelo instrumento.

De acordo com o The Register, os especialistas usaram imagens capturadas pelo componente chamado Dark Energy Cam (DECam) do telescópio, que está instalado no Observatório Interamericano Cerro Tololo. O resultado: aproximadamente três bilhões de objetos identificados e mapeados – e acredite: isso não é nem 10% (na verdade, está mais para 6,5%) da Via Láctea, a nossa “casa” no espaço.

Imagem mostra parte do mapa mais detalhado da Via Láctea

Imagem: NOIRLab/Divulgação

Segundo o time por trás do projeto:

“Essa é uma grande conquista técnica. Imagine uma foto de grupo de mais de três bilhões de pessoas, e cada uma dessas pessoas pode ser reconhecida. Astrônomos vão usar este retrato detalhado de mais de três bilhões de estrelas da Via Láctea durante décadas.” – Debra Fischer, Diretora da Divisão de Ciências Astronômicas da Fundação Nacional Espacial

O mapeamento de objetos estelares não é dos mais simples: por mais brilhantes que os astros aparentam ser (e nós dependemos de luz para enxergá-los), eles estão muitas vezes envoltos em poeira cósmica e outros objetos que diminuem nossa capacidade de vê-los.

A DECam, no entanto, possui a capacidade de enxergar ondas infravermelhas, que são emitidas por objetos bastante iluminados, mas não pela poeira em seus arredores, facilitando a sua distinção no espaço que ocupam. Por isso, fomos capazes de enxergar mais longe com as imagens geradas pelo telescópio.

“Uma das razões pelas quais o projeto teve sucesso foi o fato de simplesmente apontarmos [a câmera] para uma região de densidade extraordinariamente alta de estrelas, tomando o cuidado de identificar fontes que aparentam estar uma em cima da outra.

No plano galáctico, os objetos de fundo presentes na composição podem contribuir para que você enxergue a luz que vem das estrelas, o que amplia incertezas. Um dos aspectos mais importantes do nosso trabalho foi o de determinar exatamente o quanto disso vinha das fontes de procurávamos.” – Andrew Saydjari, estudante de Ph.D na Universidade Harvard e autor do paper

Uma versão condensada do mapa está disponível para visualização pública aqui. Não se preocupe: ela é amigável a navegadores e não deve gerar gargalos na sua memória. Agora, se você quiser uma versão mais detalhada, este outro link leva você a uma versão bem mais complexa do material.

A pesquisa completa foi publicada no Astrophysical Journal.

via The Register | Astrophysical Journal

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