Na última quinta-feira (17), a grande mestra de xadrez Nona Gaprindashvili abriu um processo por difamação contra a Netflix por conta de uma fala a seu respeito no episódio final de “O Gambito da Rainha”, série original da plataforma de streaming.

No episódio, ao falar sobre a protagonista fictícia Beth Harmon, o comentarista de xadrez diz: “A única coisa incomum sobre [Harmon], na verdade, é seu sexo. E mesmo isso não é único na Rússia. Existe Nona Gaprindashvili, mas ela é campeã mundial feminina e nunca enfrentou homens”.

O problema é que Gaprindashvili afirma ter jogado competitivamente contra 59 homens em 1968, mesma época ambientada no episódio. Aliás, o tabloide americano The New York Times chegou a publicar um artigo, em 15 de abril de 1968, com a manchete: “Mestra de xadrez Gaprindashvili vence sete homens em torneio forte”.

Além disso, a fala do narrador da série original da Netflix associa a grande mestra de xadrez com a Rússia. Acontece que Nona Gaprindashvili nasceu na Geórgia, país do extremo leste da Europa, que faz fronteira com Rússia, Turquia, Armênia e Azerbaijão.

O processo aberto por difamação exige US$ 5 milhões da Netflix por danos, além de outras punições como a exigência de que o episódio final de “O Gambito da Rainha” seja alterado para remover a fala errônea e sexista.

“A Netflix mentiu descarada e deliberadamente sobre as conquistas de Gaprindashvili com o propósito barato e cínico de ‘intensificar o drama’, fazendo parecer que sua heroína fictícia conseguiu fazer o que nenhuma outra mulher, incluindo Gaprindashvili, fez”, diz o processo.

O que diz a Netflix

A plataforma de streaming respondeu à ação judicial elogiando as realizações de Gaprindashvili, mas reagindo contra o processo. “A Netflix tem apenas o maior respeito pela Sra. Gaprindashvili e sua ilustre carreira, mas acreditamos que essa alegação não tem mérito e defenderemos vigorosamente o caso”, disse um porta-voz da Netflix, de acordo com o The Holywood Report.

“O Gambito da Rainha” foi lançado na Netflix em outubro de 2020. A produção chegou a figurar entre as dez séries mais vistas da plataforma, com mais visualizações do que quase qualquer outra série naquele mesmo ano. Mas o que foi encarado como um verdadeiro sucesso para a streaming, agora pode virar uma grande “dor de cabeça”.

Fonte: IGN

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