Ao que parece, o setor automotivo está mesmo entrando na onda de negócios freemium. E a mais recente prova disso é que a Mercedes está prestes a adotar um modelo de microtransações que vai passar a cobrar taxas anuais para aumentar a potência do motor de seus novos carros elétricos.

Calma, você não leu errado: se pagar cerca de US$ 79 mil já não é caro o suficiente, a fabricante alemã vai aumentar o custo a longo prazo de seus novos modelos EVs para habilitar recursos que os veículos já deveriam oferecer de forma nativa.

Como visto no próprio portal da empresa, modelos elétricos do Mercedes-EQ vão ganhar assinaturas anuais de US$ 1.200 (R$ 6.395 em conversão direta) para aumentos entre 20% a 24% da potência máxima de seus motores. Com os upgrades, os ganhos serão os seguintes:

  • EQE 350 4MATIC – de 292 cavalos para 353 cavalos / 0 a 100 km de 6 segundos para cerca de 5,1 segundos
  • EQE SUV 350 4MATIC – de 292 cavalos para 353 cavalos / 0 a 100 km de 6,2 segundos para cerca de 5,2 segundos
  • EQS 450 4MATIC – de 360 cavalos para 448 cavalos / 0 a 100 km de 5,3 segundos para cerca de 4,5 segundos
  • EQS SUV 450 4MATIC – de 360 cavalos para 448 cavalos / 0 a 100 km de 5,8 segundos para cerca de 4,9 segundos
Upgrade Mercedes

Imagem: reprodução/Mercedes

Por mais contestável que seja, algumas assinaturas de serviços automotivos são compreensíveis, especialmente se forem baseados em nuvem. Mas este não é o caso: a potência máxima do veículo já deveria ser oferecida desde o momento da aquisição e parece que a Mercedes está diminuindo as configurações propositalmente para lucrar com outras taxas de longo prazo.

O problema é que infelizmente, a fabricante não é a única a seguir por este caminho.

Mercedes não é a única a apostar em microtransações

Se voltarmos alguns meses atrás, lembraremos que a BMW passou a cobrar taxas para bancos aquecidos de seus veículos. O curioso é que os assentos da marca já vinham com os componentes necessários, mas um bloqueio de software passou a exigir taxas extras para esse recurso.

Já fabricantes como Tesla e GM cobram para habilitar o modo Autopilot de condução semiautônoma em seus veículos. Compreensível por conta dos custos operacionais mensais, mas contestável pela ótica de pagar uma bolada por um carro e, ainda assim, ter que desembolsar mais dinheiro para outros recursos.

Tudo indica que o modelo freemium de microtransações será cada vez mais visto no setor automotivo. A torcida fica para que isso não chegue a outros setores — já que ninguém deseja que a refrigeração de sua geladeira seja limitada e só funcione 100% mediante a uma taxa extra, certo?

Via: PC Gamer e The Drive

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