A polarização de ideias tem crescido no mundo, especialmente na política. A ideia de que um lado é bom e outro ruim cria conflitos e destrói amizades e relações familiares. Um doutorando em psicologia da UFPE criou um game gratuito online para combater o problema.

Alisson Valença apresentou o game no 27° Congresso Internacional de Educação a Distância. O trabalho científico tem como co-autores Nathália Melo, Fellipe Miranda, Laís Castro (UFPE), Raphael Silveira (Colégio Santa Bárbara) e Leonardo Pereira (C6Bank).

Valença teve experiências na Joy Street, desenvolvedora de games educativos, e no Porto Digital. Foi no Porto que alunos da UFPE trabalharam com o pesquisador para desenvolver o Luka, que foi testado pelo professor Raphael com alunos de geografia. Pereira, o designer, colaborou com a estética Pixel Art, escolha que se revelou essencial para o game.

Luka, o herói do game contra a polarização de ideias

Luka, o herói do game, é um personagem visitado por ele mesmo no futuro, 50 anos depois. Seu “eu mais velho” faz com que Luka encontre outros personagens em uma caminhada em um mundo virtual que o fazem pensar sobre perguntas difíceis, em um mundo que sofre com a polarização de ideias.

“No futuro, a vida na Terra se tornou impossível devido ao desentendimento das pessoas, Luka precisa ajudar as pessoas a se entenderem, para que não cheguemos em um fim caótico”, conta o autor do game que combate a polarização.

Durante o game, o jogador pontua coletando “tábulas do tempo” e “fichas de controvérsia”, elementos que ajudam a fazer suas escolhas sem viés ou ideias pré-concebidas. “São atividades argumentativas com estratégias antivieses”, afirma Valença.

O jogo é 2D com mecânicas semelhantes ao Super Mario Brothers e ao Sonic. O jogador tem quer fontes, textos que trazem diferentes pontos de vista, e realizar sua própria crítica de cada uma das opiniões.

Temas polêmicos podem ser discutidos com o game

A primeira discussão é com Richard, um personagem que coloca uma pergunta sobre a imigração para os Estados Unidos e as vantagens e desvantagens de facilitar esse processo. O professor de geografia ajudou a validar os conteúdos que baseiam as discussões.

“A partir do momento em que o jogador argumenta sobre um tema, passa a entender melhor sobre isso”, explica Valença. O game pode ser jogado online e pode também ser adaptado, “até com cartolina e canetas dá para usar as mesmas estratégias”, afirma o autor.

Para criar o game, Valença fez uma pesquisa sobre diferentes jogos argumentativos e publicou um trabalho científico sobre o tema.

A escolha por Pixel Art também foi chave no desenvolvimento. “Foi uma ideia trazida pelo designer, há uma grande emergência de jogos retrô, desenvolvidos nos últimos 10 anos, famosos que bebem dessas características”, afirma Valença. “O Minecraft é o mais famoso, mas o pixel art está em várias áreas de inovação em tecnologia”. Além do mais, “do ponto de vista de programação é muito mais fácil, é possível construir algo em curto prazo”.

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Wilson
27 de março de 2022 14:34

Bem isento o nome do “personagem hein? E esses dementes acham q ajudam no “combate” a polarização. São mesmo fascistas autoritários, que não aceitam opiniões divergentes….game fadado ao fracasso