A praticidade do Pix de enviar uma determinada quantia em segundos também tornou-se um mecanismo bastante explorado pelos criminosos. E os números não deixam mentir: segundo o Banco Central (BC), 739.145 indícios de infrações envolvendo o meio de pagamento foram registrados de janeiro a junho deste ano.

Para efeitos comparativos, o número de indícios de crimes no mesmo período do ano passado era de 25.330, o que representa uma alta de casos de 2.818%. Em junho do ano passado, as infrações envolviam 0,0009% de todas as transferências. Em junho deste ano, o percentual aumentou para 0,01%.

Os números assustam, principalmente à medida que o Pix se torna o meio de pagamento mais utilizado do país. O BC, no entanto, minimizou o alarde ao afirmar que os casos representam apenas indícios de crimes — não a constatação da fraude — e que antes as notificações pelas instituições eram facultativas.

“Primeiramente, é preciso ter claro que as infrações registradas são apenas indícios de crimes, a partir de suspeitas de fraudes reportadas pelas instituições. Não é possível para o BC dizer quais são de fato crime ou classificar seus tipos”, disse a autarquia, em nota, ao Poder 360.

“Em segundo lugar, é importante ressaltar que os números de registros de 2021 e de 2022 não são comparáveis, pois o cenário mudou drasticamente entre esses períodos. Até novembro de 2021, essas notificações eram facultativas para as instituições. Nesse cenário, as instituições utilizavam seus próprios mecanismos de combate à fraude e não registravam as ocorrências no BC. Nesse sentido, os números serão comparáveis apenas entre períodos posteriores à citada obrigatoriedade [16/01/2021]”, completou o órgão.

Ilustração do Pix aberto em smartphone

Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Fraudes com Pix preocupam setor financeiro

Apesar das justificativas, fica claro que os golpes envolvendo o Pix aumentaram à medida que o meio de pagamento popularizou-se no Brasil. Como resultado, bancos e fintechs discutem com o BC meios alternativos para mitigar essas fraudes em ascensão.

Funções para limitar horários de transferência e valores já foram adotados pela autarquia no fim de 2021, mas outras medidas como maior rigor na abertura de contas e ampliação da troca de informações sobre o nível de risco de determinados CPFs também são consideradas.

Talvez seja necessário esperar até novembro para avaliar se as fraudes de Pix cresceram ou não. Mas uma coisa é certa: quanto mais popular o sistema, mais visado ele fica por criminosos. E se medidas de combate a fraudes não forem adotadas, a tendência é que casos infelizes fiquem cada vez mais frequentes.

Via: Poder 360 | Valor Investe

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