Em mais um episódio dos esforços contra pirataria, um grupo formado por empresas cinematográficas independentes solicitou a um tribunal de Virgínia, nos Estados Unidos, para que os domínios do Popcorn Time sejam bloqueados. As produtoras alegam danos de direitos autorais envolvendo diversos filmes, e sugerem indenizações que podem chegar a US$ 3,1 milhões.

Basicamente, o Popcorn Time foi (ou ainda é?) uma plataforma de streaming ilegal que disponibilizava uma vasta biblioteca de filmes e séries de TV. Conhecida como “Netflix pirata”, o app atua de forma semelhante ao Stremio, que inclusive é encarado como o “sucessor” do Popcorn.

Apesar de fazer a alegria de seus usuários, o serviço tem sido uma grande “pedra no sapato” para os estúdios de cinema, desde os pequenos até os grandes. A lógica é simples: com a disponibilização ilegal de obras cinematográficas e séries, menos ingressos em bilheterias e, consequentemente, menos renda para as produtoras.

Produtoras contra Popcorn Time

Apesar de ter sido fechado em 2015 após um processo aberto por produtoras de Hollywood, o Popcorn Time chegou a ressurgir com outros domínios, driblando o bloqueio anterior. Mesmo que a Motion Picture Association (MPA) tenha reconhecido a ameaça logo no início, o projeto de código-aberto foi rapidamente revivido por outros desenvolvedores.

Aliás, esse é o principal temor das empresas cinematográficas: outro retorno do “finado” Popcorn Time. Tanto que, no mês passado, 13 produtoras de Hollywood encaminharam uma intimação contra um dos domínios da plataforma pirata. A ação tramita desde então na Corte Federal do estado de Virgínia.

Imagem da plataforma Popcorn Time

Produtoras temem um possível retorno da plataforma de streaming pirata. Reprodução: Popcorn Time

Mas além dos bloqueios dos domínios da “Netflix pirata”, as produtoras exigem uma indenização de US$ 3.150.000 por violação de direitos autorais contra 21 filmes. O valor certamente faria com que qualquer desenvolvedor pensasse duas vezes antes de tentar reviver a plataforma. Mas, bem o prejuízo pode ficar ainda maior.

Isso porque a companhia 42 Ventures, detentora do registro Popcorn Time, também entrou no processo e exige uma indenização de US$ 2 milhões por violação da marca registrada. No ano passado, a empresa adquiriu os direitos da marca para derrubar o serviço “de vez”. Logo, um possível retorno com uma plataforma (ou domínio) de mesmo nome também infringiria esse direito.

Mais empresas envolvidas

O acordo prevê ainda o bloqueio de provedores de internet a diversos domínios do Popcorn Time. Tanto que empresas como Comcast, Verizon e AT&T podem ser incluídas na injunção contra a plataforma pirata, ao lado de VPNs cujos serviços podem acabar beneficiando um retorno do streaming.

A proposta enviada pelo grupo de produtoras ao tribunal sugere que as provedoras de internet bloqueiem quaisquer domínios que envolvam o nome Popcorn Time — incluindo os endereços “http://popcorn-ru.tk”, “https://popcorn-time.tw/”, e “https://popcorntime-online.ch/” — dentro do prazo de 60 dias.

Considerando as atuais circunstâncias, é bem possível que a solicitação seja aceita pela Corte americana. Se isso for confirmado, não só significará um baita prejuízo aos remanescentes envolvidos no retorno da plataforma ilegal, como também um “adeus” definitivo do Popcorn Time.

Fonte: TorrentFreak

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