Com a pandemia de Covid-19, os filmes do cinema passaram a ser lançados no mesmo dia nas plataformas de streaming, para maior segurança do público. O problema é que essa estratégia tem desencadeado um aumento de pirataria das obras cinematográficas, de acordo com o CEO da Motion Picture Association, Charles Rivkin.

Durante o evento CinemaCon 2021, o executivo comentou sobre as preocupações contra a pirataria ao mencionar as ações da entidade Alliance for Creativity and Entertainment contra o grupo NTG Release. Segundo ele, a equipe pirata conseguia fazer upload de cópias ilegais de filmes minutos após os lançamentos digitais, o que pode ter comprometido boa parte da renda dos estúdios.

“Em maio, lançamos um comunicado da ACE contra um grupo chamado NTG Release Group. Quando o retiramos, o NTG estava copiando filmes desde 2018, com 4.600 lançamentos apenas no ano passado. Eles carregaram filmes minutos depois de serem disponibilizados em versão digital”, pontuou Rivkin.

Foto de cinema vazio

Aumento da pirataria pode ter comprometido renda de estúdios cinematográficos. Foto: Felix Mooneeram/Unsplash

A lógica é simples: ao disponibilizar cópias piratas ao mesmo tempo em que os filmes são lançados no cinema, o público pode garantir acesso facilitado às obras, sem precisar gastar com bilhetes ou mesmo sair de casa. Naturalmente, quanto mais cópias ilegais forem consumidas, menores serão as rendas com bilheteria dos estúdios cinematográficos.

Não à toa, a entidade National Association of Theatre Owners estima que 67% da bilheteria durante o segundo fim de semana do filme “Viúva Negra” foi afetada por conta dessas táticas de pirataria. Como a obra foi disponibilizada na Disney+ no mesmo dia em que chegou ao cinema, os grupos disponibilizaram cópias ilegais e em alta qualidade pouco tempo depois.

Preocupações contra pirataria

As preocupações contra pirataria são intensificadas em uma época em que o futuro dos cinemas é discutido por diversos ícones da indústria cinematográfica, especialmente após a adesão em massa do público a serviços de streaming como Netflix, Amazon Prime ou Disney+, por exemplo.

Por um lado, o lançamento simultâneo nessas plataformas amplia o alcance dos filmes em um cenário de distanciamento social, mas pode “facilitar” a vida dos sites piratas. Por outro, lançamentos exclusivos nos cinemas manteriam o “fator surpresa”, mas poderiam significar salas vazias, já que o risco a novas cepas do coronavírus continua sendo uma realidade.

Diante disso, é possível que os lançamentos nas plataformas de streaming no mesmo dia da chegada dos filmes aos cinemas sejam considerados caso a caso, a depender da estratégia adotada. Talvez essa seja uma das formas para minimizar os impactos a uma indústria que tenta se recuperar dos baques provocados pela pandemia.

Fonte: Screen Rant

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