Ao que parece, as tensões entre Epic Games e seus “inimigos” Apple e Google estão longe de acabar. Em mais um novo episódio na última terça-feira (16), o CEO da dona do Fortnite disse que ambas as big techs devem ser impedidas de abusos de monopólio e chegou a sugerir uma “alternativa”.

“A Apple e o Google estão usando seu novo poder de monopólio para tributar e evitar a competição”, disse Tim Sweeney, na Conferência Global para a Justiça do Ecossistema de Aplicativos Móveis em Seul, na Coreia do Sul. “Não devemos permitir que essas duas empresas controlem nossas vidas digitais”, completou.

Em resposta à alfinetada, o Google disse que as políticas adotadas permitem o “fornecimento do Android e Google Play gratuitamente” e que há muito investimento em serviços de distribuição, desenvolvimento e segurança que oferecem suporte a desenvolvedores e consumidores”.

Em maio deste ano, o CEO da Apple, Tim Cook, já havia defendido que a companhia tem criado “toda a quantidade de comércio na loja” e que isso é possível ao reunir a maior parte do público por lá.

Entenda a briga entre Epic Games contra Apple e Google

O mais recente discurso de Sweeney reforça o posicionamento da Epic Games contra as tarifas de App Store (Apple) e Google Play (Google). Ambas as lojas de apps cobram uma taxa aproximada de 30% de todos os pagamentos feitos por aplicativos alocados na plataforma.

Esse descontentamento fez com que a Epic introduzisse uma opção de compra direta — que redirecionava os usuários para a Epic Games Store — no Fortnite em agosto do ano passado, com o intuito de “driblar” as tarifas cobradas.

Jogo Fortnite, da Epic Games

Mobile da Epic Games foi removido das lojas de apps de Google e Apple – Imagem: Joshua Hoehne/Unsplash

Naturalmente, nenhuma das big techs gostou da jogada. Tanto que decidiram retirar o game mobile Fortnite de suas respectivas plataformas. Isso enfureceu a Epic Games, que decidiu ir aos tribunas contra ambas as empresas, alegando que elas usufruem de um monopólio e dificultam a vida dos desenvolvedores de apps.

Em termos, deu certo. Embora a juíza tenha considerado que não houve monopólio, a Apple terá que disponibilizar métodos de pagamento alternativos em sua loja de apps. Além disso, tanto a empresa da maçã quanto o Google anunciaram reduções das taxas cobradas para alguns desenvolvedores.

Mas isso não parece ser suficiente para Sweeney.

Nova loja de apps universal?

Além das acusações acaloradas contra as gigantes, Tim Sweeney sugeriu uma alternativa para “parar a Apple” e resolver a forma como o Google lida com pagamentos.

“O que o mundo realmente precisa agora é de uma única loja que funcione com todas as plataformas. No momento, a propriedade de software está fragmentada entre a iOS App Store, o Android Google Play, diferentes lojas no Xbox, PlayStation e Nintendo Switch, bem como Microsoft Store e Mac App Store”, propôs o executivo.

Segundo o CEO da Epic Games, a empresa já está trabalhando com desenvolvedores para habilitar uma única licença de software que funcione em todas as plataformas. O problema é que se por um lado uma “app store universal” facilitaria a vida dos usuários, por outro limitaria os softwares a apenas uma única fonte.

Ironicamente, a luta pela quebra de monopólio seria em vão, uma vez que todos os desenvolvedores de apps estariam submetidos a uma plataforma — possivelmente concentrada na mão de apenas um player. Na verdade, a situação tenderia a ficar bem pior.

É pouco provável que isso se concretize, mas atenção sobre o tema não deve faltar nos próximos meses.

Fonte: Tech Xplore/XDA-Developers

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