Call of Duty: Modern Warfare 2 é um jogão daqueles e muita gente está bem contente com o lançamento. Definitivamente, porém, quem não está gostando nada disso é o hotel Conservatorium, em Amsterdã. Ao ponto de eles admitirem a possibilidade de mover um processo contra a publisher do jogo – a americana Activision.

O motivo: a gerência do hotel não gostou nada de ver seu edifício – fielmente reproduzido em uma das missões mais detalhadas do novo jogo – ser palco para uma zona de guerra e troca de tiros. Vale lembrar que, embora o nome do estabelecimento no jogo tenha sido alterado para “Breenbergh”, o visual dele é exatamente igual à contraparte na vida real.

Call of Duty: Modern Warfare 2 pode render processo de hotel contra a Activision: entenda
Call of Duty: Modern Warfare 2 pode render processo de hotel contra a Activision: entenda

De acordo com o gerente do hotel, Roy Tomassen:

“Veio à nossa atenção o fato de que o Hotel Conservatorium de Amsterdã é mostra de forma indesejável em cenário do novo Call of Duty. De uma forma mais generalista, nós não apoiamos os jogos que aparentam encorajar o uso da violência. O jogo, de nenhuma forma, reflete nossos valores e nós traz desafeto ver o nosso aparente, indireto e não solicitado envolvimento.”

Segundo o jornal holandês de Volksrant, a direção do hotel ainda está pensando se vai tomar alguma atitude, sem descartar até mesmo um processo contra a Activision na justiça.

O Hotel Conservatorium – ou melhor, sua equivalente virtual “Breenbergh” – é visto tanto na campanha principal como no modo multiplayer de Call of Duty: Modern Warfare 2. Sem soltar spoilers, podemos adiantar que é o tipo de situação em que somente os mais ávidos pelo assunto vão perceber. Jogadores mais comuns vão apenas reconhecer a área como mais um dos muitos cenários.

Entretanto, por mais minoritário que o assunto possa parecer, a fidelidade com a qual os detalhes de sua arquitetura foram reproduzidas no jogo dá ao estabelecimento um forte argumento para procedimentos legais: tanto nos EUA como na Europa, projetos de arquitetura são reconhecidos como propriedades intelectuais e, consequentemente, protegidos por lei.

Se a Activision não buscou as devidas permissões do hotel para reproduzi-lo no jogo – e a situação dá a entender que ela não fez isso – então o hotel tem um caso a reclamar judicialmente.

Não seria o primeiro processo do tipo contra Call of Duty

O caso atual ainda não chegou às vias judiciais de fato, mas a situação toda remete a um período em que foi exatamente isso que aconteceu: em 2017, a Activision foi processada pela AM General, a fabricante do veículo conhecido como “Humvee”, pelo seu uso indevido do carro – um jipe reforçado e bastante conhecido no meio militar – em vários jogos da franquia Call of Duty.

Segundo a montadora, a Activision não tinha a licença para reproduzir o veículo em seus jogos, ainda que a natureza de seu uso tenha sido respeitada: o Humvee é comumente o automóvel escolhido para o transporte de uma equipe militar às zonas de combate de forma rápida, mas com resistência de combate caso a luta motorizada seja necessária.

Em 2017, as autoridades foram unânimes em proteger a Activision, efetivamente decidindo em abril deste ano que a AM General não poderia processar a publisher pois o entendimento é o de que videogames são projetos de arte e, consequentemente, o direito da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos (aquela de respeitar a liberdade de expressão, religião, imprensa etc.) dava à empresa a possibilidade de uso do veículo.

Na Europa, porém, o entendimento pode ser outro: a legislação de proteção de direitos intelectuais não é exatamente um texto simples de se interpretar, e várias pessoas podem ter impressões favoráveis a qualquer um dos lados. O caso do Humvee era apenas o de um veículo sendo virtualmente reproduzido sem permissão. O caso do hotel em Amsterdã insere um contexto – o tiroteio e as partidas multiplayer – que pode desagradar alguns.

A Activision ainda não comentou o caso.

via PC Gamer

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