Assassin’s Creed é uma série que sempre se reinventa – mesmo que isso não agrade aos fãs. Após manter uma história relativamente ligada até o terceiro game, tudo mudou após um trágico acontecimento na história.

Desde então, cada jogo apresenta uma proposta – e uma época – diferente, fazendo com que os jogadores viagem pela história dos Assassinos e Templários durante a existência da humanidade.

No entanto, com o lançamento da última trilogia (Origins, Odyssey e Valhalla), um novo estilo se popularizou. A série começou a ir mais para o lado dos RPGs, o que agradou alguns, mas desagradou outros.

Com a chegada de Assassin’s Creed Mirage, temos a promessa de uma espécie de um recomeço, um retorno às origens, algo muito esperado – inclusive por mim. Mas será que isso de fato aconteceu?

O TecMasters teve acesso antecipado ao game e conta, em detalhes, se o título conseguiu seu retorno ao estilo de gameplay original.

História

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Em Assassin’s Creed Mirage controlamos Basim, um ladrão das ruas de Bagdá que se vê envolve em uma teia de mistérios após eventos traumáticos que o fazem se juntar à Ordem dos Assassinos.

Após uma apresentação intrigante, em que vemos o personagem atormentado por um monstro em seus sonhos, podemos andar livremente pelas ruas de Bagdá em busca dos alvos de uma conspiração.

O interessante do game é a forma como a história é contada. É quase uma forma não linear, que vai sendo acompanhada pelo jogador aos poucos, conforme pistas vão sendo encontradas – falarei sobre isso mais a frente.

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

De qualquer forma, Mirage, para mim, conseguiu resgatar a essência de jogos clássicos, como Assassin’s Creed II – meu favorito. Há certa nostalgia ao acompanhar o desenrolar da história ao mesmo tempo em que temos elementos diferentes e melhorados – embora, não há como negar que a narrativa aqui é mais intrigante.

E isso não seria nada sem os personagens que ajudam Basim em sua jornada. Todos eles possuem um papel importante e ajudam na construção da narrativa – principalmente Nehal, que nos surpreende de diversas formas.

Exploração

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Acho que, de todos os Assassin’s Creed mais recentes, esse é o que tem a exploração mais livre e próxima dos games originais. Aqui temos a volta das corridas livres, do parkour e dos obstáculos que resultam em manobras bonitas de se ver.

Além disso, são muitos itens para coletar e coisas para se fazer nas cidades – e até nos desertos. É normal precisar usar o Instinto de Águia para se guiar a todo momento, encontrar itens importantes, como chaves para progredir na história.

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

A possibilidade de se sentar em um banco comum para ouvir conversas entre pessoas importantes é muito interessante e me faz questionar se algo assim funcionaria na vida real.

Se você quiser apenas seguir a história, é possível. No entanto, vai perder o que Mirage tem de melhor, que são as possibilidades.

São locais para invadir, tesouros para coletar, documentos para ler e diversos outros acontecimentos e oportunidades que podem ser perdidas.

Atualmente, tenho quase 50 horas de jogos e estou longe de conseguir fazer tudo o que o jogo proporciona – isso falando de coisas extras, já que a história foi finalizada.

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Por isso, não tenha pressa em explorar Bagdá e todos os mistérios que a cidade pode oferecer para os jogadores. Você pode se surpreender com algumas das surpresas – principalmente os jogadores de longa data.

Furtividade em Assassin’s Creed Mirage

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

A furtividade é outro ponto muito importante em Assassin’s Creed Mirage. É sempre possível enfrentar os inimigos frente a frente. No entanto, isso não é aconselhado no caso de grupos muito grandes – por motivos óbvios – ou no caso de alvos em propriedades protegidas por guardas.

Nesses dois casos, combates desnecessários podem ser evitados ao manter-se escondido em moitas e telhados, e atacar os alvos quando estiverem distraídos. Isso porque o sistema de esquivas do jogo, no caso de embates diretos, não funciona muito bem.

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Há dois tipos de ataques: os normais e os carregados. Para identificá-los, basta ficar de olho na cor emanada pelos inimigos. O tom amarelado pode ser impedido, enquanto o avermelhado é letal e quebra a guarda de Basim.

No entanto, a janela entre a cor aparecer e o tempo de ação é muito curto, exigindo que o jogador tenha reflexos rápidos para apertar o botão certo – defender o ataque ou desviar. Muitas vezes esse erro pode ser fatal, obrigando o jogador a repetir o segmento de batalha até acertar.

Isso pode ser meio frustrante, principalmente em locais com vários inimigos. Portanto, prefira sempre a furtividade e o fator surpresa – que é sempre encorajado pelo jogo ao oferecer telhados, construções e cordas para que Basim fique sempre no alto, observando tudo de cima.

Porém, felizmente, é possível usar distrações para confundir os inimigos e acessar os alvos mais facilmente.

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Ao entrar em locais para realizar missões, pequenos furtos, ações e distrações fazem com que alvos importantes de assassinato tenham sua atenção voltada para o acontecido, expondo-o para o momento perfeito para realização da morte.

Abrace o novo e reviva o clássico

Apesar de já ter citado que esse é um retorno às raízes, Assassin’s Creed Mirage não pega os jogadores apenas pela nostalgia, mas também por misturar elementos dos games anteriores.

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Como é o caso da árvore de habilidades, que marca seu retorno no jogo, e é a maneira pela qual os jogadores melhoram as habilidades de Basim, ao comprar mais espaços de itens de cura ou no inventário.

De qualquer forma, a jogabilidade remete aos games mais antigos e pode ser um sopro de ar fresco para quem deseja voltar às origens dos jogos. Porém, isso também marca o retorno dos bugs de movimentação que o jogo possuía.

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Bater em paredes invisíveis, subir em estruturas sem a intenção e até não conseguir subir em estruturas são coisas comuns de acontecer e exigem certa paciência, principalmente em missões em que fugir rápido é necessário.

Sistema de investigação

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

O grande destaque de Assassin’s Creed Mirage, no entanto, são as investigações. Esse é o sistema adotado pela Ubisoft para contar a história do game.

Os jogadores devem visitar locais, conversar com pessoas e coletar itens para completar objetivos e montar um “quebra-cabeças” do caso para prosseguir e chegar em quem está por trás da história do título.

Tudo funciona como uma árvore que vai crescendo os ramos conforme os mistérios são resolvidos e os alvos eliminados. É interessante como Basim vai ligando os acontecimentos para chegar às conclusões.

Acontecimentos do mundo

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Por fim, o mundo de Assassin’s Creed Mirage é bastante vivo e reage aos acontecimentos. Se o nível de procurado do jogador estiver alto, por exemplo, os transeuntes vão reagir a isso e começar a chamar por guardas, seja onde for.

Para acalmar os ânimos, é necessário eliminar os cartazes de procurado espalhados pela cidade.

Outra adição interessante são os Contos de Bagdá, pequenas histórias paralelas que apresentam cidadãos da cidadde ao jogador que necessitam de ajuda de algum tipo, isso encoraja as pessoas a andarem pela cidade para encontrar esses segmentos.

Conclusão

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Posso parecer redundante falar isso, mas Assassin’s Creed Mirage é a volta do jogo às raízes, o que mostra como é possível manter a essência ao mesmo tempo em que se reinventa.

Com mecânicas clássicas e algumas coisas renovadas, o game consegue manter sua identidade e trazer novidades para quem deseja se aventurar por Bagdá. O mundo é muito vivo, cheio de acontecimentos e tem tudo para divertir por horas.

Assassin's Creed Mirage

Imagem: TecMasters/Luiz Nogueira

Apesar dos problemas com o impacto em objetos indesejados, isso fica em segundo plano quando estamos explorando os locais em busca de segredos e desbravando lugares secretos.

Assassin’s Creed Mirage chega em 5 de outubro para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S/X.

Para realização desta análise, a Ubisoft enviou uma chave para PlayStation 5.

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