Final Fantasy XVI é o próximo grande lançamento da Square Enix e, como é de se esperar em qualquer novidade da longeva franquia de RPGs da publisher japonesa, a empresa tem muito o que apostar no jogo.

Recentemente, vários membros da imprensa internacional foram convidados pela companhia para testar uma versão demonstrativa do título, além de elucidar algumas dúvidas que persistiam sobre ele junto ao público. Reunimos abaixo os três pontos principais que você precisa saber para ficar por dentro:

Por que Final Fantasy XVI é exclusivo do PS5?

O ponto mais evidente é um para o qual a Square Enix já está bem familiarizada: a exemplo de muitos de seus predecessores, Final Fantasy XVI será lançado apenas no PlayStation 5 (PS5). Versões para Xbox e PC obviamente virão depois, mas o ponto é: gozando de uma longeva parceria, a Square Enix escolheu mais uma vez a Sony para lançar o seu principal jogo de 2023 primeiro.

Segundo o produtor Naoki Yoshida, isso se deu pelo fato da Sony fornecer apoio técnico à empresa durante o desenvolvimento. De acordo com o próprio, em entrevista ao 4Gamer:

“Eu acho que existe esse tipo de intenção da parte do fabricante. Entretanto, de nosso ponto de vista, o suporte técnico que recebemos da criadora do hardware foi um grande fator em favor de assinarmos uns contratos. Desta vez, houve uma parte do jogo que nós desenvolvemos junto de engenheiros da SIE [Sony Interactive Entertainment] que conhecem o hardware em todos os detalhes, e recebemos um auxílio generoso na otimização que não daríamos conta sozinhos. Mais além, ao não precisarmos nos preocupar em desenvolver para várias plataformas, conseguimos investir mais horas em coisas como a construção do jogo e sua otimização.”

Vale lembrar: a exclusividade de Final Fantasy XVI no PlayStation 5 vai durar apenas seis meses. Depois disso, a versão para Xbox Series S/X virá. Já o PC, segundo Yoshida, deverá receber o jogo “eventualmente”.

Final Fantasy XVI

Imagem: Square Enix/Divulgação

“Não chame Final Fantasy XVI de RPG japonês”

A franquia Final Fantasy pertence ao gênero dos RPGs. E sendo a publisher Square Enix uma empresa japonesa, faz sentido referir-se ao jogo como um “JRPG”, certo? Você pode pensar que sim, mas Naoki Yoshida não vai gostar muito disso.

Nós já falamos sobre isso aqui no TecMasters, mas segundo Yoshida, o termo “JRPG” foi inicialmente cunhado para designar jogos com estética “parecida com Final Fantasy VII” – jogo este que possivelmente é o mais popular da série. E isso é um problema:

“Para nós, como desenvolvedores [no Japão], a primeira vez que ouvimos [o termo ‘JRPG’], ele soou como algo discriminatório. Como se alguém estivesse tirando sarro de nós por estarmos fazendo esses jogos, então para alguns desenvolvedores, o termo ‘JRPG’ pode soar como algo que vá despertar sentimentos negativos devido ao passado.

Não era encarado como um elogio para muitos profissionais no Japão. Entendemos que, hoje em dia, o termo ‘JRPG’ tem conotações melhores e vem sendo usado como algo positivo, mas nós ainda lembramos do tempo em que ele era justamente o oposto.”

Em termos resumidos, o termo “JRPG” era usado para designar jogos que seguissem uma receita específica, o que essencialmente poderia afastar jogadores que não se sentissem atraídos pelo jogo e que, de uma forma mais ampla, entendessem o estilo dele como o único representante do gênero – obviamente, isso não é verdade.

Usar o termo “JRPG”, então, é errado? Bem, não. Você não estará enganado se chamar o novo jogo desta forma. Como dissemos, ele é um RPG, e ele é japonês. Mas é difícil não rechaçar a ideia exposta pelo produtor – que é japonês nascido e, bem, se tem alguém que entende do assunto, é ele.

Final Fantasy XVI

Imagem: Square Enix/Divulgação

É Final Fantasy XVI ou Devil May Cry? (Ou “Clive ‘solaria’ o Dante e provamos o motivo”)

Uma das coisas mais interessantes é a mudança de gameplay da franquia Final Fantasy. Partindo de um princípio focado exclusivamente na batalha por turnos, isso durou por 10 edições. A partir do online Final Fantasy XI (PlayStation 2), a Square Enix passou a flertar com um modelo mais baseado na ação em tempo real. Desde então – salvo por um modo de combate que simulava turnos em Final Fantasy VII Remake, ela nunca mais voltou.

Com Final Fantasy XVI, não será diferente. Inclusive, é possível argumentar que este será o jogo com mais ação nos combates de toda a franquia – e isso tem um motivo: Ryota Suzuki. Se você reconhece o nome, receba nossos parabéns por ser um verdadeiro entusiasta: o diretor de combate do jogo é um dos responsáveis pela ação vista em Marvel versus Capcom 2, Devil May Cry 4 e, mais recentemente, Devil May Cry 5.

Questionado pela Game Informer sobre quem venceria em um combate direto, apesar de seu carinho pelos antigos colegas na Capcom, Suzuki foi enfático: Clive, protagonista de Final Fantasy XVI, venceria Dante, o principal (anti-) herói de Devil May Cry. E isso se daria simplesmente pela capacidade do primeiro de invocar os monstros sagrados conhecidos como Eikons, que parecem ser uma peça fundamental da narrativa do novo Final Fantasy.

Final Fantasy XVI é um dos anúncios do The Game Awards

Imagem: Square Enix/Divulgação

De acordo com as muitas prévias publicadas até aqui, o combate é a parte mais veloz do jogo, apostando na execução de combos e misturando elementos físicos e mágicos – segundo algumas publicações, em trocas bastante fluídas. Os eikons mencionados anteriormente são, na verdade, alguns dos personagens que estão no seu grupo de luta (controlados por IA), que se transformam nas invocações por meio de talentos muito específicos (e amarradas à história – um detalhe que vamos deixar de lado por enquanto a fim de evitarmos spoilers).

Em um texto, o jogador iniciou um combo com um ou dois golpes de espada, seguido de uma habilidade de um eikon que lhe permitia se teleportar para perto de um outro inimigo, encurtando a distância e abrindo caminho para continuar a chuva de golpes de forma mais frenética. Em Devil May Cry, isso é, essencialmente, o “arroz com feijão” do gameplay – e um testamento à influência de Suzuki no desenvolvimento. É quase como uma assinatura do homem.

As inúmeras habilidades de Clive no jogo são apresentadas a você por meio de um menu circular, não muito diferente do que se vê em qualquer jogo de RPG com ênfase em ação, como Horizon Forbidden West. Neste menu, estão as magias de cada personagem, as habilidades com arma e os eikons. E nisso, reside uma mecânica interessante que lhe permite encadear magias em combos – alçar um inimigo no ar com uma habilidade do eikon Phoenix e, enquanto ele está lá, trocar para o eikon Titan e jogar nele uma rocha imensa.

Imagem mostra um dos menus de Final Fantasy XVI

Imagem: Game Informer/Reprodução

Se você não é muito fã da ação mais acelerada, porém, o jogo conta com dois níveis de dificuldade – “História” e “Ação”. O segundo é autoexplicativo, mas o primeiro lhe permite desacelerar um pouco o ritmo, em alguns casos até lhe fornecendo itens que fazem o combate ser mais automatizado (não “automático” – há diferença), ou ainda mudando o combate para um sistema mais “button masher”, colocando toda a ação em um ou dois botões justamente para que você se concentre no desenvolvimento da trama.

Além disso, há as lutas de eikons contra eikons – essas sim, parecem traduzir um senso de grandiosidade e escala a Final Fantasy XVI. Segundo a Game Informer, uma luta desse tipo parece uma “luta de kaijus” – remetendo aos monstros japoneses de antigos seriados de TV: os eikons são lentos, mas batem muito forte. E nisso, as habilidades elementais das invocações se mostram mais evidentes, com Ifrit, por exemplo, deixando o cenário mais e mais tomado pelo seu fogo infernal.

Yoshida disse, no entanto, que essas lutas mais cinemáticas são parte do enredo, e cada uma delas é única e contextualizada, ao invés de ser apenas mais uma mecânica de gameplay. O produtor afirmou que, na versão final do jogo, cada luta vai parecer uma espécie de minigame: enquanto uma se apresentará como um “troca-socos” mais comum, outra vai parecer uma corrida ou um jogo de tiro em 3D.

Imagem mostra gameplay de Final Fantasy XVI

Imagem: Game Informer/Reprodução

No geral, as primeiras impressões sobre o jogo foram bem favoráveis, e a Square Enix caminha para o sucesso no que deve ser seu maior lançamento do ano de 2023. Resta saber se o jogo vai comprovar essas expectativas.

Final Fantasy XVI tem lançamento marcado para 22 de junho de 2023, exclusivamente no PlayStation 5.

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