Nos últimos 4 dias, você deve ter acompanhado a polêmica envolvendo Sam Altman, a Microsoft e a liderança da OpenAI, a empresa que criou o ChatGPT. Bom, tudo indica que a novela tenha encontrado seu capítulo final – e ele é de uma reviravolta digna de peças da dramaturgia mexicana.

Depois de ser demitido da empresa, contratado pela Microsoft, ver amigos seus deixando a OpenAI em respeito a ele e até um outro executivo ter sido contratado em seu lugar, tudo indica que Sam Altman vai…voltar à OpenAI, como CEO – cargo este que ele já ocupava antes.

Mas calma, a situação não é livre de reviravoltas: segundo o anúncio feito pela própria empresa no tuíte acima, não apenas Altman está de volta, mas também Greg Brockman – que havia se demitido em respeito ao amigo – retorna à companhia (via Verge).

Mais além, o conselho diretor da companhia de inteligência artificial (IA) – que havia demitido Altman lá no começo dessa celeuma – será quase totalmente trocado. O “novo” comitê já conta com três membros: Bret Taylor (chairman), Larry Summers e Adam D’Angelo. A função dos três será a de, junto do “novo velho” CEO, supervisionar a escolha de até outros nove membros do corpo, efetivamente reformulando a liderança da OpenAI.

Dos atuais membros, D’Angelo já era participante do comitê anterior – e o único a ser contrário à demissão de Altman. O executivo é mais conhecido por ter co-fundado e, atualmente, liderar a plataforma Quora de perguntas e respostas online. Já Summers foi o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos durante a presidência de Bill Clinton, enquanto Bret Taylor foi CEO da Salesforce e chegou a dirigir o Twitter antes de Elon Musk comprar a rede social.

A volta de Sam Altman à liderança da OpenAI marca uma vitória para a Microsoft: a empresa dona do Xbox e do Windows tem uma parceria bilionária com a dona do ChatGPT (algo em torno de US$ 17 bilhões, ou R$ 83,16 bilhões) e atuou com força nos bastidores para reverter a demissão do executivo. Antes de Altman voltar, ele chegou até a ser contratado para comandar a divisão de IA na própria Microsoft…talvez não ironicamente fazendo com que a OpenAI respondesse…a ele.

Imagem mostra o CEO da OpenAI, Sam Altman

Imagem: jamesonwu1972/Shutterstock

As negociações para o retorno de Altman chegaram a um impasse no último domingo (20): a exigência de Altman – com anuência da Microsoft – era a de que o conselho diretor fosse trocado. Como resposta, a OpenAI anunciou a contratação de Emmet Shear (ex-CEO da Twitch) para a posição aberta. Altman foi então “contratado” pela Microsoft e, em uma ação derradeira, pouco mais de dois terços dos 770 funcionários da OpenAI pediram as contas em respeito ao líder removido.

De lá para cá, muita gente “pesou a mão” até que eventualmente o conselho anterior renunciasse e Altman pudesse voltar de onde foi originalmente demitido. Originalmente, o corte de Altman se deu por discordâncias entre ele e o conselho sobre a monetização das capacidades de estrutura de IA – originalmente, a OpenAI foi concebida como uma empresa sem fins lucrativos, mas o investimento por parte da Microsoft gerou uma demanda por um modelo comercial que levantasse capital o suficiente para custear o caríssimo processamento necessário para o avanço de sua IA.

Hoje, o maior produto da empresa é o ChatGPT, que é disponibilizado em dois pilares: o modelo gratuito usa o modelo amplo de linguagem em sua versão GPT3.5, mais desatualizada e “menos inteligente”. Usuários pagos têm acesso ao GPT4.0, que é mais coerente e preciso em suas respostas.

Outros produtos da companhia incluem o DALL-E (um modelo de IA específico para criação de imagens por meio de descrições de texto) e o OpenAI Codex, o modelo completo de linguagem que atua junto das outras duas ofertas.

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