Nos últimos dias, Sam Altman deve ter aparecido em mais manchetes de publicações digitais do que quando era conhecido simplesmente por ser “o CEO da OpenAI“, a empresa por trás da popular ferramenta de inteligência artificial, o bot ChatGPT, do GPT-4 e da IA DALL-E.

Não à toa: ele não apenas foi “convidado a sair” da empresa que ajudou a fundar de forma bastante abrupta (algo que, por isso também, foi visto mais como uma expulsão do que qualquer outra coisa), como também ilustrou notícias nesta segundona (20) por ter sido o novíssimo contratado pela Microsoft.

Mas não acabou por aí, não.

Se você ficou mais perdido que cachorro em dia de mudança, o TecMasters decidiu fazer um compiladão maroto, pra você poder entender essa polêmica em uma linha do tempo super (hiper-mega-blaster) explicativa.

É o que chamamos de ~textão~, só que feito no melhor estilo TecMasters.

Vamos nessa?

OpenAI

Imagem: Production/Shutterstock.com

⚓️ Navegue por aqui~*


⚡️Sexta-feira, 17 de novembro de 2023

(recomenda-se a leitura com voz de narrador, com ar de mistério)

Sam Altman, cofundador da OpenAI e até então CEO da empresa, teria começado seu dia normalmente, em uma sexta-feira como outra qualquer. Exceto, talvez, pelo fato de que ele teria uma reunião marcada com um dos seus cofundadores por volta das 12h.

E, de repente, a notícia no blog oficial da empresa:

“OpenAI anuncia transição de liderança.”

No mesmo anúncio, a OpenAI afirma que a CTO Mira Murati assume imediatamente o cargo de CEO interina, enquanto a companhia entra em um processo para buscar um substituto definitivo.

Além disso, Greg Brockman, presidente da OpenAI e um dos fundadores, também deixa o cargo de chairman do board, continuando com seu cargo dentro da empresa. O executivo também passa a responder para o CEO no caso, a CEO interina.

“O conselho de administração da OpenAI, Inc., 501(c)(3) que atua como órgão regulador geral para todas as atividades da OpenAI, anunciou hoje que Sam Altman deixará o cargo de CEO e deixará o conselho de administração. Mira Murati, diretora de tecnologia da empresa, atuará como CEO interina, com efeito imediato.”

Um adendo antes de continuarmos.

📌 O tal “501(c)(3) mencionado é referente a um código da legislação tributária dos Estados Unidos relativo às organizações sem fins lucrativos, as quais têm direito à isenção de impostos. Por padrão, incluem-se neste quesito instituições estabelecidas com fins de “caridade, religiosos, educacionais, científicos, literários, testes de segurança pública, promoção de competições esportivas amadoras nacionais ou internacionais e prevenção de crueldade contra crianças ou animais”, diz a explicação oficial.

Essa estruturação, apesar de levar em seu teor a questão “científica” que poderia ser encaixada nos trâmites de trabalho da OpenAI, ela também deixa uma brecha do ponto de vista de negócio (e o motivo que permitiu à Altman ser demitido tão rapidamente).

A estrutura da OpenAI não é comum. “Não tenho participação na OpenAI”, afirmou Altman em uma audiência no Senado em maio sobre IA. Sem participação, ele tampouco tem “poder de escolha” — o que o deixou completamente vulnerável e à merce da confiança que ele depositou no conselho e demais pares de trabalho (e vice-versa).

Para você ter uma ideia: durante a audiência, a reação do senador John Kennedy após a afirmação de Altman foi a de sugerir ao executivo a contratação de um advogado. “Você precisa de um advogado ou de um agente”, teria dito (via CNBC) Kennedy, vale mencionar, deu a sugestão em tom de piada, mas ela não deixava de ser uma afirmação que se demonstrou um tanto sensata, na verdade.

Vale ressaltar aqui que altman não é o único sem a participação. De fato: “Os diretores [do conselho da OpenAI] independentes não possuem participação acionária na OpenAI. Mesmo o CEO da OpenAI, Sam Altman, não detém capital diretamente”, diz o estatuto da empresa.

Agora, vamos à não tão breve explicação:

Quando foi fundada em 2015, a OpenAI funcionava dentro de um regimento caracterizado pelo “sem fins lucrativos”. Eles chamam esse “centro de administração da empresa”, por assim dizer, de OpenAI Nonprofit. Como a tecnologia de Inteligência Artificial é algo com grande potencial de lucro, eles decidiram abrir um novo braço do negócio caracterizado por ser “com lucros” uma subsidiária “for-profit”.

Seguindo, então, para a estruturação da OpenAI:

O conselho de administração da OpenAI possui o poder de decisão final. Isso porque o grupo formado pela diretoria é responsável por controlar a instituição sem fins lucrativos OpenAI Inc (Nonprofit) que está embaixo do estatuto regido pela 501(c)(3). A OpenAI Nonproft, por sua vez, controla a OpenAI GP LLC, o braço estabelecido com intuito de responder pela parcela “com fins lucrativos” do negócio.

Ou, como eles mesmos resumem no site:

“A subsidiária com fins lucrativos é totalmente controlada pela OpenAI Nonprofit. Aprovamos isso fazendo com que a organização sem fins lucrativos possua e controle integralmente uma entidade gestora (OpenAI GP LLC) que tem o poder de controlar e governar a subsidiária com fins lucrativos.”

Vale dizer que essa construção foi estabelecida por conta da essência da Inteligência Artificial: uma tecnologia em desenvolvimento e cujos fins podem representar um grande avanço para o mundo, mas também podem impor uma grande ameaça, a depender de como for gerenciada.

Entendendo esses riscos, o negócio foi estabelecido com intuito de ter uma espécie de salvaguarda, uma garantia de que, independentemente dos rumos tomados, o dinheiro não conseguiria se sobressair ao desenvolvimento da tecnologia — ao menos é o que eles transmitem por meio do estatuto da companhia.

Sendo assim, a missão da empresa fica como “garantir que a Inteligência Geral Artificial [também chamada de Artificial General Intelligence, ou apenas AGI] segura seja desenvolvida e beneficie toda a humanidade”, diz o documento.

Assim, a OpenAI estabeleceu também em seu estatuto que “embora a subsidiária com fins lucrativos tenha a permissão para obter e distribuir lucros, ela está sujeita a esta missão” da OpenAI sem fins lucrativos.

Resumindo: é por isso a OpenAI com fins lucrativos responde diretamente para a OpenAI sem fins lucrativos (e assim temos a hierarquia de poder).

~Fim do box explicativo~

▶️ Agora, de volta à treta…

De acordo com a OpenAI, a partida de Altman se deu após um processo de “revisão deliberativa por parte do conselho, que concluiu que ele não era consistentemente sincero nas suas comunicações com o conselho, prejudicando a sua capacidade de exercer as suas responsabilidades”.

Basicamente, membros do conselho diretor da empresa optaram por retirar Altman da liderança, bem como de qualquer cargo que o executivo tivesse, porque eles deixaram de confiar em Altman.

Aliás, eles foram bem explícitos sobre isso quando disseram que: “O conselho não confia mais em sua capacidade de continuar liderando a OpenAI”.

Imagem mostra o CEO da OpenAI, Sam Altman

Imagem: jamesonwu1972/Shutterstock

 

🔎 Mas quem é o tal “conselho” por trás da OpenAI?

O grupo anteriormente era formado por Altman e por Brockman, além de outras quatro pessoas, que permanecem dentro do diretório até este ponto da história.

Começando pelo cientista da computação Ilya Sutskever, que é também um dos cofundadores da OpenAI e uma das principais mentes por trás do aprendizado de máquina e outras tecnologias de inteligência artificial que levaram à criação do ChatGPT.

Além dele, integram o grupo:

🔸Adam D’Angelo, CEO e cofundador da plataforma de perguntas e respostas Quora.

🔸Tasha McCauley, empreendedora de tecnologia, engenheira especializada em robótica e atual CEO da GeoSim Systems, empresa que fornece tecnologia de gêmeos digitais.

🔸Helen Toner, diretora de estratégia e de subsídios de pesquisa para o Centro de Segurança e Tecnologia Emergente (CSET) de Georgetown. 

 

📅 Ainda na sexta-feira, 17, cerca de uma hora depois do comunicado oficial

Eis que Altman se pronuncia via X (ex-Twitter):

“Amei o tempo [que passei] na openai [sic]”.

O executivo também afirma que “foi transformador para mim pessoalmente e, espero, para o mundo um pouco. acima de tudo, adorei trabalhar com pessoas tão talentosas.”

Algo curioso: o final do post, no qual Altman afirma que “terei mais a dizer sobre o que vem por aí em breve”.

E esse em breve veio bem em breve, de fato. Mas não antes de levantar diversas discussões (e também uma boa revolta entre os funcionários da OpenAI).

É aqui neste meio tempo que Satya Nadella, CEO da Microsoft, dá as caras na linha do tempo. Ele, no entanto, entra apenas como um coadjuvante, exercendo a função de ser um dos principais investidores da OpenAI e, portanto, alguém que espera-se que fale alguma coisa neste momento.

Satya, como um bom porta-voz que é, deixou claro que o acordo com a OpenAI permanece, bem como a agenda de desenvolvimentos em torno das ferramentas de inteligência artificial.

“Temos um acordo de longo prazo com a OpenAI, com acesso total a tudo o que precisamos para cumprir nossa agenda de inovação e um roteiro de produtos interessante; e continuamos comprometidos com nossa parceria, com Mira e sua equipe. Juntos, continuaremos a entregar os benefícios significativos desta tecnologia ao mundo”, sinalizou.

Enquanto isso, vários funcionários da OpenAI recorreram ao X para expressar apoio a Altman em uma enxurrada de posts com emojis de coração.

Agora, vamos às revoltas, começando por Greg Brockman.

O então presidente da OpenAI liberou um post no X algumas horas depois de todo o caso vir à tona (e um pouco depois do pronunciamento de Nadella).

Nele, o executivo publica abertamente a carta que ele teria enviado ao conselho diretor da OpenAI, por meio da qual ele renuncia ao cargo.

“Oi pessoal,

Estou super orgulhoso do que construímos juntos desde o início, dentro do meu apartamento, há oito anos. Passamos por momentos difíceis e outros muito bons, conquistamos tanto, apesar de todos os motivos apontando para o impossível.

Mas baseado nas notícias de hoje, eu me demito.

Desejo genuinamente a todos vocês nada além do melhor. Continuo acreditando na missão de criar uma AGI segura e que beneficie toda a humanidade.”

 

Após o anúncio da OpenAI que pegou muitos de surpresa, Brockman liberou outra mensagem via X, afirmando que:

 “Sam e eu estamos chocados e tristes com o que o board fez hoje” e que “nós também ainda estamos tentando entender exatamente o que aconteceu”.

A intenção foi clara: a decisão foi unilateral.

 

🔎 Mas quem teria iniciado toda a movimentação?

Segundo o post do próprio Brockman, Ilya Sutskever é o nome que deveríamos buscar (lembra dele? Pois bem).

Greg Brockman explica que aquela tal reunião marcada para às 12h da sexta era, na verdade, o informativo da demissão de Altman.

A reunião teria sido marcada por Sutskever na noite da quinta-feira, 16, em uma mensagem enviada a Sam Altman.

“Ilya disse a Sam que estava sendo demitido e que a notícia seria divulgada muito em breve”, explicou Brockman, via X.

Seguindo a linha do tempo, às 12h19, Brockman recebeu uma mensagem de Sutskever, que pedia para falarem rapidamente.

Às 12h23 (porque esse pessoal é muito pontual mesmo, mesmo), Sutskever e Brockman se encontram via Google Meet. Na conversa, Brockman foi informado de que Sam fora demitido.

Ao mesmo tempo, Brockman também recebera a notícia de que ele mesmo estava sendo removido da cadeira de chairman do conselho, embora isso não fosse uma demissão, já que ele mesmo teria sido informado de que ele seria uma pessoa “vital para a empresa”.

Ao que Brockman menciona, a equipe de gestão da OpenAI tomou conhecimento da dança das cadeiras pouco tempo depois. Mira, por sua vez, teria sido avisada na noite anterior, visto que ela assumiria o cargo de CEO momentaneamente.

Mais uma vez, depois de toda a explicação, Greg Brockman teria agradecido a manifestação de apoio que eles receberam após o ocorrido, e teria encerrado a postagem com uma afirmação tão curiosa quanto a de Sam Altman:

 “Mas, por favor, não perca tempo se preocupando [conosco]. Nós ficaremos bem. Coisas maiores estão por vir em breve.”

Quem dá mais?

Logo após a renúncia de Brockman, outros três executivos seniores também se demitiram, incluindo:

🔸Jakub Pachocki, diretor de pesquisa e líder principal do GPT-4, 

🔸Aleksander Mądry, cientista da computação e head de preparação da OpenAI, responsável pela avaliação de possíveis riscos em torno do uso da inteligência artificial

🔸Szymon Sidor, cientista de pesquisa, membro da equipe técnica e um dos funcionários mais antigos da startup, com 7 anos de casa 


☔️ Sábado, 18 de novembro de 2023

E assim, o tempo começou a fechar de vez para o lado da OpenAI.

Brad Lightcap, COO da OpenAI (vulgo o chefe das operações), enviou um comunicado interno para informar aos funcionários o que estava acontecendo.

No memorando, obtido pela CNBC, Lightcap afirma que:

“Podemos dizer definitivamente que a decisão do conselho não foi tomada em resposta a má conduta, ou qualquer coisa relacionada às nossas práticas financeiras, comerciais, de segurança ou de proteção/privacidade”, escreveu ele.

Ainda de acordo com documento, a principal motivação para o desligamento de Altman teria sido a “quebra na comunicação” entre o executivo e o conselho.

No fim, Lightcap teria ressaltado que a empresa continua forte e com a mesma missão de antes, mas que os próximos passos ainda serão definidos.

Para quem quiser dar uma espiada no memorando na íntegra, segue o texto traduzido para o português:

“Time – depois do anúncio de ontem, que pegou a todos desprevenidos, tivemos diversas conversas com a diretoria para tentar entender melhor as razões e processos por trás da decisão deles. Essas discussões, e opções relacionadas ao caminho que trilhamos à frente, ainda estão em curso nesta manhã.

O que podemos dizer definitivamente é que a decisão do conselho não foi tomada em resposta a uma má conduta, ou qualquer coisa relacionada às nossas práticas financeiras, comerciais, de segurança ou de proteção/privacidade. O que ocorreu foi uma falha na comunicação entre Sam e o conselho. A nossa posição como empresa permanece extremamente forte, e a Microsoft continua totalmente comprometida com a nossa parceria.

Mira tem todo o nosso apoio como CEO. Ainda compartilhamos as suas preocupações sobre como o processo foi conduzido, estamos trabalhando para resolver a situação e forneceremos atualizações sempre que possível.

Tenho certeza de que todos vocês estão se sentindo confusos, tristes e talvez sintam algum receio. Estamos totalmente focados em resolver o assunto em direção a uma solução e a uma clareza, e retomando os trabalhos.

Nossa responsabilidade coletiva neste momento é para com os nossos colegas de equipe, parceiros, usuários, clientes e com o mundo todo que compartilha nossa visão de AGI amplamente benéfica. Aguentem firmes, estamos apoiando todos vocês 1000%.”

Você também pode acessar o original em inglês aqui.

 

💦 Ainda naquele sábado, 18…

Aparentemente, a tal “quebra na comunicação” foi uma percepção compartilhada apenas pelos membros do conselho diretor, visto que, logo em seguida, os investidores da OpenAI clamaram pela volta de Altman.

Sam Altman, a polêmica demissão do CEO da OpenAI e tudo o que veio depois

Ainda de acordo com a CNBC, citando uma fonte anônima próxima ao assunto, a Microsoft, a Tiger Global e a Thrive Capital eram três grandes nomes envolvidos na movimentação pró-retorno de Altman.

Também citando uma fonte anônima, a investidora Sequoia Capital teria entrado em contato com Altman após o anúncio e teria manifestado apoio ao executivo, bem como ao ex-presidente Greg Brockman.

De acordo com a fonte, o que ambos os executivos decidissem a partir daquele momento (tentando retornar à OpenAI ou mesmo seguindo por outros caminhos), eles teriam apoio da Sequoia.

A Sequoia também teria informado à Microsoft que apoia os esforços para trazer Altman e Brockman de volta.

De acordo com a CNBC, as fontes teriam pedido para permanecer em anonimato, visto que as discussões eram internas e confidenciais.

Segundo o The Verge, quem primeiro teria reportado as discussões pelo retorno de Altman e citando fontes anônimas também, o conselho estaria considerando a volta do executivo ao cargo de CEO, bem como concordou em ter Greg Brockman de volta.

O prazo seria até às 17h do sábado, deadline que teria sido descumprido. Ou seja, mesmo com o conselho supostamente tendo concordado com o retorno de Altman, bem como os diretores tendo previsto inclusive uma renúncia para o caso de o executivo retornar, nada havia sido decidido.


💧Domingo, 19 de novembro de 2023, 11h50 AM PT

(ou às 16:50 no horário de Brasília…)

Novamente, o The Verge atualizou a notícia, informando que o diretor de estratégia da OpenAI, Jason Kwon, teria dito aos funcionários que a empresa está “otimista” com o retorno de Altman.

No meio tempo, Brad Lightcap, COO da OpenAI, de forma intencional ou não (não dá para saber), iniciou um movimento pró-funcionários com o tweet “OpenAI is nothing without its people”

Ou:

“A OpenAI não é nada sem as pessoas”

A frase ecoou por entre outros funcionários da OpenAI espalhados pelo X, incluindo a então CEO interina Mira.

Ambos os executivos, Lightcap e Murati, estariam juntos para pressionar pelo retorno do agora ex-CEO, ao lado de outros funcionários.

O que aconteceu em seguida: analistas de mercado começaram a especular os próximos passos de Sam Altman. Uma das apostas era de que o executivo iniciaria uma nova jornada, rumo a uma nova empresa de investimentos em IA.

Outros especularam uma nova startup, também no ramo da inteligência artificial.

A Microsoft permaneceu como uma parceira, pressionando pela volta de Altman ao comando da OpenAI.

No fim do dia, no entanto, a decisão foi tomada: Sam Altman não voltaria à OpenAI.

(ao menos, não por ora).

No lugar, a empresa escolheu Emmett Shear, ex-CEO da Twitch, para ocupar o cargo de CEO interino.

Assumindo, inclusive, a posição que era de Mira Murati, que permanece como CTO da empresa.


☁️ Segunda-feira, 20 de novembro de 2023

A Microsoft, aparentemente, teve uma ideia melhor do que apenas apoiar a OpenAI e Altman.

A gigante de Redmond decidiu contratar o executivo, enviando-o direto para o seu quadro de funcionários, seguido por Brockman e mais outros executivos do alto escalão da OpenAI.

Todos farão parte de uma nova equipe de pesquisa em IA.

Sutskever, por fim, deixou um recado via X, dizendo que se arrependeu da decisão de remover Altman e que “nunca tive a intenção de causar danos à OpenAI”.

O executivo, inclusive, afirmou que faria tudo ao seu alcance para trazer o executivo de volta.

Será que podemos confiar na palavra de Sutskever?

Ou será esta mais uma reviravolta que, no final, dará na mesma e a OpenAI ainda ficará sem seu estimado CEO?

Mais cenas, no próximo capítulo.

ChatGPT, ferramenta da OpenAI

Imagem: Jonathan Kemper/Unsplash

Enquanto isso, mais revoltas:

Cerca de 710 dos 770 funcionários da OpenAI teriam assinado uma carta aberta à empresa pedindo pela volta de Altman e também pela renúncia dos membros do conselho diretor.

Mesmo com a negociação com a Microsoft, aparentemente Altman e Brockman estariam reconsiderando.

Como publicou o The Verge, a ida de Altman e de Brockman à big tech não foi algo fechado com 100% de certeza ainda.

Enquanto isso, no lustre do castelo o conselho da OpenAI teria abordado Dario Amodei, cofundador e CEO da Anthropic, sobre uma potencial fusão dos negócios, de acordo com o The Information.

A Anthropic é rival da OpenAI e criadora do Claude um chatbot que compete com o ChatGPT. A companhia é especializada no desenvolvimento de modelos de linguagem grande (do inglês Large Language Models, ou apenas LLMs).

No pacote, se fosse aceito, Amodei seria o novo substituto de Altman como CEO. Amodei, no entanto, teria recusado a oferta.


⛅️ Terça-feira, 21 de novembro de 2023

E em que pé está o caos.. quer dizer, o caso Altman versus OpenAI?

Até aqui, a estimativa era uma probabilidade alta de que Altman retornasse, bem como os executivos que deixaram a empresa logo em seguida. 

O maior empecilho para que isso acontecesse no entanto, teria nome e sobrenome: Adam D’Angelo. O CEO da Quora e também um dos membros do conselho estaria dificultando a vida de Altman, de acordo com o The Information.

Ele, que possui uma reputação de ser um tanto “cabeça-dura” entre pessoas que trabalharam ao seu lado, apesar de estar comprometido com o trabalho de fazer uma Internet melhor.

Outra intriga: o The Information também conseguiu relatos de que, alguns dias antes da fatídica sexta-feira, Altman teria tido uma discussão com Helen Toner. O nome é familiar, porque ela também faz parte do conselho diretor.

Ainda de acordo com a publicação, que citou fontes anônimas próximas ao caso, Altman teria tentado retirar Toner do conselho e estaria movimentando outros membros para apoiá-lo nessa empreitada.

Será que as inimizades foram a real motivação para a demissão do executivo?

Ou será que há ainda mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia?

Ou, ainda, que tudo não passou de um grande golpe de marketing? Nunca saberemos.


☀️ Quarta-feira, 22 de novembro de 2023

O que sabemos no entanto é:

Eis que nesta quarta-feira, menos de uma semana depois da confusão, Sam Altman retorna oficialmente à OpenAI como CEO.

Sam Altman, a polêmica demissão do CEO da OpenAI e tudo o que veio depois

E, como também foi antecipado, rolou uma reformulação no conselho (quase).

O “novo” comitê já conta com três membros: Bret Taylor (chairman), Larry Summers e, pasmem, Adam D’Angelo.

A função dos três será a de, junto do “novo velho” CEO, supervisionar a escolha de até outros nove membros do corpo, efetivamente reformulando a liderança da OpenAI.

É isso que temos por enquanto, pessoal.

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