[Review] The Crew Motorfest tem cenário paradisíaco e jogabilidade prazerosa, mas sistema de progressão decepciona

O The Crew Motorfest foi apresentado com uma proposta diferente, sendo que o cenário de uma ilha paradisíaca é um de seus grandes atrativos. Além disso, claro, a Ubisoft seguiu apostando na fórmula de reunir diversos jogadores online para que as partidas sejam sempre bem disputadas.

O TecMasters recebeu uma cópia de The Crew Motorfest para review e, após acelerar muito no Havaí, conta o que achou!

Apresentação de respeito e paradisíaca

O The Crew Motorfest não chega a ter uma ideia exatamente original, uma vez que apenas mostra um bando de competidores reunidos em uma ilha fechada para disputar corridas. Claro, num jogo de corrida, isto não é problema algum e dá um bom propósito para começarmos a disputa.

Imagem: reprodução/TecMasters

Além desta pequena história, algumas playlists, como são chamados os tipos de torneio, também contam sua própria história durante as corridas, mas não acrescentam tanto e só servem para não deixar o jogador “em silêncio”. Aqui, inclusive, vemos um pequeno problema, uma vez que o jogo não está dublado e ler enquanto corre não é tão legal, caso não esteja tão familiarizado com o inglês.

Imagem: reprodução/TecMasters

Outro ponto positivo da apresentação é que, desde o começo, logo o jogador já percebe que não serão apenas carros que ele pilotará. Motos, aviões e barcos, que fizeram sua estreia em The Crew 2, também marcam presença, só que deixaremos mais adiante na análise nossas impressões quanto a isso.

Mais um elogio que precisa ser feito é em relação ao cenário, que é simplesmente lindo. Apesar de não contar com Ray Tracing, o cenário paradisíaco de The Crew Motorfest conta com bastante reflexos e desperta a curiosidade por sua variedade.

Imagem: reprodução/TecMasters

Às vezes, até mesmo sair um pouco da estrada se revela divertido para parar e observar cenários como essa plantação de girassol. A física do cenário sendo destruída não é tão realista, afinal, o jogo está mais para um Arcade, mas isso não atrapalha, ao menos não neste momento.

Imagem: reprodução/TecMasters

Playlists são divertidas, mas progressão não é divertida

As playlists foram uma sacada interessante da Ubisoft em The Crew Motorfest para que os jogadores testem diferentes tipos de carros, aviões e outros veículos. Ao menos no lançamento, o jogo traz 15 playlists, que são justamente o suficiente para testar todos os tipos de veículos.

Apesar desse elogio inicial às playlists, aqui algumas decisões parecem ter sido um tanto quanto equivocadas. Por exemplo, enquanto temos playlists dedicadas para corridas mais off-road, com carros normais ou de F1 e outros, aviões e barcos ficaram em apenas uma playlist tudo misturado.

Imagem: reprodução/TecMasters

Esse ponto acima até pode ser revelado, mas o maior problema da playlist fica na falta de um sistema que realmente recompense o jogador com o que seja “dele”. Em todas as playlists, ao menos antes de completar uma corrida, o jogador só corre com veículos emprestados.

Mas como se ter apenas veículos emprestados para fazer as corridas iniciais já não fosse tão divertido, o jogador sequer tem a opção de “escolher mais de um veículo” para cada corrida. Entretanto, se o jogador quiser apenas repetir uma corrida, ele poderá escolher qualquer carro de sua garagem.

Imagem: reprodução/TecMasters

Honestamente, esse sistema de empréstimo de carros na campanha é bem frustrante, uma vez que você já conhecerá a corrida quando decidir correr de novo e não sentirá que está evoluindo, afinal, nada é seu na hora em que você realmente precisa ganhar para prosseguir.

Algumas outras playlists de The Crew Motorfest requerem que veículos específicos sejam comprados para serem iniciadas. Isso, claro, adiciona mais um problema, você tem que gastar o dinheiro que obteve em um carro específico ou em um conjunto só para prosseguir nas playlists.

Se os carros fossem baratos em The Crew Motorfest, tudo bem, mas não são, principalmente no começo da campanha. Praticamente, você fica com o dinheiro contado e não pode comprar um outro carro se quiser avançar na campanha sem perder tempo, mas lembrando que você também só poderia usar esse outro carro em corridas que já havia feito.

O The Crew Motorfest, vale lembrar, ainda traz microtransações para quem quiser evoluir mais rápido. Uma Lamborghini, por exemplo, custa aproximadamente R$ 40, um valor que não considero baixo. A parte boa é que praticamente tudo da loja pode ser obtido com o dinheiro ganho nas próprias corridas e eventos, mas haja paciência para acumular a grana caso queira bastante veículos na garagem.

Imagem: reprodução/TecMasters

Felizmente, para o lado de upgrades, as corridas dão bastante recompensas para que seu carro seja melhorado. Entretanto, vale lembrar que o carro que está sendo tunado muito provavelmente não é aquele em que você correrá, a não ser que esteja refazendo uma corrida.

De forma geral, a ideia das playlists foi interessante, mas poderia ser melhor aproveitada. Ao invés de obrigar o jogador a correr apenas com um veículo pré-selecionado, uma variedade de escolhas já ajudaria. E, algo que também espero, é que atualizações adicionem novas playlists, uma vez que as que acompanham o lançamento podem ser acabadas rapidamente.

The Crew Motorfest vai bem além das playlists

Após finalizar uma playlist em The Crew Motorfest, o jogador libera os seus desafios e atividades, que consistem basicamente em correr de um ponto a outro, atingir uma velocidade máxima e coisas do tipo.

Esse extra, eu achei bem divertido, uma vez que nem sempre é fácil realizar tudo o que é proposto. Não somente isso, realizar qualquer uma destas atividades também traz dinheiro, que às vezes chega a ser praticamente igual ao que foi obtido em uma corrida.

O único contra aqui, tenho que bater nesta tecla novamente, é que algumas dessas atividades te forçam a dirigir um carro específico. E, também, o jogo não deixa claro onde são alguns dos pontos em que começam estas atividades, como por exemplo um estacionamento sem marcação nenhuma no mapa que o jogador precisa realmente procurar por conta própria.

Imagem: reprodução/TecMasters

Além das playlists com seus desafios e atividades secundários, The Crew Motorfest traz um mapa com muitas atividades para serem realizadas. Estas vão desde buscas por tesouros até quebrar o recorde de velocidade máxima registrado por um radar.

Aqui, sejamos justos, estes são elementos que já vimos em jogos de corrida bem semelhantes, mas são extremamente bem-vindos. O The Crew Motorfest traz viagens longas e poder realizar estas atividades entre uma viagem e outra é bom para quebrar o ritmo.

Já o modo online de The Crew Motorfest merece muitos elogios. Um dos modos mais divertidos é o Grand Race, em que somos obrigados a controlar três tipos de veículos diferentes em uma mesma corrida.

Imagem: reprodução/TecMasters

O tempo para completar uma partida neste modo não é muito alto e fica na medida certa para quem quer descontrair. Inclusive, devido a contar com nada menos que 28 jogadores, não chegar em primeiro lugar não é tão frustrante.

Já o modo Demolition Royale, como seu nome quase denuncia, é um Battle Royale com carros. Nele, basicamente os jogadores precisam correr para pontos específicos da ilha para coletar melhorias ao mesmo tempo que tentam destruir seus adversários com batidas.

Uma jogabilidade prazerosa

O The Crew Motorfest traz uma jogabilidade mais arcade, mas que tem alguns toques, sim, de uma física realista. Ou seja, apesar de você poder acelerar bastante e nem sempre sentir como seria um carro de verdade, não é possível sair acelerando em curvas e sem frear.

Esta combinação da Ubisoft pessoalmente me agradou bastante, sendo que a Inteligência Artificial do jogo é justa, apesar de um veículo ou outro ser mais rápido que o seu em mesmas condições de forma, talvez, inexplicável. Mas, tem um pequeno detalhe na jogabilidade que me incomodou.

Assim como muitos jogos de corridas das últimas décadas, o The Crew: Motorfest gosta de uma NOS, o famoso Sistema de Óxido Nitroso. Para mim, ter um sistema desses em um jogo de corrida é essencial, mas aqui parece que abusaram um pouco demais disso.

Imagem: reprodução/TecMasters

Em qualquer corrida do jogo, eu me vi obrigado a usar a NOS de forma muito constante. Com isso quero dizer que não era um extra para momentos chaves, mas sim para praticamente qualquer reta ou até curva à vista com uma oportunidade de ultrapassagem.

Para os meus testes de jogabilidade, vale notar que usei tanto um DualSense quanto um volante G29 da Logitech. No DualSense, só elogios, uma vez que os gatilhos adaptativos do controle foram bem implementados até mesmo no PC. Já no volante, a experiência também foi bacana, mas por uma questão mais pessoal prefiro continuar utilizando-o em simuladores.

Conclusão

O The Crew Motorfest pode até não trazer uma ideia original, mas tem sua própria identidade e qualidade. Para começar, o seu cenário paradisíaco é realmente lindo, assim como os seus gráficos, e dirigir nesta ilha no Havaí é realmente relaxante e ao mesmo tempo emocionante.

A ideia das playlists, eu devo admitir que é boa, mas aqui entra o primeiro grave problema do jogo. O seu sistema de progressão não é recompensador e algumas limitações impostas pelo jogo fazem com que a experiência não seja tão divertida quanto poderia.

A jogabilidade do The Crew Motorfest, por sua vez, merece elogios e é bem divertida. O uso excessivo do NOS até é um contra, mas não estraga a experiência de dirigir e correr.