Demorou, mas chegou: passamos o último mês com o Galaxy Watch6 em…bem…pulso, e dentro de todo esse período, pudemos brincar com todas as funções que a Samsung disse ter ampliado no novo smartwatch. Felizmente, pudemos confirmar tudo isso: fora as novidades, as capacidades que já existiam na versão passada do aparelho foram bastante aprimoradas nesta – não são exatamente inéditas, mas são bem detalhadas.

Infelizmente para a sul-coreana, no entanto, nem tudo são flores, e a principal falta é bem grave: a bateria do Galaxy Watch6 é bastante inferior à de aparelhos bem menos capacitados que ele, o que pode tornar a experiência de uso irritante, tamanho o volume de recargas que você terá que fazer.

Imagem do Galaxy Watch6 da Samsung

(Imagem: Rafael Arbulu/TecMasters)

Samsung Galaxy Watch6: a inovação que não existe de verdade

Falar sobre um smartwatch é meio complicado pois, no cerne da tecnologia, todos são essencialmente a mesma coisa: eles sempre têm monitoramento cardíaco, registram desempenhos de treinos e, de uma forma geral, contribuem para uma análise melhor da qualidade de vida de quem, por meio deles, se incentiva a treinar ou se manter ativo. Uns têm mais esportes avaliados, outros têm menos…

Nesta percepção, o Galaxy Watch6 é definitivamente um destaque: desde o monitoramento de sono (com captação sonora para avaliar seu ronco) e o relatório extremamente minucioso dele, até o ECG e o monitoramento cardíaco, avaliação de oxigenação sanguínea, modalidades de treino das mais básicas (musculação, corrida, ciclismo, natação) até as mais esporádicas (boxe, remada), o relógio inteligente da Samsung realmente faz de tudo. Dizem que até dá para ver as horas em alguma tela dele…

Entretanto, nada disso consegue compensar de fato a bateria curta: no melhor dos cenários (isto é, com a função Always On do display desligada, bluetooth e wi-fi conectados apenas quando necessários e desligados durante o restante), o aparelho fica ligado por dois dias e meio. Só que, para usá-lo plenamente, você vai precisar de algumas dessas funções desligadas: a conexão com o app Samsung Health, por exemplo, funciona via bluetooth, para o upload de dados e leitura mais analítica dos relatórios de saúde.

Em termos mais simples: tudo aquilo que o Galaxy Watch6 faz de bom, pode ser rapidamente inutilizado pelo fato da carga da bateria não durar.

Convenhamos, usamos um smartwatch da mesma forma que usamos um relógio convencional: a gente coloca ele no pulso e esquece que ele está lá. Sim, você vai abrir um smartwatch com mais frequência – o Galaxy Watch6 tem controle de mídia, por exemplo, para você adiantar ou voltar a música do Spotify. Mas ainda assim, a mesma premissa permanece.

O sistema operacional é o Wear OS 4, com a já esperada OneUI 5 da Samsung. No geral, isso implica em alta similaridade ao modelo que o precede, mas há algumas melhorias: novas faces digitais disponíveis para download e widgets customizáveis agora podem ser inseridos em campos de acesso rápido na hora que você desliza os dedos horizontalmente na tela. Certamente um plus, tendo em vista que outros modelos tendem a dificultar o acesso a funções mais usadas da sua rotina.

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Design do Galaxy Watch6 é quase igual ao anterior, mas essa pulseira…

Pergunta à Samsung: a sul-coreana tem algo contra braços meio peludos? Por que uma pulseira que é realmente um saco para fechar e, quando você o faz, tem que se irritar ao vê-la puxar os pelos do braço?

Preferências de uso e ausências de depilação à parte, há alguns progressos aqui: o Galaxy Watch6 tem as bordas de display um pouco mais finas, o que se converte em uma tela com uma impressão de ser maior – especificamente, 0,1 polegada maior que a versão anterior – dentro da mesma carcaça de 40 ou 44 milímetros, dependendo do modelo que você escolher.

Uma coisa bacana é que a Samsung trocou a forma de trocar as pulseiras: o novo aparelho conta com um mecanismo de destacamento por botão. Já era hora de se livrar daquelas molinhas irritantes. Felizmente, se você já tem pulseiras adquiridas no modelo antigo, dá para usá-las no novo modelo.

A tela também pode agradar: ela eventualmente ficará marcada pelas suas digitais, mas isso vai demorar a acontecer. Mas na resistência, ele se destaca: não que a gente tenha atirado o bichinho na parede, mas umas quedas acidentais e umas “raspadinhas” em portões e paredes chapiscadas nem chegaram perto de ameaçar o display – foi coisa de limpar uma sujeirinha e seguir a vida.

Ah, enquanto estamos falando nisso: a certificação IP68 dá resistência à água e poeira. E sustento a até 5 atmosferas (ATM) marítimas garantem mergulhos de até 50 metros de profundidade sem danos.

Afinal, o Galaxy Watch6 vale à pena?

A gente sempre gosta de recomendar a adoção daquilo que a gente analisa aqui no site: de filmes a jogos a smartphones, nossa equipe pesa para você os positivos e negativos não tanto do ponto de vista técnico, mas pela experiência de uso.

No caso do Galaxy Watch6, no entanto, fica meio difícil fazer uma afirmação – pelo sim ou pelo não. Por um lado, ele tem bastante coisa para fazer, e convenhamos, é muito legal você ter um aparelho tão capaz a ponto de descobrir uma coisa nova a cada dia…

Por outro, a bateria…não mentiremos, isso nos incomodou bastante: pouca duração é algo que a gente reclama de qualquer aparelho, mas no caso de algo feito pela Samsung, dois dias e meio para algo tão inventivo durar menos que muito fitness tracker “meia boca” por aí é algo que muita gente pode considerar inaceitável.

Considere isso: o Galaxy Watch6, segundo o site da própria Samsung, custa R$ 2.499. Seu bolso vai sentir isso?

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