A realme segue apostando em ampliar a sua presença no Brasil, agora lançando o que pode ser a sua melhor opção no mercado de smartphones: o realme 11 5G, lançado na última semana por aqui (junto de uma ‘versão lite’ chamada 11x 5G), está em nossas mãos para testes há algum tempo, e hoje mostramos em nosso review que ele pode ser uma opção forte contra a concorrência – se a fabricante deixar de lado algumas práticas meio bobas.

A conclusão mais direta é: sim, o bicho é bom. Bem bom. De uma forma geral, o realme 11 5G atende a muitas expectativas se você souber o que esperar: é um smartphone intermediário, mas com alguns detalhes de hardware que rivalizam qualquer topo de linha. Isso dito, a quantidade de bloatware e algumas falhas algorítmicas de fotografia não deixam escapar o fato de que, apesar da alta capacidade, a realme ainda precisa investir um pouco mais no refinamento de seus produtos.

Imagem mostra o smartphone realme 11 5G

Imagem: Rafael Arbulu/TecMasters

realme 11 5G, um casamento entre elegância e desempenho

Obviamente, a primeira coisa que nota ao tirar o smartphone da caixa, é o visual: como de praxe, a realme apostou em duas versões distintas de cor – neste caso, “Glory Gold” e “Glory Black” (eu particularmente adoro traduzir nomenclaturas de fora, então vamos de “Glorioso”, vai falar que não soa melhor?). Assim como em modelos anteriores, as cores trazem efeitos visuais interessantes se colocados sob iluminação intensa – o Glorioso Dourado, em especial.

Essa beleza se reproduz no design geral: o display é bastante cristalino e vívido, e mesmo para quem não sabe o que esperar das especificações técnicas (estas, um pouco mais abaixo neste texto), é bem fácil de notar a beleza da tela frente a outros smartphones de igual capacidade (alô, Infinix!).

Na parte de disposição das câmeras, porém, o relevo “empina” o realme 11 5G, deixando-o “meio que” na diagonal. É bem óbvio que a fabricante chinesa pensou nisso – o anel que envolve o kit fotográfico traseiro serve tanto como detalhe visual como proteção – mas para quem tem certo receio de ver o aparelho em uma posição “não plana” pode ficar meio ressabiado.

Finalmente, o design também tem um senso prático: embora o conceito de leitor de digitais sob a tela esteja se tornando um padrão no mercado, a realme segue apostando no sensor lateral – o mesmo botão de abrir ou fechar a tela. E surpreendentemente, esse parece ser o único aparelho do ano onde esse componente funciona com a precisão prometida. É um movimento bem fluído sacar o smartphone do bolso e abri-lo na mesma mão, com a “pegada” bem firme.

Imagem mostra o smartphone realme 11 5G

Imagem: Rafael Arbulu/TecMasters

Hardware potente, mas OS tem uns gargalos

Internamente, o realme 11 5G traz uma configuração interessante, conforme a listagem abaixo:

  • Sistema operacional: realme UI 4.0 (baseada no Android 13)
  • Display: IPS LCD de 6,78 polegadas, quadro de 1080×2400, densidade de pixels de 392 ppi e taxa de renovação de quadros de 120Hz
  • Processador: MediaTek Dimensity 6100 Plus
  • GPU: Mali-G57 MC2
  • Memória: 8 GB
  • Armazenamento: 256 GB
  • Bateria: 5.000 miliampere-hora (mAh) com recarga rápida de tecnologia SuperVOOC (67 W)

Dentro das capacidades acima, o novo smartphone da realme traz alta promessa, cumprindo a maioria delas: a primeira coisa é a capacidade multitarefa – durante seu evento de lançamento, a chinesa prometeu até 20 apps abertos e rodando simultaneamente. Embora o nosso teste não tenha chegado a tanto, passou bem perto – foram 17 apps comuns do dia a dia abertos e rodando, entre redes sociais de alta demanda (como o Instagram) e vídeos constantes (como o TikTok).

A coisa começou a engasgar na hora de rodar jogos: testes feitos às pressas no 3DMark nos adiantaram esse resultado, mas na hora de rodarmos o nosso favorito para avaliações – Genshin Impact – bom, o jogo até rodou, mas tivemos que baixar o detalhamento gráfico para evitar uns gargalos. Achamos isso particularmente estranhos, já que smartphones menores (alguns, da própria realme) conseguiram trabalhar com o jogo aberto sem muita dificuldade.

Ainda assim, no que toca ao dia a dia, o realme 11 5G vai bem: a bateria dura aproximadamente um dia e meio em uso contínuo moderado, e a recarga é bem rápida – na redação deste review, o celular estava desligado e com a bateria zerada. Em cerca de 30 minutos, ela já havia passado de 60% da capacidade (e eu ainda nem havia terminado de escrever).

No mais, haja bloatware, hein, dona realme? Tá querendo roubar a (indigna) coroa da Samsung nesse campo, é? Ainda que a maior parte dos apps pré-instalados possa ser desativada (mas não “desinstalada”), não deixa de ser uma atividade irritante: selecionar app por app via “long press” (aquela coisa de “tocar por mais tempo” um ícone) é algo bem maçante.

E sim, é interessante que você os desative, pois se deixá-los “à toa”, alguns vão comer parte de seus recursos de processamento.

Câmeras têm números altos, mas processamento é mediano

Um ponto que a realme adora ressaltar em todos os seus aparelhos é o kit fotográfico. E, bem, ele é bom, em todos os aspectos, mas não é toda aquela “maravilha” que as ocasiões pomposas da chinesa fazem parecer.

Para começar, as especificações de todos os sensores seguem abaixo:

Câmeras traseiras

  • Kit duplo com 108 + 2 megapixels (MP), sendo um sensor principal e um teleobjetivo para alta profundidade, sensor 1/1.67 e abertura de F 1.75 + F 2.4.

Câmera frontal

  • 16 MP, f/2.5, 23 milímetros (alta angulação)

Vídeo

  • nos dois casos, 1080p de resolução a 30 quadros por segundo (fps) e suporte à tecnologia HDR

Para quem gosta de tirar fotos “do rolê”, seja do balde de cervejas ou de um lanche bem montado, a ótima notícia é que o realme 11 5G serve bem ao seu propósito: as fotos são bem nítidas e a vivacidade de cores ressalta os detalhes da composição independente do tipo de luz.

[Review] realme 11 5G pode ser a melhor opção de intermediário hi-end, mas bloatware irrita bastante
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Mais ainda, o smartphone consegue reproduzir com alta fidelidade vários tons de cor de pele – algo que você não vê com frequência até mesmo nos aparelhos mais hi-end. E as fotos à meia luz ou ambientes noturnos, embora não exatamente impressionantes, não deixam nada a dever.

O modo de 108 MP da câmera principal é engraçado para dizer o mínimo: a foto recém-batida não se destaca das normais em nada, mas o zoom serve para expor detalhes sem quebrar muito a pixelização da composição – isso dito, sei lá porque, levar essas fotos para a TV ou alguma outra tela maior revela as quebras no processamento. Em resumo, é bom, mas não “tão bom”.

[Review] realme 11 5G pode ser a melhor opção de intermediário hi-end, mas bloatware irrita bastante
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Conclusão

Ver um smartphone como o realme 11 5G em ação é algo bem satisfatório, e denota o esforço da fabricante chinesa em estabelecer uma presença forte no Brasil. Nós já falamos no passado sobre como a empresa gosta de simplificar seus lançamentos – a série C para os modelos de entrada, a série numerada para smartphones intermediários e (esta, ainda bem ausente no Brasil) a série GT para os modelos de alto desempenho.

Como o mais recente lançamento da série intermediária, o realme 11 5G não é apenas um destaque – ele tem potencial para ser o melhor smartphone que a chinesa disponibilizou no Brasil até agora. Obviamente, outros modelos virão em busca dessa coroa e, mesmo na concorrência, existem aparelhos melhores.

No entanto, a alta capacidade deste celular, e sua ótima relação custo-benefício, o tornam uma opção bastante interessante para quem quer boa qualidade de imagem com armazenamento robusto – estes, dois quesitos que a realme gosta de ressaltar. Ela comete exageros nas divulgações? Sim, mas o empenho nesses dois temas indicam que ela eventualmente pode acertar 100% do que afirma.

O realme 11 5G já está disponível para compra, na loja oficial da fabricante e seus e-commerces parceiros, por preços a partir de R$ 1.799.

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