A Activision convidou o TecMasters e outros membros da imprensa internacional a testar Crash Team Rumble, o novo jogo online multiplayer da empresa e que coloca o conhecido marsupial Crash Bandicoot em um ambiente de arena de combate com outros personagens de sua franquia.

E devo dizer: embora eu seja avesso ao multiplayer competitivo em geral, este jogo especificamente me prendeu. As primeiras impressões que tive até poderiam ser melhores, mas os aspectos positivos felizmente se sobressaem, entregando um material que pode surpreender aos mais incautos, que acham que “jogo de visual fofo” é necessariamente fácil.

Não é que Crash Team Rumble seja um produto complicado: o personagem principal já esteve envolvido em praticamente toda seara de gêneros dos videogames – corrida de karts, plataforma, você escolhe – mas no ambiente do multiplayer online, o seu protagonismo é deixado de lado para a priorização de um trabalho em equipe não só sólido, mas necessário para que se progrida em uma rodada da forma mais eficaz.

Começando do começo: o objetivo primário de cada rodada é coletar 2 mil frutas “wumpa” antes do seu oponente. Elas estão espalhadas pelo cenário, escondidas em caixas ou mesmo soltas e à vista. Algumas das caixas têm multiplicadores de quantidade e, com cada personagem da partida podendo segurar até 120 delas, eles devem levar o que coletaram até a sua base, para zerar seu contador pessoal e partir novamente em busca de mais frutas.

Imagem mostra cena do jogo Crash Team Rumble, da Activision

Imagem: Activision/Divulgação

Uma premissa fácil de entender, mas que rapidamente se torna um jogo de estratégia em tempo real bastante diverso: cada time conta com recursos extras – como plantas carnívoras que atrapalham o avanço inimigo ou geladeiras que curam danos que você tenha sofrido – além de multiplicadores de placar e, talvez o que você mais vá usar, golpes próprios de cada personagem para “sair na mão” com membros adversários (vença-os, e você rouba o que eles coletaram).

Os cenários são bem abertos, embora não se comparem a arenas mais conhecidas – Summoner’s Rift, de League of Legends, passa uma impressão de ser mais “épica” em suas projeções. Mas Crash Team Rumble compensa essa suposta pequenez ao inserir elementos de plataforma, combate e até um pouquinho de RPG em cada mapa, adicionando variedade à movimentação geral.

Tudo isso se junta em um pacote com uma camada primária bastante fácil de entender, mas que rapidamente se traduz em uma mecânica mais complexa, que exige estratégia e pensamento rápido para atingir o placar desejado antes do inimigo. Você vai atacar aquele oponente que só tem metade da vida? Ou será que é melhor ignorá-lo e buscar aquelas caixas com multiplicadores e aumentar sua conta de frutas wumpa em duas ou três vezes? Compensa você ativar plataformas suspensas e buscar benefícios para a equipe, ou seria melhor você encarnar um “cavaleiro solitário” mirar nos benefícios atribuídos ao seu personagem, torcendo para que toda a equipe se beneficie da sua evolução individual?

Imagem mostra cena do jogo Crash Team Rumble, da Activision

Imagem: Activision/Divulgação

Adicionando ainda mais tempero à mistura, os personagens de Crash Team Rumble contam com classes específicas – ou “papéis” (roles) – que lhes conferem capacidades específicas: Crash Bandicoot é o Pontuador (Scorer), mas há também o Impulsionador (Booster) e o Bloqueador (Blocker). Vale citar: as traduções são nossas e podem diferir do produto final.

Os pontuadores são a forma primária de pontuação: Crash, por exemplo, pode percorrer o cenário todo de forma ágil, coletando frutas e rapidamente voltando à estação para depositá-las. Dingodile, o bloqueador, é grande e pesadão, podendo ficar de guarda nas bases para impedir inimigos de depositar as frutas, enquanto Coco Bandicoot, uma impulsionadora nata, tem maior facilidade em ativar os benefícios de cenário e armadilhas contra inimigos.

Entretanto, apesar dos papéis terem atribuições específicas, nada impede que você use Dingodile como um pontuador, por exemplo – ele vem equipado com um aspirador de pó que pode sugar as frutas das proximidades. A desvantagem dele é a falta de mobilidade, enquanto Crash tem uma resistência inferior.

Tudo isso serve para criar uma receita que vai se alterando e se adaptando conforme você avança nas partidas – mesmo durante uma rodada, você pode ver personagens adotando papéis diferentes e ajustando suas estratégias em tempo real, o que força você a também repensar sua abordagem.

Considerando que cada partida tem poucos minutos de duração, esses momentos constantes exigem uma mente mais afiada.

Imagem mostra cena do jogo Crash Team Rumble, da Activision

Imagem: Activision/Divulgação

O que eu não curti, assumidamente, não tem tanto a ver com o jogo, mas sim com preocupações de quando ele chegar. Crash Team Rumble é bem divertido, mas o preço de R$ 169,90 na versão básica (R$ 199,90 na edição especial) praticado no setor local pode torcer o nariz de alguns.

Outro ponto negativo é a ausência do jogo no PC e no Switch. Programado para chegar no PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S/X, eu não posso deixar de olhar para ele e visualizar sessões em grupos entre amigos, pessoalmente e presencialmente, com um Switch na mão. Considerando que outros jogos – maiores e mais pesados – saíram no hardware da Nintendo, não enxergo razão para isolar a plataforma da japonesa assim.

E no PC, não há muito o que dizer: a plataforma primária para desenvolvimento de literalmente qualquer jogo, qualquer título que rode num console, também deveria rodar no PC, então dificuldades técnicas não são desculpa.

Ao menos, o jogo terá cross play entre todas as plataformas confirmadas.

Crash Team Rumble tem lançamento programado para 20 de junho de 2023.

[Preview] ‘Crash Team Rumble’ acerta ao esconder foco estratégico em visual cartunesco
[Preview] ‘Crash Team Rumble’ acerta ao esconder foco estratégico em visual cartunesco
[Preview] ‘Crash Team Rumble’ acerta ao esconder foco estratégico em visual cartunesco
[Preview] ‘Crash Team Rumble’ acerta ao esconder foco estratégico em visual cartunesco
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