O Pentágono pretende comprar US$ 2 bilhões em chips para março de 2022. Os semicondutores seriam utilizados em armas tecnológicas, como o bombardeiro B-2 antes que a única fábrica destes componentes encerre suas atividades.

A fábrica GlobalFoundries Inc. vendeu sua planta em Fishkill, Nova York, onde produzia chips especializados para sistemas orientados por GPS e o novo dono não irá mais produzi-los.

O Departamento de Defesa dos EUA enfrenta possibilidades de falta de fornecedores entre uma escassez global de chips, que são utilizados em itens para consumidores de celulares a veículos autônomos, mercado em que a GlobalFoundries irá expandir sua produção. O movimento do Pentágono tem como objetivo resolver uma queda crescente na capacidade de manufatura, de acordo com a porta-voz de compras Jessica Maxwell.

Com uma legislação de gastos emergencial aprovada pelo Congresso, um pedido inicial de US$ 885 milhões dos componentes foi enviado em 15 de dezembro para empresas dos EUA para que possam comprar uma quantidade substancial do total da GlobalFoundries. Assim, a GlobalFoundries teria tempo o bastante para atender aos pedidos e fabricar os componentes antes de encerrar suas atividades, informou a porta-voz.

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Pentágono reage a uma escassez global de chips – Imagem: Pixabay

Departamento de Defesa fez pedido urgente por chips

A urgência do pedido é marcante. Os US$ 885 milhões foram o único pedido de exceção relacionada ao Pentágono que o departamento de orçamento da Casa Branca pediu ao Congresso que aprovasse como medida emergencial, o que geralmente congela os gastos em níveis fiscais de 2021.

O resto dos US$ 2 bilhões em pedidos devem ser enviados em 3 de março, antecipando a finalização da venda da fábrica em dezembro próximo, de acordo com uma fonte anônima no departamento de defesa à Bloomberg. Os chips levam cerca de três meses para serem transformados de discos de silício a produtos finais.

Sistemas que utilizam os semicondutores incluem o bombardeiro furtivo B-2, o Veículo Tático Leve conjunto do exército e marinha, o veículo com rodas Stryker do exército, O destroyer da marinha classe Arleigh Burke e a nova bomba pequeno diâmetro II da Aeronáutica, que está supervisionando as negociações.

O fim da Fábrica 10

A venda de US$ 430 milhões da fábrica especializada da GlobalFoundries, ou “Fábrica 10”, para a corporação On Semiconductor é o motivo destes pedidos de compra emergenciais para acabar com o estoque, disse a empresa em uma declaração. Para alguns programas e tecnologias, a empresa pretende suprir grandes volumes de manufatura de chips para que sejam suficientes para toda a duração dos programas.

Já em outros casos, a empresa estaria fazendo parcerias com o Departamento de Defesa para estender a duração de algumas tecnologias fabricadas na Fábrica 10 com a transição da manufatura para outras fábricas da GlobalFoundries.

A fábrica em Fishkill foi construída originalmente pela IBM. Em abril de 2019 foi feito o anúncio oficial da venda para a On Semiconductor, que terá total controle de meios de produção e força de trabalho até dezembro de 2022, caso não haja objeção de reguladores americanos.

A Aeronáutica disse em comunicado que a compra em atacado dos chips especializados GPS compatíveis com a classificação de “Circuitos Integrados de Aplicação Específica” tem a intenção de suprir muitos anos de usos em placas, receptores e plataformas que se baseiam nesta tecnologia. Os componentes são fabricados para atender os padrões do Departamento de Defesa para peso específico e necessidades de energia.

A GlobalFoundries opera fábricas nos EUA, Europa e Ásia, e afirma que tem entre seus clientes mais de 250 empresas. A firma é baseada em Santa Clara, Califórnia, mas a Mubadala companhia de investimentos, um braço de investimentos do governo de Abu Dhabi, Emirados Árabes, possui 80% da GlobalFoundries.

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