Embora a população geral se beneficie cada vez mais dos recursos de inteligência artificial – como a Google reforça no anúncio recente de seu chip para celulares – ainda é no campo militar que a tecnologia avança a passos largos. Basta ver que o Pentágono acaba de revelar que sua IA é capaz de prever e programar ações com dias de antecedência.

Parece algo digno dos cinemas, como o filme “Minority Report” mas é apenas tecnologia de ponta aliada ao acesso fácil de informações diversas, no mundo todo.

Inteligência artificial, problemas reais

A novidade foi compartilhada em uma coletiva de imprensa no início desta semana e parece estar dando bons resultados em testes feitos pelos militares americanos. O projeto é parte da iniciativa GIDE (algo como “Experimento de Domínio de Informação Global”, na sigla original) que visa utilizar dados em tempo real para auxiliar decisões militares.

Glen VanHerck, general da Força Aérea e comandante do Comando Norte , afirma que a ideia é aproveitar as informações analisadas e fornecidas pela inteligência artificial para antecipar ações inimigas e agir rapidamente. “É a possibilidade de sermos realmente proativos. E não falo de minutos ou horas, mas de dias [de antecedência]”, explica.

O Pentágono recentemente colocou o sistema à prova em 11 simulações de tomada rápida de locais-chave para os EUA, como o Canal do Panamá. Para oferecer resultados, o serviço baseado em IA coletou dados de sensores militares e civis para detectar padrões que sugerissem movimentação de possíveis adversários.

Inteligência artificial do Pentágono prevê ações inimigas dias antes

Reprodução: NASA/Unsplash

Segundo o portal de notícias ZDNet, o projeto pode crescer ainda mais quando sair da fase de testes. Afinal, poderá contar com informações de satélites, radares, dispositivos submarinos e dados fornecidos pelo próprio serviço de ciberinteligência do país e de seus aliados, que são processados por um modelo de inteligência artificial na nuvem.

Não substitui humanos

Para VanHerck a ferramenta é um avanço e tanto no uso de dados importante para a Defesa, uma vez que o mesmo trabalho feito em tempo real pela máquina levaria dias para ser analisado por agente humanos, que poderiam nem notar alguns dos padrões no meio da montanha de fontes de conteúdo.

Um exemplo disso é que os algoritmos de inteligência artificial conseguiriam contabilizar a média de pessoas numa base inimiga dependendo do número de veículos estacionados no local ou conferir quantos aviões estão parados ou circulando para definir se há risco de mísseis sendo preparados para disparo.

“Não estamos falando de novas informações. São informações que apenas não são analisadas ou processadas até mais tarde no nosso ciclo”, explica o general. Ele também faz questão de rebater controvérsias em relação a essas e outras iniciativas similares por parte dos militares, como a de que máquinas passariam a tomar decisões de vida ou morte.

“Humanos ainda estão atrás de todas as decisões. Não temos nenhuma máquina tomando decisões e não estamos nos apoiando em computadores para criar opções de dissuasão ou derrota”, finaliza.

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