Assassin’s Creed Mirage’ chegou hoje (5) às lojas online e físicas e, com ele, a franquia dá outro “pulinho” breve – desta vez ao passado. E como já é de praxe em todos jogos da franquia, é perfeitamente normal (e intencional) que a franquia da Ubisoft deixe você meio perdido. Convenhamos, parte dos enredos desses jogos é justamente abrir narrativas imprecisas e ir “destravando” pedaços da história conforme o seu progresso.

Ainda assim, mesmo depois que você terminar Mirage, pode ser que você ainda se sinta perdido em meio a tantos jogos sob o selo da marca. Por esse motivo, nós elaboramos uma linha do tempo mais aberta para que você saiba se situar. Vale o aviso, porém: por mais que a nossa equipe tenha evitado, é possível que alguns spoilers estejam posicionados a seguir.

Assassins Creed Mirage

Imagem: divulgação/Ubisoft

Assassin’s Creed: como viver as aventuras através da História

Para quem não conhece a marca, Assassin’s Creed essencialmente reconta a história do mundo sob a ótica de duas organizações secretas: a Ordem dos Assassinos e os Cavaleiros Templários. Essencialmente, ambas procuram reunir os artefatos antigos dos “Isu”, a civilização que criou a raça humana para nós servirmos como gado.

Os “Isu” eram uma população poderosa, mas ela não sobreviveu a um cataclisma climático (uma ejeção de massa coronal do Sol particularmente grande, caso você queira ser técnico). Entretanto, muitos de seus nomes sobrevivem hoje na forma de divindades adoradas pelos humanos: Odin, Jupiter, Poseidon…todos esses, a quem nós atribuímos a figuras divinas, eram na verdade cidadãos Isu, donos de poderosos artefatos.

E tais artefatos ainda estão escondidos nos dias atuais, quando a versão contemporânea da Ordem busca encontrá-los para impedir o fim do mundo. Em outras palavras, a trama se desenrola em duas frentes: um Assassino dos tempos atuais usa da tecnologia para explorar memórias do passado distante para encontrar seus objetivos.

Isso dito, vamos à ordem:

Assassin’s Creed Odyssey

Ambientado na Grécia Antiga durante os eventos da Guerra do Peloponeso, Odyssey é um dos jogos mais queridos da franquia Assassin’s Creed. Dotado de um mapa descomunalmente grande e uma precisão histórica ímpar até mesmo para os padrões da marca, o jogo estrelado pela mercenária espartana Kassandra e seu irmão caçula Alexios se passa 400 anos antes do segundo colocado na ordem, mais abaixo.

O jogo lhe dá a opção de jogar como ela ou como ele (canonicamente, porém, a Ubisoft já declarou que Kassandra é a protagonista) e apostou alto nos elementos de RPG, ao mesmo tempo em que manteve a mecânica de infiltração, bem como um volume bem alto de missões auxiliares.

Odyssey se ambienta antes da criação formal das duas entidades primárias – Assassinos e Templários – mas planta “sementes” que você vai saber que vão dar nelas.

Assassin’s Creed Origins

Saindo da Grécia e indo para o Egito antigo, Origins estabelece…bem…as origens do que viria a ser a Ordem dos Assassinos: os chamados “Escondidos” foram criados por Bayek, um guerreiro medjai responsável pela segurança e proteção dos faraós. Ambientado bem no meio do conflito entre o Rei Ptolomeu XIII e sua irmã Cleópatra, Origins começa como uma história de vingança: o assassinato do filho de Bayek com sua esposa – a também guerreira Aya – leva ambos a enfrentar a chamada “Ordem dos Antigos” e desvendar uma conspiração infiltrada nas altas classes sociais do Egito.

Origins foi o primeiro jogo da franquia após o seu retorno de um hiato: historicamente, a empresa lançava um título novo por ano, mas decidiu “pular” 2016 e trazer este jogo em 2017, reformulando a jogabilidade e incorporando elementos de RPG.

Assassin’s Creed Mirage

O jogo mais recente da franquia é, na verdade, o terceiro na ordem dos eventos: Mirage leva você a Bagdá, no Iraque, durante a chamada “Era de Ouro” do país. Você assume o papel de Basim Ibn Ashaq, que você já viu em Valhalla (mais abaixo). O jogo começa com você na forma de um moleque de rua, cometendo pequenos roubos para sobreviver até eventualmente tropeçar em algo que não devia e ser recrutado aos “Escondidos”.

Ainda não se sabe muito sobre o jogo, mas ele deve elucidar a vida de Basim até ele “adquirir a consciência” de que é a reencarnação de Loki, um dos cidadãos Isu de sua ramificação nórdica, que ressuscita repetidas vezes após os eventos do Ragnarok (o fim dos tempos de mitos escandinavos).

Segundo a Ubisoft, Mirage verá a franquia Assassin’s Creed voltar às origens, deixando de lado a grandiosidade dos elementos de RPG em favor de um retorno aos elementos de infiltração e uma redução de escopo, mas o jogo será canonicamente “amarrado” a Valhalla, que segue logo abaixo.

Assassin’s Creed Valhalla

Eivor Varinsdottir é a protagonista de Assassin’s Creed Valhalla, o jogo mais recente da franquia antes de Mirage. Nele, somos levados à Noruega e Inglaterra no período das grandes invasões do Exército Viking, logo após a morte do lendário Ragnar Lothbrok.

Dos jogos da “trilogia atual”, Valhalla é o…”menos querido”. Não é um jogo ruim, mas digamos que ele tinha expectativas muito altas depois do sucesso que foi Odyssey. Missões posteriores – uma até com Kassandra como coadjuvante – e as DLCs acabaram ajudando na recuperação de sua popularidade.

Aqui, a dualidade dos protagonistas também se fez presente, oferecendo a você jogar como “a Eivor” ou “o Eivor” mas, canonicamente, “ela” é a oficial da Ubisoft. Apesar de trazer um mapa menor que o de seu predecessor, Valhalla é de longe o mais longo jogo da marca atualmente, dado o volume de buscas e missões auxiliares, ele facilmente passa das 140 horas de partida.

Ah, e além de estabelecer uma conexão direta com Odyssey com uma missão co-executada com Kassandra (a sobrevivência dela por milênios é explicada no contexto dos dois jogos), Valhalla também se conecta a Assassin’s Creed III em um momento específico do jogo. Você sabe qual?

Assassin’s Creed

O primeiro jogo de toda a franquia foi lançado no PlayStation 3 em novembro de 2007 e nos apresentou à constante luta entre os Assassinos e os Templários. Ambientado na região de Jerusalém e adjacências no século XII, o título vem 300 anos depois de Valhalla e nos apresenta Altair Ibn’La-Ahad como protagonista.

Durante uma missão particularmente complicada, a arrogância de Altair faz com que ele não só falhe em matar o líder dos Templários da época, como cause a morte de dois companheiros sob seu comando. Como pena, ele tem seu ranking rebaixado e deve trabalhar para reaver seu prestígio, desvendando uma grande conspiração comandada pelos seus inimigos.

O jogo teve grande sucesso ao introduzir um foco intenso em furtividade e invasão, mas foi rapidamente superado pelo seu sucessor…

Assassin’s Creed II

A trilogia de jogos protagonizada por Ezio Auditore da Firenze, iniciada na Itália Renascentista, é de longe a mais querida pelos fãs da marca Assassin’s Creed. Não só colocou um personagem carismático em seu ponto central, mas a narrativa serviu para detalhar mais os Isu, seu papel na formação da humanidade e como, mesmo depois de mortos, eles ainda influenciam eventos históricos por meio dos “Pedaços do Eden” – poderosos artefatos que conferem poderes imensos a seus portadores.

Assassin’s Creed II ainda criou com fidelidade a Roma antiga e vários episódios conhecidos, como a Fogueira das Vaidades e toda a negatividade trazida pela Família Bórgia, cuja influência criminosa era tão grande que lhes rendeu até a posição máxima da Igreja Católica – um Papa entre os Templários.

A história se expandiu tanto que rendeu outros dois jogos dentro da mesma narrativa.

Assassin’s Creed Brotherhood

Brotherhood novamente traz Ezio no protagonismo do jogo, desta vez tentando reconstruir a Ordem dos Assassinos após os eventos que a enfraqueceram no final do jogo anterior. Após ver seu esconderijo destruído pelo ataque de Cesare Borgia, filho do Papa (pois é, celibato para que, né?), Ezio deverá usar a Maçã do Eden para diminuir o poder da problemática família e salvar a Itália.

Nos tempos modernos, o fim do mundo se aproxima mais e mais, e os Assassinos atuais buscam a mesma Maçã para salvar o nosso planeta.

Brotherhood introduziu à franquia elementos de estratégia, em minigames onde você controla outros assassinos com comandos de direcionamento e apronta armadilhas contra inimigos invasores.

Assassin’s Creed Revelations

O fim da história de Ezio Auditore o leva à Constantinopla, capital do antigo Império Bizantino, em busca das anotações da antiga biblioteca de Altair, o Assassino do primeiro jogo. Nela, encontram-se anotações que podem prevenir outra conspiração templária, além de revelar mais Pedaços do Eden – e talvez uma conclusão signa para o guerreiro italiano.

Os elementos de estratégia e furtividade do jogo anterior foram preservados e aumentados em Revelations, além de um foco maior na narrativa e progressão de enredo. Pudera: foi este o jogo que finalizou a participação do popular Ezio.

Assassin’s Creed Black Flag

Assassinos piratas? Com certeza! Se tem algo interessante na franquia Assassin’s Creed, é o fato de ela combinar com literalmente qualquer ambientação histórica. E em Black Flag, você assume o papel de Edward Kenway, um pretenso pirata que se vê prisioneiro de uma tripulação pirata que pretende escravizá-lo. O inevitável naufrágio o faz escapar com as vestes de um assassino que morreu no mar, e a partir daí, ele fica ciente da existência da Ordem e passa a participar de suas atividades.

Do outro lado, o governo britânico conta com Templários infiltrados entre seus oficiais, com o objetivo de acabar com o plano de se estabelecer uma nação independente que receba os piratas. Paralelamente, ambos os lados buscam o “Observatório”, um local de extrema importância para os Isu que pode guardar a vantagem que os dois precisam contra seus oponentes nessa guerra secreta.

Black Flag não foi o primeiro, mas foi o jogo da franquia que mais expandiu a parte de batalhas navais na jogabilidade – pudera, considerando que toda a sua ambientação é na Era de Ouro da Pirataria – o que trouxe um respiro muito bem-vindo à mecânica furtiva.

Assassin’s Creed Rogue

Rogue é um spin off que se posiciona entre Black Flag e Assassin’s Creed III e coloca você na pele de Shay Cormac, um Assassino que trai a Ordem e se une aos Templários comandados por Haytham Kenway, filho de Edward. Desgostoso com a forma como seus ex-companheiros, liderados por Achilles Davenport, conduzem seus negócios, Shay agora os caça, um a um, enquanto percorre o território estadunidense pré-Guerra de Independência em busca dos Templos Precursores, localidades que, acreditava Achilles, guardavam Pedaços do Éden.

Depois de uma tragédia causada inadvertidamente por um desses templos, resultando na destruição de Lisboa (o evento real correspondente ao Grande Terremoto de Lisboa, que quase varreu a capital portuguesa do mapa), Cormac passou a questionar e se opor aos seus irmãos. A fim de impedir que os Assassinos encontrassem outros templos, ele se uniu à ordem inimiga.

O jogo não teve a melhor das recepções na crítica e público, trazendo praticamente zero inovações à franquia e contando com uma duração curta demais para justificar seu preço completo.

Assassin’s Creed III

Em plena guerra de independência dos Estados Unidos em relação ao domínio da Inglaterra, somos apresentados a Ratonhnhaké “Connor” Kenway, neto de Edward e filho do Mestre Templário Haytham Kenway. “Connor”, em meio a idas e vindas que o fizeram testemunhar a destruição de sua aldeia nativa pelas ações dos Templários, acaba encontrando um desolado Achilles Davenport, que relutantemente concorda em treiná-lo na esperança de reconstruir a Ordem dos Assassinos destruída por Shay Cormac.

Assassin’s Creed III introduziu diversos novos elementos à franquia, especificamente apostando em atividades como caça a peles e recursos de construção de objetos para uso do jovem Assassino indígena. Isso acabou expandindo o escopo da franquia, levando-a à relativa proximidade de jogos como Far Cry – também da Ubisoft.

Inicialmente, o jogo acabou criticado, tendo um desempenho mediano, mas posteriores atualizações e um relançamento na era do PlayStation 4 o elevaram ao status de uma das jóias da marca.

Assassin’s Creed Unity

Indo para seis anos após o fim de Assassin’s Creed III, Unity coloca você na pele de Arno Dorian, um nobre francês que acabou inadvertidamente capturado pelas autoridades e preso na lendária Bastilha. O problema: lembra das aulas do Ensino Fundamental, quando aprendemos sobre “A Queda da Bastilha”? É, adivinha “quando” você foi parar lá…

Em meio à fuga, Arno (que, sem saber, era filho do Assassino Charles Dorian, morto por Shay Cormac) encontra outro membro da Irmandade que, ao ver potencial no jovem prisioneiro, o recruta para o grupo. Paralelamente, a Ordem dos Templários age como a instigadora da Revolução Francesa, a fim de ampliar sua influência por toda a Europa enquanto busca novos Pedaços do Eden para ampliar o seu poder.

O primeiro jogo da franquia na geração PS4/Xbox One, Unity agradou pela história e jogabilidade, mas recebeu fortes críticas devido à má otimização e inúmeros bugs. E no “lado moderno” do jogo, a progressão é totalmente esquecível: em uma série de cenas de corte, você vê que o “assassino atual” é um jogador de um videogame criado pelas Indústrias Abstergo, a empresa de fachada dos Templários atuais. O jogo na realidade coleta informações de DNA de seus usuários e prolifera a propaganda da Ordem.

Informação divertida: Arno Dorian é antepassado de Callum Lynch, o Assassino vivido por Michael Fassbender no filme da franquia Assassin’s Creed, dando ao longa-metragem uma relação canônica direta com os jogos.

Assassin’s Creed Syndicate

Possivelmente um dos jogos mais interessantes da franquia, Syndicate é estrelado pelos gêmeos Jacob e Evie Frye, que lutam para salvar a Inglaterra em meados da Segunda Revolução Industrial da influência dos Templários, que praticamente dominam a cidade de Londres por meio de gangues de rua que promovem criminalidade e extorsão, bem como outros crimes, no intuito de obter a “Mortalha do Éden” – supostamente, o véu que cobriu o corpo de Jesus Cristo e que confere ao seu usuário uma durabilidade inigualável.

O jogo fazia você transitar na progressão narrativa entre os dois irmãos, ressaltando a dualidade entre os dois: enquanto Evie, a “mais velha” dos gêmeos, é mais ponderada e prefere a abordagem estratégica e furtividade, Jacob segue o lado “das ruas” organizando a sua própria gangue e tomando posse dos negócios dos Templários inimigos. Inevitavelmente, os dois debatem qual o melhor caminho, mas o progresso de ambos os fazem se aproximar mais e mais dos vilões.

Expansões posteriores ao lançamento colocaram você frente a frente com o notório assassino (real e nunca capturado) Jack, O Estripador. Pela narrativa, Jack foi um Assassino treinado por Jacob que, desgostoso com a passividade da Ordem, traiu seu mentor e roubou o controle dos Assassinos para si.

Vale lembrar que a lista acima corresponde apenas aos lançamentos principais e, na realidade, a franquia da Ubisoft se espalha em várias frentes: tem Assassin’s Creed na China antiga, na Rússia, Índia, Espanha, tem jogo para celular, tem quadrinho. Todos estes também entram no cânone oficial de uma forma ou de outra.

E aí, curtiu? Ficou curioso pela chegada de Assassin’s Creed Mirage? O jogo já está disponível para PS5, Xbox Series S/X, PS4, Xbox One e PC.

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