Não espere por nada muito massivo ou expansivo quando começar a explorar os terrenos do Iraque em Assassin’s Creed Mirage: de acordo com o diretor do jogo, Stéphane Boudon, o próximo título da franquia que retrata a eterna guerra entre Assassinos e Templários terá um “mundo” com escala reduzida em relação aos seus antecessores.

Fazendo valer uma promessa feita pela publisher francesa Ubisoft há alguns meses, Assassin’s Creed Mirage deve levar a franquia de volta às suas origens, aproveitando ambientações mais fechadas e menores para criar uma ênfase maior na furtividade e recursos de combate mais tático.

Se você jogou o primeiro Assassin’s Creed, lançado em novembro de 2007, então você vai lembrar como as regiões de Israel e Palestina – no jogo, referidas como “Terra Sagrada” e as adjacências – eram retratadas em cidades e corredores, com paredes próximas e uma progressão mais “fechada”.

Com o tempo, no entanto, a série foi dando espaço a ambientes mais abertos, até culminar em Assassin’s Creed Odyssey e Assassin’s Creed Valhalla – respectivamente, primeiro e segundo maiores mapas da marca, onde você tinha até que cruzar oceanos para cumprir missões.

Falando com o GamesRadar, Boudon disse que o feedback de ambos os jogos – embora majoritariamente positivos em outros aspectos – foi o de que os mapas tornavam a progressão da aventura mais tediosa. Com base nesse entendimento, o time de desenvolvimento liderado por ele decidiu que Assassin’s Creed Mirage deve reduzir o escopo do jogo, focando mais em recursos de ação direta do usuário.

Na prática: maior foco no desenvolvimento dos personagens, mantendo um grau mais módico de exploração – nesta parte, aprofundada pela consistência das missões, não pelo tamanho delas.

“[Assassin’s Creed] Origins, Odyssey e Valhalla foram todos grandes jogos que trouxeram a promessa de uma jornada épica dentro de uma fantasia poderosa. Seus escopos foram ajustados para cumprir essas ambições já que eles todos abraçam suas mecânicas de RPG. Mas entre os nossos fãs, começamos a ouvir demandas por uma história carregada pelos seus personagens, focando nos pilares essenciais dos primeiros jogos da franquia em um escala mais intimista. Isso trouxe uma boa ressonância conosco e com os desenvolvedores, e este acabou se tornando o ponto de partida do projeto.” – Stéphane Boudon, diretor de Assassin’s Creed Mirage

Ouvir Stéphane Boudon falar sobre “reduzir” o escopo de um mapa é algo bastante digno de atenção: além de comandar a produção de Assassin’s Creed Valhalla, o diretor também assina outros mapas bem grandes – ele foi designer de ambientes em Watch Dogs e diretor de conteúdo em Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands.

Ainda assim, a duração de atividades mundanas dentro de um jogo é uma discussão perene: tem muita gente que gosta de simplesmente pegar um meio de transporte e sair fazendo missões auxiliares, explorações e afins, e tem quem prefira seguir com a história principal mais rapidamente.

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Imagem: Ubisoft/Reprodução

Assassin’s Creed, aliás, é a melhor franquia para exemplificar isso, se compararmos o tempo dedicado de finalização dos jogos antigos versus os mais recentes: enquanto Assassin’s Creed Rogue gira o relógio em torno de 10 horas e meia, Assassin’s Creed Valhalla passa das 40 horas apenas para transitar a narrativa principal – isso tudo, sem contar DLCs, spin offs e jogos derivativos em plataformas menores (a trilogia Assassin’s Creed Chronicles, por exemplo, tem jogos que terminam em seis horas).

Considerando os problemas que a Ubisoft vem enfrentando recentemente – incluindo o adiamento de Skull and Bones, um jogo que promete, entre muitas outras coisas, ser massivo em escopo – talvez uma aventura mais intimista e focada no desenvolvimento tático dos combates, e um foco em aprofundar personagens seja justamente o que a empresa precisa.

Convenhamos, Ezio Auditore, de Assassin’s Creed II, é um protagonista bem mais interessante que Eivor, de Assassin’s Creed Valhalla – adivinha qual desses dois teve o jogo menor?

Em Assassin’s Creed Mirage, você assume o controle de Basim Ibn Ishaq (originalmente introduzido em Valhalla) e vive a sua história de crescimento pessoal, partindo do seu início como um ladrão de rua até um dos membros mais notórios da Ordem dos Assassinos. Ambientado em Bagdá no século IX, o jogo é uma “prequência” (ou seja, veio depois, mas se ambienta antes) de Valhalla, e está programado para lançamento em algum momento de 2023, para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S/X, Windows (PC) e Luna (Amazon).

via GamesRadar

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