A última terça-feira (16) foi marcada pela primeira aparição de Sam Altman, CEO da OpenAI, no painel do Congresso americano voltado para a regulamentação da inteligência artificial (IA). Mas apesar do debate minimamente animador, o cenário parece claro: há muito caminho pela frente.

Inteligência artificial precisa de regulamentação…

Altman gastou parte do seu tempo exaltando o ChatGPT e explicando o motivo da OpenAI ter liberado (com uma mãozinha da Microsoft) o chatbot para uso público. E segundo ele, a ““IA pode resolver os maiores desafios da humanidade”.

O ponto tido como “histórico” — segundo o senador Dick Durbin —, no entanto, envolveu o fato do “pai” do ChatGPT concordar que a inteligência artificial generativa necessitar de uma regulamentação.

Alinhando-se ao posicionamento dos legisladores, o CEO do ChatGPT concordou que o uso da tecnologia pode interferir na integridade das eleições e causar impacto a níveis globais.

“Meu maior medo é que causemos danos significativos ao mundo”, disse ele.

Vale destacar que esses riscos são apenas parte das preocupações levantadas pelos congressistas americanos, que também abordaram ameaças envolvendo disrupção trabalhista, fraquezas em linguagens diferentes do inglês, preocupações com direitos autorais, conteúdos perigosos e prejudiciais e personificação de figuras públicas e privadas.

… mas como fazer isso?

A boa notícia é que parece existir um consenso de que a IA precisa de regulamentação. A má notícia, contudo, é que não há um caminho muito claro sobre como fazer isso.

Uma das ideias levantadas por Altman foi a criação de uma agência governamental que promulgasse regras sobre licenciamento para certos níveis de sistemas de inteligência artificial. O projeto seria interessante para definir normas e padrões para o setor.

O grande problema é que estipular quais seriam os limites e capacidades “aceitáveis” de determinado sistema de IA parece algo extremamente complicado. E nem ao menos existe um norte sobre o funcionamento dessa possível agência e quem seriam os representantes.

De todo modo, Christina Montgomery, diretora de privacidade da IBM, também concordou com propostas de regulamentação da IA. Mas para ela, o importante é regular os riscos, e não a tecnologia em si.

“Esta não pode ser a era de movimento rápido e quebrar as coisas”, afirmou.

Christina Montgomery, da IBM, no painel sobre inteligência artificial

Imagem: reprodução/Associated Press

Fato é que essa não será a única audiência no Congresso dos EUA voltado para o tema. Aliás, um próximo painel deve acontecer em julho para examinar os riscos envolvendo a inteligência artificial e direitos autorais e patentes.

Felizmente, os players e autoridades parecem dispostos a encontrar meios para “domar” a IA. Resta agora descobrir como fazer isso.

Via: Axios

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