Você pode não ter notado, mas a Neuralink se manteve ativa desde sua última aparição pública: a startup de BCI (sigla para “interface de controle cerebral”) liderada por Elon Musk se viu em águas turbulentas em fevereiro e março, quando confirmou a morte de 15 dos 23 primatas usadas em testes de um novo implante cerebral. E a situação só piorou quando o próprio Elon Musk, em agosto, cogitou investir na Synchron – sua principal concorrente.

A empresa, no entanto, espera deixar essa parte negativa para trás, apresentando recentemente um novo evento de demonstração de suas tecnologias à imprensa norte-americana, a portas fechadas. Musk informou que a Neuralink ainda aguarda aprovação das autoridades clínicas dos EUA para começar os testes em humanos – algo que, estima o bilionário, deve acontecer em até seis meses.

O evento em si não mostrou nada de novo: tal qual apresentações anteriores, chimpanzés e porcos usando o chip neural – um pequeno artefato mais ou mesmo das mesmas dimensões que uma moeda, só que com vários filamentos – exibiam comportamentos que, antes, não podiam, devido a algum impedimento motor ou problema cerebral.

Neste ponto, Musk tem que correr atrás do prejuízo: em julho, a Synchron obteve autorização das autoridades e implantou um chip similar em um paciente – um homem que sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA). O problema neurológico já está bastante avançado e ele já não conseguia mais falar ou se mover sozinho, mas o implante lhe permitiu navegar pela internet e comunicar seus pensamentos em um documento de texto.

Imagem mostra um chip cerebral desenvolvido pela Neuralink, de Elon Musk

Imagem: Neuralink/Reprodução

A Neuralink ainda não está tão perto disso quanto Musk gostaria: em maio deste ano, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) alterou suas políticas de segurança para implantes de qualquer natureza a serem feitos no cérebro de um paciente – “o campo dos dispositivos de implante BCI está progredindo rapidamente da neurociência básica para aplicações traduzidas em acesso de mercado”, disse a agência governamental.

Segundo a FDA, BCIs devem obrigatoriamente trazer aprimoramentos palpáveis à vida de seus pacientes. Para a Neuralink, isso não é apenas “fazer um macaco jogar videogame com o cérebro”, mas sim trazer benefícios práticos a curto, médio e longo prazo – algo que a empresa de Elon Musk ainda não conseguiu mostrar.

Durante o evento, Musk não deu maiores detalhes sobre questões como o acesso à tecnologia por parte dos pacientes, nem tampouco questões de preço ou parcerias com instituições de saúde neurológica.

via Engadget

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