Esta quarta-feira (20) não está sendo fácil para a Netflix. Após revelar a perda de 200 mil assinantes entre janeiro e março deste ano e estimar um novo revés de 2 milhões de usuários para o 2ª semestre, a companhia enfrenta seu pior dia na bolsa de valores de Wall Street.

Até a publicação desta nota, os papéis da plataforma de streaming estavam cotados a US$ 221,10 (queda de 36,57%) — as ações bateram US$ 220,40 (queda de 37%) mais cedo. Na prática, foi o pior dia da Netflix no mercado de ações em quase 18 anos.

“A Netflix é um exemplo do que acontece com empresas em crescimento quando elas perdem esse crescimento”, disse Kim Forrest, diretora de investimentos da Bokeh Capital Partners. “As pessoas compram [ações de] empresas em crescimento porque acham que seus fluxos de caixa vão crescer, então estão pagando antecipadamente por isso. Quando uma ação como essa cai, as pessoas que procuram crescimento recuam rapidamente”, completou.

Como resultado, a corretora J.P. Morgan (assim como outras instituições financeiras) fez um movimento agressivo e reduziu pela metade a projeção das ações da Netlifx para US$ 305. Isso porque, segundo um analista da empresa, não há boas perspectivas nos próximos meses.

“A visibilidade de curto prazo é limitada… e não há muito com o que se animar nos próximos meses além do novo preço das ações muito mais baixo”, disse Doug Anmuth, analista do J.P. Morgan.

Netflix

Imagem: Venti Views/Unsplash

Dias melhores para a Netflix?

Fato é que a Netflix já esperava por uma rápida resposta do mercado — talvez não nessas proporções. De todo modo, aos seus acionistas, a plataforma de streaming anunciou algumas medidas para evitar prejuízos ainda maiores no futuro próximo.

A primeira delas seria fechar o cerco contra o compartilhamento de contas, que pode não ser tão vantajoso para a companhia. A lógica é simples: limitar contas somente para pessoas da casa deverá obrigar com que usuários “de fora” tenham que abrir outras contas. E mais contas, mais dinheiro.

Além disso, a plataforma estuda um plano mais barato, mas que exibirá anúncios durante as programações – algo semelhante ao que já acontece na HBO Max e Disney+.

Resta saber se essas medidas serão suficientes para evitar o abandono de novos usuários, se também servirão para a adesão de mais assinantes e, talvez um dos pontos mais cruciais para a Netflix, se acalmará os acionistas da empresa.

Via: Reuters

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