Quase toda, senão toda smart TV vendida atualmente conta com um “modo jogo”, ou “modo game”, dentro de suas configurações de imagem. O nome varia, mas a função é sempre a mesma: promover alterações de imagem que sejam mais amigáveis a uma experiência de uso do aparelho que seja voltada aos jogos.

Entretanto, esse modo de exibição traz algumas características bem específicas, relacionadas ao seu funcionamento. Por isso, é importante saber exatamente o que ele faz e decidir, com base nisso, se ele é o melhor para o que você procura em sua TV nova.

Samsung Gaming Hub - tela principal

Imagem: Alvaro Scola Neto/TecMasters

O que é o “Modo Jogo”

Em termos técnicos, o modo de jogo, presente em boa parte dos televisores de marcas mais conhecidas, é uma função que busca otimizar o processamento da imagem exibida, evitando gargalos e diminuindo o “atraso” de resposta do display.

Por essa razão, esse modo é bem conhecido por quem gosta de dedicar horas aos videogames: pelo fato da imagem de um jogo ser extremamente dinâmica, correções de exibição são necessárias o tempo todo, o que pode atrapalhar em pontos com elementos mais intensos, como cores vibrantes demais ou brilho e contraste muito altos.

Na prática, o que o “modo jogo” faz é aprimorar a taxa de atualização do seu aparelho, fazendo com que, por exemplo, a ação de apertar um botão no controle do seu console ou PC resulte em uma resposta quase que imediata dentro do jogo.

No que tange à imagem, ele traz diversas alterações: aquele aspecto “granulado” de alguns jogos é virtualmente eliminado, deixando a exibição mais fluída e, para efeitos práticos, com um visual mais detalhado. Por outro lado, o processamento de cores, brilho e contraste é amplamente reduzido, deixando a imagem mais escura e as cores mais “chapadas”.

Mas ele só serve para jogos?

Apesar de ele ser projetado com essa finalidade, o Modo Jogo tecnicamente trabalha em qualquer exibição de imagem com elementos mais dinâmicos: da mesma forma que os golpes do Kratos no jogo God of War, no PlayStation, serão mais fluidos, dá para dizer o mesmo de, digamos, uma partida de futebol, um vídeo mais frenético no streaming ou um filme de ação mais caótica.

Evidentemente, quem vai decidir isso é você, mas alguns detalhes, se mantidos em mente, podem lhe ajudar a decidir se essa função é indicada ou não para a sua programação naquele momento:

  • Iluminação da exibição: se, digamos, você estiver assistindo a um show realizado à noite, é provável que a imagem conte com diversas luzes brilhantes que iluminam palco e plateia. Isso pode beneficiar a apresentação ao reduzir o “borrão” causado pelo brilho mais intenso, trazendo linhas mais definidas aos elementos da cena
  • Filmes com tons escuros: cores mais noturnas normalmente fazem com que a definição de elementos da imagem se perca, meio que dificultando entender onde uma coisa “acaba” e outra “começa”. Com o “Modo Jogo”, pequenos detalhes desse tipo podem aparecer com mais evidência, facilitando a imersão
As diferenças entre acionar ou não o Modo Jogo da sua TV podem ser bem grandes - para o bem ou para o mal

Imagem: Samsung/Divulgação

Quando não usar o Modo Jogo?

Por ser uma função diretamente ligada ao seu gosto de imagem, não há uma contraindicação específica sobre o uso do “Modo Jogo”. Evidentemente, ele não vai fazer nada ruim com a sua smart TV, se essa for uma dúvida.

Entretanto, é importante ressaltar que nem toda imagem precisa desse tipo de ajuste fino, então podem haver momentos de um filme ou videogame em que essa função pode deixar a apresentação na tela mais desagradável aos seus olhos: cenas que têm menor dinâmica, como em novelas, por exemplo, tendem a perder a qualidade de imagem justamente por contar com elementos mais “estáticos”.

Lembre-se: o “Modo Jogo” vem para aliviar o processamento de imagem e evitar “gargalos”. Essa demanda mais alta vem justamente de imagens onde muita coisa acontece ao mesmo tempo – pense num game com cores vibrantes e ação com menos interrupções. Quando o ritmo é reduzido, o processamento também diminui. Nessas horas, o “Modo Jogo” pode ser um excesso bastante comprometedor.

Assegurando a melhor qualidade de imagem

O “Modo Jogo” é apenas um entre muitos modos autoconfiguráveis de imagem para a sua smart TV. E assim como os outros formatos, ele depende da qualidade do processador instalado no aparelho. Aqui, vale o óbvio: quanto mais recente o componente, melhor será a imagem, e os ajustes do modo em questão serão bem mais precisos.

Aparelhos mais recentes da Sony, por exemplo, contam com o Cognitive Processor XR, considerado por muitos especialistas como um dos três melhores do mercado. Não por menos, os televisores da gigante japonesa são bastante elogiados por sua imagem (se você puder pagar pelo preço deles: a Sony deixou de produzir televisores no Brasil em março de 2021, o que encareceu bastante a oferta dela por aqui).

Marcas como Samsung e LG também contam com seus próprios processadores: o Neo Quantum e o a9 Gen AI, respectivamente, que também são bastante respeitados no setor. Entretanto, não são todos os modelos das sul-coreanas que apresentam as versões mais recentes – esta tende a ser reservada para os aparelhos com mais polegadas, mais definição e, como você já espera, mais caros.

Ao final de tudo, o que mais vale é procurar, em análises de sites especializados e testemunhos de clientes, informações sobre borrões de imagem e cor, falta de definição e outros detalhes visuais que possam estimular – ou desencorajar – a sua compra por certos aparelhos.

Mais além, se você tem um televisor do tipo e quer avaliar a diferença entre os modos de imagem e a exibição padrão, a melhor saída é também a mais simples: comece a rodar um jogo e vá trocando a função conforme você avança na partida. Assim, você terá uma boa base de avaliação para saber se o “Modo Jogo” é para você ou não.

Comentários

0

Please give us your valuable comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments