Jogos online: como códigos de trapaça podem comprometer a segurança dos gamers?

Nos últimos anos, especialmente após o período de pandemia, os jogos online ganharam um espaço relevante entre os meios de entretenimento para usuários de PC e smartphones. Além dos elementos e aspectos relacionados à jogabilidade, a possibilidade de interconexão em um período de distanciamento social fez com que houvesse um crescimento exponencial neste mercado e, consequentemente, no número de adeptos.

Imagem: Fredrick Tendong/Unsplash

O ‘Counter Strike (CS:GO)’, um dos mais populares jogos da categoria pvp (player versus player), atingiu, recentemente, o número recorde de jogadores online simultaneamente, contabilizando mais de 1,3 milhão de pessoas jogando ao mesmo tempo. Li recentemente em um estudo que, até o ano que vem, o mercado de games deve movimentar cerca de US$ 219 milhões.

Além de usuários que procuram se divertir em horas vagas, muitos jogadores online encaram partidas como uma verdadeira competição e recorrem a alternativas ilegais para burlar regras e obter vantagens diante de seus adversários — fator que chama a atenção de cibercriminosos. O mercado underground de cheats ou hacks é altamente lucrativo, com atuação de supostas “empresas” em fóruns e canais dedicados aos games.

Como o uso de cheats pode afetar a segurança de dados pessoais em jogos online

Ao apostar em códigos de trapaça para obter vantagens, o usuário, além de contribuir com uma atividade ilícita (Lei nº 9.609/1998), corre sérios riscos em relação à privacidade de dados. Isso porque muitos cibercriminosos utilizam o artifício de cheats e hacks para disseminar malwares e infectar dispositivos com códigos maliciosos, com o intuito de obter dados e roubar informações pessoais.

Recentemente, a Activision responsável pelo ‘Call of Duty: Warzone’, uma das franquias de maior sucesso no universo do e-sport, sinalizou a seus usuários que o agente malicioso COD-Dropper v0.1 estava se passando por um anúncio de ferramentas de cheats quando na verdade era um trojan de acesso remoto. Uma vez instalado, o malware conseguiu obter acesso a todo o computador das vítimas e também poderia instalar outros códigos maliciosos dentro do dispositivo.

Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock.com

Diante da popularização de práticas ilegais relacionadas ao uso de cheats, as desenvolvedoras têm sido cada vez mais rigorosas com usuários que se arriscam nessas atividades. Ao constatar o uso de trapaças, jogadores convencionais podem ser banidos definitivamente de servidores e comunidades pertencentes ao jogo em questão. Quando se trata de profissionais de competições e-sport, os danos podem ser ainda maiores, com suspensão de contratos e suspensão de licenças.

Apesar de parecer tentador momentaneamente, contar com cheats pode trazer muitos prejuízos, em diferentes aspectos, afinal, “cheaters” não são bem vistos na comunidade gamer em geral. Além de resistir às ofertas, é importante estar sempre protegido com uma solução de segurança online que garanta a proteção de dados ao se conectar.

Com isso, o jogador poderá desfrutar de todos os benefícios que os games online oferecem, fortalecendo interações e, principalmente, mantendo seus dados e informações pessoais em total segurança.

—

Daniel Barbosa é formado em Ciência da Computação pela Universidade de Santo Amaro (Brasil) e pós-graduado em Cyber Security pela Daryus Management Business School (Brasil). Desde 2018, atua como especialista em segurança da informação na Eset.