Apesar de ter sido criada para democratizar o processo comunicativo, a internet hoje se encontra nas mãos das grandes big techs — principalmente das redes sociais. E quatro meses após ter deixado o comando do Twitter, Jack Dorsey admite ter contribuído para o atual cenário.

“Os dias de usenet, IRC, web… até mesmo e-mail (com PGP)… eram incríveis. Centralizar a descoberta e a identidade em corporações realmente danificou a internet. Percebo que sou parcialmente culpado, e me arrependo”, tweetou o executivo.

Nos primórdios das navegações online, o ambiente virtual se concentrava em diversos serviços que trouxeram diferentes recursos para todos. É claro que tudo podia parecer complicado diante da exploração inicial, mas muito dos processos comunicativos eram relativamente mais simples.

O problema é que a internet passou a ser centralizada e dominada por alguns players. Pouco a pouco, serviços começaram a trazer produtos all-in-one. Ou seja, tudo o que o usuário buscava foi integrado em uma mesma plataforma, o que fortaleceu o poder de big techs como Google, Meta, Twitter, entre outros.

Antes de deixar o Twitter em novembro do ano passado, Dorsey passou 16 anos à frente da companhia. Querendo ou não, ele fez parte do processo que hoje tanto critica.

Web3, a “internet do futuro”

O executivo agora está no comando da Block (antiga Square), focada em pagamentos e tecnologias como blockchain. No papel, a companhia ajuda a fomentar a Web3: uma fase descentralizada da internet, marcada por blockchain, NFTs, metaverso e outras tecnologias.

O curioso é que o próprio Dorsey chegou a ironizar a Web3. Para ele, esta nova fase da internet continuará sob controle de investidores de capital de risco. “Em última análise, é uma entidade centralizada com um rótulo diferente”, postou o executivo no ano passado.

Por mais que tenha reconhecido sua participação em todo o processo, ele continua dentro de um projeto que, segundo suas próprias palavras, sustentará a centralização — algo, no mínimo, contraditório.

Resta saber se existe alguma maneira da internet ser tão “democrática” quanto já foi no passado.

Via: Tech Times

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