O Google está veiculando alertas de popup para usuários gratuitos do YouTube, alertando que o uso de adblockers – aplicativos que impedem a veiculação de anúnciossão proibidos pela plataforma.

A situação foi inicialmente relatada no fórum Reddit, e posteriormente confirmada pelo próprio Google ao IGN. Ao site, a empresa de Mountain View disse que está conduzindo um “experimento global” e ressaltou que “outras publishers” também fazem isso, sem dizer quais.

Imagem mostra alerta do YouTube sobre a proibição de adblockers

Imagem: Sazk100, via Reddit

A veiculação de anúncios é uma das maiores partes – se não a maior – do faturamento anual do Google: segundo levantamento do Statista, só em 2022, o YouTube sozinho rendeu US$ 6,66 bilhões (R$ 33,16 bilhões) para a companhia. Vale citar que este valor não contempla a plataforma Google Ads, então este número pode ser consideravelmente maior.

Por essa razão, é pouco surpreendente que o YouTube venha veiculando o alerta aos usuários, ressaltando que o uso de anúncios “garante” que a plataforma continue gratuita para “bilhões de internautas” e que, caso você queira uma experiência sem publicidades, pode assinar o YouTube Premium – hoje disponibilizado por R$ 20,90 mensais.

Mais além, a plataforma publicitária do YouTube é constantemente objeto de testes variados por parte do Google: em setembro do ano passado, a plataforma inaugurou uma modalidade mais intrusiva em caráter de avaliação, trazendo anúncios de curta duração exibidos em cadeias de até cinco peças de uma só vez – detalhe: todos eram “impuláveis”, então você tinha que assistir a tudo antes de começar a ver o vídeo desejado.

Uma outra questão é o repasse disso a criadores de conteúdo: não é segredo para ninguém que a maior parte dos influencers usam o YouTube como um dos principais vetores de comunicação com seus respectivos públicos. Entretanto, também no ano passado, vários deles reclamaram de que as ações “experimentais” do YouTube afastavam usuários da plataforma.

A consequência: menos gente vendo menos vídeos, equivalendo a menos receita publicitária e menos repasse aos criadores de conteúdo.

No Brasil, ao menos até o fechamento desta nota, não foram encontrados casos do alerta aparecendo para usuários: nós testamos em quatro navegadores diferentes, cada um com dois adblockers distintos (Chrome, Opera, Firefox e Edge) e, em nenhum deles, o YouTube acusou a presença dos aplicativos de bloqueio – todos eles funcionaram normalmente, aliás.

Entretanto, devido ao próprio Google admitir a natureza “global” do “experimento”, não seria surpresa se isso mudasse logo.

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