Ao que parece, os videogames também podem ser jogados por animais. E não, não estamos falando dos players com poucas habilidades que figuram em suas filas ranqueadas. Mas sim, de bichinhos extremamente inteligentes como leões-marinhos e golfinhos.

Por mais bizarro que pareça a situação, é isso que tem ocorrido nos Estados Unidos com o Programa de Mamíferos Marinhos da Marinha. No caso, cientistas ligados ao exército americano desenvolveram uma iniciativa para enriquecimento cognitivo de mamíferos do fundo do mar.

E quem é o ponto-chave disso tudo? Os videogames — é claro.

Videogames EVE e a gameplay animal — literalmente

Para quem não sabe, a Marinha dos EUA treina leões-marinhos e golfinhos para tarefas de reconhecimento e recuperação, uma vez que suas habilidades são bem melhores que as de humanos. Logo, criar programas com atividades de bem-estar é essencial para a saúde e longevidade dos bichinhos.

Por conta disso, os cientistas e especialistas resolveram criar o programa Enclosure Video Enrichment (EVE), que basicamente se resume a uma série de jogos computadorizados que estimulam o foco dos animais e, de quebra, funcionam como uma ferramenta de lazer.

No caso dos leões-marinhos, o videogame é representado por um monitor de 27 polegadas ligado a um controlador com quatro botões estilo arcade. Já os golfinhos podem usufruir de uma tela grande que, por sofrer interferências das luzes solares, só funciona após o pôr do Sol.

Leão-marinho jogando videogame 2

Imagem: divulgação/US Navy

De início, os leões-marinhos eram estimulados a jogar e recompensados logo em seguida. Mas com o passar do tempo, eles aparentemente pegaram gosto pela gameplay e completavam as fases sem nenhum peixinho em troca.

Spike, o último dos machos treinados, tornou-se o maior gamer do grupo — formado por outros dois de sua espécie. E o motivo é claro: nos últimos três anos, o leão-marinho foi o único a finalizar todas as fases, contabilizando mais de 450 sessões de jogatina.

Como é de se imaginar, os títulos não são Triple A ou super complexos. Ao invés disso, os jogos dos videogames EVE se limitam a pixels na tela que necessitam de comandos direcionais (para cima, para baixo e para as laterais) para percorrer a tela e desviar de obstáculos. Ainda assim, os bichanos parecem dominar a máquina com maestria.

E o melhor de tudo isso é que um parecer preliminar indica que eles realmente estão se divertindo. Seja pelo fato de serem aplaudidos a cada vitória, pelos petiscos pelas recompensas alimentares (vez ou outra) ou pelo simples passatempo cognitivo.

O que vem a seguir?

Por mais que o programa seja relativamente novo, já há novos planos para o horizonte. Como os especialistas viram a capacidade dos animais de operar interfaces mais complexas, a equipe planeja novos videogames que permitam jogatinas multiplayer com humanos.

E quando isso acontecer, novas análises terão início: como os resultados dessas experiências diretas com humanos ou mesmo os benefícios que as gameplays podem trazer para a saúde e longevidade dos animaiszinhos.

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