Finalmente aconteceu: o neuroengenheiro Viktor Tóth conseguiu treinar ratos para jogar Doom II por meio da realidade virtual. O clássico dos anos 1990 da id Software foi adaptado para os animais. O experimento, que aconteceu ao longo de 2020, envolveu a criação de um método de entrada de dados para os ratinhos e o desenvolvimento de um programa de treinamento e recompensa para eles.

De acordo com sua pesquisa, Tóth explica que, após utilizar um grande monitor para criar uma experiência semelhante à realidade virtual para os roedores, ele passou a treinar três ratos usando métodos automatizados, com intervenção mínima do pesquisador. O objetivo principal era ensinar os bichinhos como andarem através de um pequeno corredor projetado no Doom II, chegando em uma pequena plataforma ao final do trajeto.

Ratinhos no Doom não querem matar ninguém

A pequena plataforma contém um único demônio que pode ser morto pelos ratos com uma metralhadora do jogo. Acontece que treinar os ratinhos para atirar no Imp mostrou-se mais difícil do que o imaginado e o cientista não conseguiu reforçar essa parte do comportamento.Para que os roedores pudessem jogar Doom, o processo envolvia diversos acessórios de ambiente. Uma pequena coleira foi colocada no rato-jogador e o animal foi colocado em cima de uma bola de poliestireno ligada a sensores de movimento. Assim, cada movimento da bola é traduzido na movimentação dentro do jogo. Um grande monitor curvado que fica ao redor do equipamento simula, então, um ambiente de realidade virtual.

Ratos jogam Doom

Os ratinhos têm água e comida enquanto jogam (Imagem: Viktor Tóth)

O projeto tem justamente como destaque uma configuração para simular realidade virtual relativamente barata (até US$ 2.000) que automaticamente treina roedores para atravessar ambientes 3D com pouca restrição. Há também a vantagem de não necessitar que intervenções sejam feitas nas cobaias, como a adição de acessórios acoplados cirurgicamente – resultando em menos estresse e resultados melhores.

Sobre os ratinhos usados no experimento, todos são da raça bicolor Long Evans e seus nomes foram inspirados nos desenvolvedores do Doom original: Carmack, Romero e Tom. Romero mostrou não ter medo de nada, Carmack montava coisas e Tom foi o mais tímido, mas saiu-se muito bem na tarefa.

Fontes: Viktor Tóth / Kotaku

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