A publisher polonesa CD Projekt Red, famosa pela franquia Witcher e Cyberpunk 2077, anunciou mais um corte de funcionários, onde vai reduzir 9% de sua força humana – em números práticos, isso significa que mais ou menos 100 pessoas ficarão desempregadas.

A rodada de demissões é a terceira da empresa em três meses: em maio e junho, outros dois cortes ocorreram – o primeiro, quando 29 pessoas dentro do estúdio Molasses Flood (de quem a CDPR é dona) tiveram seus contratos terminados sem renovação; e o segundo, quando outras 30 pessoas perderam seus trabalhos quando a polonesa reduziu o escopo de um jogo de cartas baseado na franquia Witcher.

Imagem mostra arte promocional de Witcher 3: Wild Hunt, um jogo da CD Projekt Red

“Witcher” é uma das maiores franquias publicadas pela CD Projekt Red (Imagem: CD Projekt Red/Divulgação)

De acordo com o comunicado da CD Projekt Red, a razão para as demissões é a de que a empresa tem gente demais e, à medida que algumas pessoas vão terminando seus projetos, a gestão já percebeu que não haverá trabalho disponível para alocar essas pessoas.

“A fim de atender às nossas próprias e altas expectativas e ambições para criar os melhores jogos de RPG, não apenas queremos ter os melhores profissionais mas também as melhores equipes. Não há nenhuma forma fácil de dizer isso, mas hoje, nós temos gente demais. Temos muitos indivíduos talentosos no time, os quais estão terminando seus trabalhos – baseado nas atuais demandas de projetos atuais e planejados – nós já sabemos que não teremos outras oportunidades para eles no próximo ano.” – Adam Kicínski, CEO da CD Projekt Red

O comunicado ressalta que, apesar dos demitidos já estarem sendo comunicados agora, as saídas só serão completadas em meados de 2024. Até lá, os times permanecem como estão, sendo efetivamente desligados de forma gradual. A CDPR também assegurou que as compensações e bonificações serão pagas corretamente.

As coisas não vão tão bem para a polonesa nos últimos anos: a CD Projekt Red apresentou faturamento de US$ 548,53 milhões (R$ 2,6 bilhões) em 2020, segundo o Statista. No ano seguinte, esse valor caiu quase pela metade, fechando em US$ 229,92 milhões (R$ 1,09 bilhão) e, em 2022, uma nova queda – US$ 213,55 milhões (R$ 1,01 bilhão).

Muito disso se deve ao lançamento bagunçado de Cyberpunk 2077, em dezembro de 2020. O jogo trazia altas promessas ao longo daquele ano mas, na entrega, uma miríade de bugs causou tantos problemas que a Sony chegou a removê-lo da PlayStation Store, restaurando-o apenas depois do primeiro trimestre de 2021. Hoje, o jogo conseguiu reverter a impressão negativa, mas não sem imensas batalhas, revisões de desenvolvimento e processos, e uma expansão (Phantom Liberty) está perto de chegar.

Paralelamente, a empresa tem diversos projetos em desenvolvimento atualmente: o Projeto Polaris, já sabemos, é um codinome para Witcher 4. Sirius também é outro codinome para Witcher – esse, desenvolvido pelo estúdio Molasses Flood. Anteriormente conhecido como Canis Majoris, o terceiro projeto citado aqui também revelou-se pertencente à franquia: trata-se de um remake do Witcher original.

Fora da franquia do bruxo, Cyberpunk 2077 tem uma sequência em andamento, intitulada provisoriamente como Orion. Além disso, o Projeto Hadar é uma propriedade intelectual totalmente nova.

Obviamente, nada disso tem qualquer previsão de lançamento, mas é seguro dizer que as equipes de todos esses projetos já estão bem fechadas, então é provável que os funcionários demitidos não possam ser realocados a eles.

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