Por que a Black Friday se chama ‘Black Friday’? Veja essa e outras curiosidades sobre a data

Já passamos da segunda quinzena de outubro e constatamos que 2022 está passando mais rápido do que podemos sincronizar nossos relógios. Mas essa época implica na chegada de um período comercial muito esperado por nós: é isso aí, a Black Friday está está chegando.

Enquanto você espera por notícias de promoções, denúncias de “tudo pela metade do dobro” (estamos de olho, varejistas!) e já pensa em que horas ajustar o despertador para ir à loja pegar “aquela” pechincha, o time do TecMasters preparou algumas informações especialmente curiosas para você se preparar para a temporada de liquidações no comércio brasileiro:

Imagem: CardMapr.nl/Unsplash

A Black Friday já foi motivo de medo

Em anos muito distantes e até alguns mais recentes, “Black Friday” já foi um termo usado para se referir a períodos problemáticos: a “Black Friday de 1869”, por exemplo, foi um ano no qual um economista norte-americano chamado James Gould usou de suas conexões com a família do presidente Ulysses Grant para tentar cercar o mercado de comércio em ouro.

Essencialmente, ele e diversos parceiros compraram ouro a preços normais e formaram um grupo empresarial no intuito de fechar as ações sobre o metal precioso, efetivamente forçando a Bolsa de Nova York a vendê-lo a preços muito acima do normal – rendendo ao grupo lucros imensos. A situação quase deu certo, não fosse pela suspeita do Tesouro dos EUA – e do próprio presidente Grant – que forçou Gould a render suas posses compradas a preço menor antes de liberar reservas financeiras no mercado, efetivamente barateando o metal e arruinando o grupo. Ainda bem, já que na época, transações em ouro vinham sendo feitas semanalmente pelo governo, que usava o método para pagar dívidas que vinham desde a Guerra Civil. As consequências seriam bem duradouras, fosse outro desfecho.

Em 1951 e 1952, outros exemplos de “Black Friday” apareceram em jornais sindicais: após o Dia de Ação de Graças, boa parte dos funcionários de fábricas da época alegavam terem adoecido para faltarem ao trabalho. Todas as fábricas – pois é: “meter um atestado” é uma prática de mais de 70 anos, quem diria? – se viam em contingência de produção simplesmente porque não havia linha de funcionários suficientes, causando pânico nos empresários.

Foi apenas em meados da década de 1970 que o termo começou a “pegar” da forma que conhecemos, com jornais da época usando-o para se referir a um período particularmente agitado no comércio varejista. Eventualmente, as lojas tomaram conta da ideia e passaram a oferecer promoções variadas como liquidação de estoque excessivo antes de renovações de preço e produtos condizentes com o Natal e Ano Novo.

Imagem: Jingming Pan/Unsplash

O nome da data já foi motivo de briga (mas nunca conseguiram mudá-lo)

Não é todo mundo que reconhece isso, mas uma edição do New York Times de 1975 atribui o termo “black friday” a uma gíria pejorativa originada na Filadélfia. A alta demanda de comércio varejista fazia com que as pessoas fossem mais às lojas de carro, efetivamente aumentando o nível de poluição vinda de motores e, consequentemente, fumaça dos escapamentos.

Houve até quem tentasse mudar o termo para “Big Friday” – ou “Grande Sexta” – por alguns comerciantes não gostarem da ideia de terem suas ofertas atreladas, bem, à sujeira de carros grudada na cara.

A tentativa até durou um bom tempo: “Black Friday”, embora amplamente usado na Filadélfia e adjacências, só tornou-se um termo mundialmente atrelado ao comércio no início dos anos 1990.

Imagem: Neri Vill/Pixabay

Encanadores são os mais ocupados durante a Black Friday

Diversos encanadores ouvidos pela CBS, CNN e outros veículos da grande imprensa declararam que a Black Friday é o dia onde eles têm mais trabalho no ano – alguns, aliás, costumam referir-se à data como “sexta-feira marrom”, por motivos que realmente deveriam ser óbvios a você.

Segundo Jeremy McCoy afirmou, em 2021, é normal que os telefones das empresas de serviços de manutenção de imóveis – o que inclui encanamento – não parem de tocar nem por um instante, e que as linhas sejam constantemente ocupadas pela alta na demanda, com equipes de profissionais técnicos trabalhando longas horas extras consertando problemas que, segundo ele, são facilmente previsíveis.

“Todo mundo está na rua fazendo compras e nós, bem, estamos limpando a bagunça na casa alheia.”

Por essa razão, não é incomum você ver promoções de utensílios aparentemente impensáveis, como latas de lixo de variados tamanhos, sacos plásticos e outros recipientes de descarte. Isso porque, na empolgação de comprar presentes e ofertas, as pessoas tendem a esquecer de formas seguras de descartar o lixo, normalmente jogando conteúdos maciços, insolúveis ou simplesmente grandes demais em coletas que não comportam esses itens.

A situação é acrescida ao fato de que, em períodos de alta demanda no varejo, é comum as pessoas fazerem reuniões familiares ou entre amigos, o que se traduz em comida e o despejo dela (para não dizer os problemas no banheiro). McCoy, acima, chegou a dizer que o mais comum dos problemas é o entupimento de pias devido ao despejo de óleos e gorduras excedentes pelo ralo.

Então é melhor ver bem o que você vai fazer este ano – ou sua próxima promoção de Black Friday pode muito bem ser um conserto de grande porte (e consideravelmente caro).

“Mas gente, como esse povo conseguiu enfiar um Nintendo Switch na saída da torneira?” (Imagem: fran1/Pixabay)

O WalMart é culpado por antecipar e estender promoções

Antigamente, a sexta-feira correspondente à Black Friday era o único dia em que comerciantes abriam suas lojas para os descontos e comércio de itens em liquidação. Foi a rede varejista WalMart quem quebrou essa tradição ao cometer a ousadia, a desfaçatez e a pachorra de abrir algumas lojas na quinta-feira.

Apesar do descontentamento de alguns concorrentes – que chegaram até a atacar o WalMart em jornais e revistas de décadas atrás – a ideia pegou, efetivamente cunhando o menos conhecido termo “Gray Thursday” – ou “quinta-feira cinza”. Hoje, as lojas meio que disputam uma corrida medida no minuto de abertura para atrair do primeiro ao último cliente.

Pelo mesmo motivo (embora a autoria disso seja desconhecida), existe hoje a “Cyber Monday”, com a segunda-feira sendo aproveitada para queimar estoques que ainda perdurassem depois da Black Friday. Há, inclusive, quem faça uma “Cyber Week”, estendendo os benefícios para a semana seguinte à data.

(Imagem: Marques Thomas/Unsplash)

Black Friday também é bebedeira, bebê!

Doze por cento. Esse é o número de consumidores da Black Friday que, segundo pesquisa conduzida pelo site de cupons RetailMeNot, vão aproveitar as promoções da data em um estado, digamos, “aceso”.

Os motivos para isso são meio incertos: há quem justifique a prática como um “esquenta” vantajoso já que, considerando a data, faz sentido que bebidas também estejam em preços reduzidos. Outros afirmaram que o estresse de caçar promoções – por vezes, em família – pode ser estressante, e uma geladinha ou trinta e oito pode ser justamente aquilo que alguém precisa para “desopilar”.

Não à toa, os e-commerces são campeões de itens para bebida: desde mixers para drinks mais trabalhados com vários ingredientes até a boa e velha tequila pura, é comum ver sites como Amazon listando a “manguaça” nas promoções de destaque.

No pensamento, a promoção daquela placa de vídeo bacana. Na mão, o estímulo para buscá-la (Imagem: Nicolas Pereyra/Unsplash)

Ok, mas quando é a Black Friday este ano?

A sexta-feira mais aguardada para quem tem um bom limite no cartão de crédito, em 2022, chega em 25 de novembro. Aqui, vale a dica de sempre: atenção nos preços dos itens que você quer desde já, e monitore a evolução deles para evitar cair em golpes.

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Enquanto isso, aproveite para ver as promoções de Black Friday do KaBuM!.