O Dia Internacional do Gamer é certamente motivo de muita gameplay alegria e festividade nesta segunda-feira (29). Mas é também uma deixa para um pingo de cautela, uma vez que a comunidade de jogadores mostra-se cada vez mais presente na mira dos cibercriminosos.

Pelo menos é isso que sugere uma recente pesquisa da Eset, companhia especializada em detecção proativa de ameaças. Empenhada em analisar incidentes de segurança cibernética no meio gamer e a percepção da comunidade sobre riscos existentes, a empresa realizou uma pesquisa com cerca de 1.150 jogadores.

E os resultados não foram nada animadores.

Gamers na mira de cibercriminosos

De acordo com as respostas compiladas, um em cada três participantes recebeu alguma tentativa de golpe por meio de uma plataforma de jogos — geralmente por meio de contatos no game ou via Discord. Para piorar a situação, 30% dos jogadores revelaram infecções por downloads em sites não oficiais.

Gamer

Imagem: Axville/Unsplash

Outro dado interessante é que quase metade dos gamers respondentes consideram que jogar não é uma atividade arriscada para a segurança da informação. Mas isso pode estar atrelado ao fato de mais de 40% considerarem importante manter o equipamento protegido, desde que isso não afete a experiência.

Alta visibilidade também traz riscos

Observar o aumento de golpes no meio gamer, no entanto, não é lá grande surpresa. O segmento vem crescendo fervorosamente nos últimos anos e ganhou novo fôlego durante a pandemia de Covid-19, uma vez que os momentos de lazer foram restritos a “eventos” dentro de casa.

Como consequência, relatórios registraram um crescimento significativo de ciberataques a empresas de games desde 2020. No último ano, por exemplo, ataques contra o setor duplicaram. Ameaças direcionadas a roubos de contas também dobraram.

A lógica é relativamente simples: se a comunidade gamer está crescendo, o ramo de videogames naturalmente passará a ser mais visado pelos cibercriminosos. E neste sentido, a Eset acredita que o crescimento de jogos play-to-earn contribuiu (e muito) para o aumento de ameaças.

Axie Infinity Origin

Imagem: Divulgação/Sky Mavis

Segundo a companhia, foram 2.000% de participantes a mais nessa modalidade durante os três primeiros meses de 2022. O problema é que além dessa alta, esse tipo de jogo oferece formas de lucro por meio de ativos blockchain, como NFTs ou criptomoedas.

Logo, foi questão de tempo até que sites de phishing que roubam carteiras de criptomoedas, campanhas maliciosas, além de aplicativos falsos e golpes adentrassem o meio.

“Esse crescimento e expansão atrai cada vez mais cibercriminosos, incluindo grupos sofisticados como Lazarus, que roubaram cerca de US$ 625 milhões em criptomoedas do Axie Infinity. Tudo isso mostra o quanto é importante para a comunidade gamer adquirir hábitos seguros ao jogar e isso é algo que deve ser construído, pois infelizmente a atividade dos cibercriminosos continuará sendo uma constante”, pontuou Camilo Gutiérrez Amaya, chefe do Laboratório de Pesquisa da Eset América Latina.

Como se proteger de golpes em jogos

Diante do cenário, a Eset listou algumas medidas que podem dificultar a ação dos cibercriminosos. É certo que existem diversos métodos utilizados pelos atores, mas aumentar a camada de proteção pode ser feita com simples passos como:

  • manter os sistemas/jogos atualizados para a versão mais recente;
  • ter uma solução de segurança instalada no dispositivo;
  • usar uma senha forte;
  • e implementar a autenticação de dois fatores (2FA).

Outras práticas também podem ser consideradas, como desconfiar de links oriundos de páginas não oficiais de jogos, evitar propostas “imperdíveis” envolvendo títulos play-to-earn ou mesmo arquivos/endereços de web enviados no chat dos jogos por algum desconhecido.

Comemorar o Dia Internacional do Gamer é mais que válido, mas se precaver contra ameaças no mundo de videogames também é necessário. Do contrário, a diversão pode se transformar em um verdadeiro pesadelo. E de forma mais rápida que um round no CS:GO.

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