Por ser uma plataforma aberta, o Android traz muito mais facilidade ao instalar um app em comparação com o iOS. O problema é que essa “brecha” torna o sistema operacional do Google muito mais atraente para os cibercriminosos em comparação com o iOS, de acordo com especialistas de segurança cibernética.

Os dados não deixam mentir: um relatório divulgado pela companhia de segurança da informação Eset mostra como os diferentes tipos de ameaças contra o Android cresceram no segundo trimestre deste ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 32,6%.

Principais ameaças contra dispositivos Android reportadas no segundo trimestre de 2021

Principais ameaças contra o Android reportadas no segundo trimestre de 2021. Divulgação: Eset

O malware de Android banking, por exemplo, cresceu 49%. Aumentos ainda maiores são vistos nas categorias Spyware e Adware, com altas de 71% e 63%, respectivamente. Já as ameaças Clickers (26,9%), HiddenApps (11,3%) e Trojans SMS (3,8%) que estavam diminuindo, voltaram a crescer.

Vale lembrar que um novo malware conhecido como GriftHorse foi espalhado recentemente por meio de 200 aplicativos maliciosos alocados na Google Play Store. O resultado? Mais de 10 milhões de usuários Android afetados em mais de 70 países, resultando em dezenas de milhões de dólares roubados das vítimas.

Ainda segundo o relatório, Brasil, Rússia e Argentina foram os mais afetados por este aumento de ameaças contra dispositivos com o sistema operacional do Google — devido ao número de usuários Android nos países e aos seus tamanhos territoriais. México, Ucrânia, Turquia, Peru e Eslováquia seguem na cola.

iOS é menos vulnerável que Android

Claro, isso não quer dizer que o sistema operacional da Apple seja imune a estes ataques. Mas como o iOS é um ecossistema fechado, a empresa da maçã tem controle total sobre o SO e sobre os apps que podem ser instalados. Logo, os ataques a estes dispositivos são mais específicos do que os vistos no Android.

“Uma diferença notável: a maioria dos casos em que o iOS foi visado envolveram ataques de alto perfil visando ataques de zero-days ou ataques de zero-click”, afirmou Ondrej Kubovič, especialista em conscientização de segurança da Eset.

“Com base nisso, poderíamos dizer que o Android é mais interessante para o criminoso cibernético ‘médio’ como meio de ganhar dinheiro, enquanto o iOS está tipicamente na mira de grupos sofisticados, estados nacionais e/ou empresas de spyware, visado para objetivos muito específicos contra usuários”, completou.

Sistema operacional iOS da Apple

Relatório aponta que ecossistema fechado da Apple torna iOS um sistema mais seguro. Foto: William Hook/Unsplash

Apesar disso, o relatório chegou a abordar, de maneira superficial, as explorações realizadas em dispositivos iOS com jailbreak. As falhas de vulnerabilidade podem não ser tão graves como os casos de malware vistos no sistema operacional do Google, mas podem usar iPhones para roubar dinheiros das vítimas.

Ainda assim, a Apple afirmou que o Android tem 47 vezes mais malwares do que o iOS.

Google se movimenta

A boa notícia é que os pesquisadores apontaram algumas mudanças programadas para a nova versão do SO do Google que podem auxiliar na identificação dessas ameaças. “A nova iteração do Android 12 promete fornecer aos usuários mais controle e transparência sobre como seus dados estão sendo tratados”, disse o relatório.

O recurso “Painel de Privacidade” fornecerá uma visão geral clara e simples dos acessos de aplicativos à localização do dispositivo, ao microfone e à câmera nas últimas 24 horas. Isso tornará mais fácil a identificação de qualquer app suspeito dentro do dispositivo da vítima.

Mas fato é que novas medidas precisarão ser anunciadas para mitigar as ameaças nestes dispositivos. Os ataques cresceram desenfreadamente durante a pandemia de coronavírus e, se nada mais for feito, a tendência é de que mais casos sigam em alta nos próximos anos.

Fonte: TechSpot

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