The Legend of Zelda: Majora’s Mask é um dos jogos mais sombrios da franquia: repleto de temáticas maduras e retratações distorcidas sobre a vida. O game é também cheio de detalhes que o enriquecem e o tornam único. Porém, por trás de seu desenvolvimento, infelizmente está uma triste e problemática história de “crunch”.

Caso você não saiba, “crunch” é o nome dado a uma prática comum e bastante nociva na indústria de videogames, em que os times de desenvolvimento enfrentam rotinas de trabalho exaustivas, muitas vezes acumulando horas extras não remuneradas e passando noites em claro para conseguir finalizar um jogo dentro do prazo.

O desenvolvimento de Majora’s Mask, infelizmente, não escapou dessa cultura abusiva. A sequência de Ocarina of Time foi produzida e finalizada em menos de dois anos, um período considerado extremamente curto para um jogo – ainda mais um que faz parte da franquia The Legend of Zelda, cujo escopo é grande.

E conforme descoberto pelo DidYouKnowGaming, canal de YouTube conhecido por seus vídeos recheados de curiosidades sobre jogos, os desenvolvedores de Majora’s Mask contaram um pouco de suas infelizes experiências com crunch por meio dos personagens não-jogáveis (NPCs) do game. As informações foram extraídas de revistas japonesas.

Como os devs se expressaram por meio dos NPCs de Zelda: Majora’s Mask?

Em uma publicação, Shigeru Miyamoto, o criador da franquia Zelda, registra que “muita gente acabou fazendo hora extra devido ao grande volume de trabalho que tinha que ser feito”. Ele complementa afirmando que “foi um ano difícil”, mas que “qualquer coisa era aceitável, desde que Majora’s Mask fosse finalizado”.

Também é relatado que o diretor Eiji Aonuma passou pelo menos uma noite inteira trabalhando no game. Mas é o roteirista Mitsuhiro Takano que revela sobre a forma que os NPCs eram utilizados pela equipe de desenvolvimento, para extravasar a pressão e exaustão.

“Colocamos nossos sentimentos nas falas dos residentes de Termina, informa Takano. “Quando o trabalho estava ficando atrasado, por exemplo, escrevemos que um carpinteiro diz: ‘Droga! Vou ter que ficar acordado de novo… Será que vou terminar isso?’ e ‘Droga! Acho que vou ficar acordado de novo esta noite… Será que vai ficar pronto a tempo?’”.

“Outro exemplo que escrevi foi quando nosso trabalho estava interferindo na vida doméstica, e o prefeito diz: “Não conte à minha esposa’”, continua Takano. “Depois que concluímos o desenvolvimento, inclui o vendedor de máscaras dizendo: ‘Você se deparou com um destino terrível, não é mesmo?’”.

Majora’s Mask foi lançado originalmente para Nintendo 64 no ano 2000. Atualmente, é possível jogá-lo por meio do plano de assinatura Nintendo Switch Online + Expansion Pack, do Nintendo Switch. O game se passa no mundo místico de Termina, onde Link deve resolver urgentemente o mistério da Lua, salvar o mundo da destruição e encontrar o caminho de volta para a pacífica terra de Hyrule dentro do período de três dias. Para tanto, é possível usar o poder da ocarina para manipular o tempo, mas também será necessário resolver quebra-cabeças e se aventurar em masmorras incomuns.

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