Um programa de variedades do Japão contou com uma convidada bastante especial. Em uma edição recente, os apresentadores do Downtown DX conversaram com Kizuna AI, uma youtuber virtual. Trata-se de um personagem controlado por inteligência artificial.

Lançada em 2016, Kizuna foi a primeira “VTuber” do YouTube – significa que estamos diante de uma celebridade totalmente digital, não um avatar de pessoa real, mas totalmente animado e autônomo.

Desde então, a youtuber chamou a atenção de muita gente, chegando a estrelar uma coleção para a empresa de moda Valentino e uma capa de revista japonesa. Além disso, o próprio YouTube e o TikTok foram palcos de concertos ao vivo.

Kazuna AI

Foto: Divulgação

O sucesso foi tanto que, durante a celebração de seu quinto aniversário, ela se apresentou com uma banda ao vivo no espaço Zepp Haneda, em Tóquio. Os ingressos da primeira fila custavam US$ 150 cada. E a renda de Kizuna não se restringe apenas a essas apresentações.

Personagens fictícios, dinheiro real

Em agosto do ano passado, o Playboard, um agregador de estatísticas financeiras do YouTube, relatou que sete dos dez maiores ganhadores de Super Chat dentro da plataforma eram youtubers virtuais japoneses.

Kiryu Coco, que lidera a lista, arrecadou US$ 800 mil, sendo US$ 100 mil em apenas uma semana. Em um ano e meio, o canal de Coco acumulou mais de US$ 2 milhões em Super Chat. Com tantos modelos de negócios na cultura pop japonesa, o potencial dos VTubers é muito grande.

Kiryu Coco

Foto: Divulgação

Em um ano sem shows presenciais, as pessoas encontraram uma forma de entretenimento virtual. Estima-se que, até outubro do ano passado, a popularidade dos youtubers virtuais subiu para 1,5 bilhão de visualizações por mês.

Explicação para a popularidade dos youtubers

“Parte da explosão do VTubing pode ser atribuída à tecnologia finalmente evoluindo para que os espectadores sintam que estão interagindo com um personagem de anime real”, disse Justin Ignacio, cofundadora da VShojo, agência de talentos para VTubers com sede nos Estados Unidos.

Outra questão é que a maioria dos youtubers virtuais é uma extensão da cultura de ídolos do Japão – jovens artistas preparados para incorporar um ideal predefinido de “pureza” por meio de uma bela aparência.

No entanto, esses ídolos são pessoas, que, por mais que sigam as regras das agências, cometem erros e podem trazer problemas para seus agentes. No caso dos youtubers virtuais, isso não acontece, já que são controlados a todo o momento. Portanto, podem representar o futuro do entretenimento.

Via: Rest of World

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