Devagar, mas sempre crescendo, o mercado de táxi aéreo vem tomando proporções sólidas nos Estados Unidos. Recentemente, uma das empresas mais proeminentes do setor – a Joby Aviation – conduziu seu primeiro teste de eVTOL (ou “Veículo Elétrico de Decolagem e Pouso Vertical”, na tradução da sigla em inglês) nos céus de Nova York, demonstrando uma potencial rota de tráfego para o serviço, seja lá quando ele fizer sua estreia.

A empresa já vinha conquistando diversos avanços no setor de táxi aéreo, produzindo unidades a partir de sua fábrica na Califórnia, após obter, no ano passado, uma certificação junto a Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA quase ao mesmo tempo em que assinou um contrato de fornecimento de veículos do tipo para a Força Aérea, avaliado em US$ 131 milhões (R$ 640,41 milhões).

Táxi aéreo sobrevoa Nova York em primeiro vôo teste da Joby Aviation
Táxi aéreo sobrevoa Nova York em primeiro vôo teste da Joby Aviation
Táxi aéreo sobrevoa Nova York em primeiro vôo teste da Joby Aviation

O vôo foi realizado no último dia 12, com a presença do prefeito da cidade, Eric Adams; e o CEO da Joby, JoeBen Bivert, que mencionou a parceria de sua empresa com a Delta Airlines:

“Ao eletrificar um dos mais famosos helipontos do mundo, Nova York demonstra sua liderança global na adoção do táxi aéreo elétrico. Estamos muito gratos pelo apoio da cidade, e honrados por trabalharmos com parceiros como a Delta para levar nosso serviço de táxi aéreo para este mercado. Nosso plano é o de criar um campo silencioso, livre de emissões e de ótimo custo-benefício para os habitantes da cidade, ao mesmo tempo em que reduzimos o impacto sonoro causado pelo barulho dos helicópteros.” – JoeBen Bivert, CEO da Joby Aviation

Táxi aéreo via eVTOL é um setor de alto potencial

Segundo pesquisas de sites como Statista e Markets and Markets, o campo de veículos elétricos aéreos tem um potencial bastante notável de crescimento. Em 2025 a indústria deve gerar faturamento de US$ 1 bilhão (R$ 4,89 bilhões) globalmente, com 500 unidades de eVTOLs produzidas entre várias empresas.

Entretanto, na década seguinte, já em 2030, esses números sobem exponencialmente, com expectativa de faturamento de US$ 23,4 bilhões (R$ 114,48, bilhões) com 15 mil unidades em trânsito.

O aumento desses números se dá pela crescente adoção de veículos elétricos em todos os terrenos: segundo pesquisa do Laboratório Nacional de Argonne, em 2011, o setor automotivo contava com 55 mil carros movidos a bateria de íon-lítio ao redor do mundo. Em 2021 – apenas 10 anos depois – esse volume saltou para algo perto de 7 milhões de carros.

Com os carros elétricos tornando-se um lugar comum na sociedade, era de se esperar que o próximo passo da indústria fosse o ar: uma das grandes reclamações sobre veículos atuais – como helicópteros – é a geração de som alta demais, ao ponto de ser nociva para a audição humana.

Segundo dados recentes da Universidade de Purdue, o simples pouso de um helicóptero a 30 metros de altura chega à marca de 100 decibéis. O corpo humano tem um “teto” de 70 decibéis, então qualquer número acima disso pode causar danos permanentes em caso de exposições prolongadas ou recorrentes. Em suma: viaje demais com um helicóptero, e você pode ficar surdo.

Entram os eVTOLs, que ao longo de uma viagem a 600 metros de altura – mas incluindo a decolagem e pouso – raramente passam de 45 decibéis.

Há também a questão energética: helicópteros são alimentados pelo mesmo combustível de jatos, feitos com base em óleo e nocivos ao meio ambiente. Já a natureza elétrica dos eVTOLs promete diminuir esse impacto, aliviando o consumo de combustíveis fósseis e a poluição.

Ainda não há uma previsão para que o setor de táxi aéreo se torne uma indústria devidamente posicionada – até o momento, o que existem são testes de várias durações, análises e contextos, mas nenhum “serviço” definitivo e recorrente.

No Brasil, no entanto, há alguns anos, falava-se de uma parceria entre a Gol e a irlandesa Aviolon, que traria o serviço de táxi aéreo popular para São Paulo. Essa parceria, no entanto, ainda não rendeu frutos.

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