A aquisição da Activision pela Microsoft não deve ser aprovada, diz a Sony, pois ela fará com as IPs da empresa o mesmo que pensa fazer com Elder Scrolls 6, ou seja, tornar as marcas franquias exclusivas do Xbox. Segundo a japonesa, o histórico da Microsoft é prova de que ela não cumprirá qualquer acordo multiplataforma.

A afirmação veio em documentação com pareceres judiciais da japonesa, enviados à Autoridade de Concorrências e Mercado (CMA) do Reino Unido – atualmente, o órgão regulatório britânico é um dos que vêm “empacando” o acordo entre Microsoft e Activision – o maior da história dos videogames, avaliado em quase US$ 70 bilhões (R$ 368 bilhões).

Imagem mostra logotipo de Elder Scrolls 6 em teaser

Imagem: Betheada/Divulgação

Contextualizando: em março de 2021, a Microsoft anunciou a aquisição do ZeniMax Studios, grupo que controla, entre outras empresas, a Bethesda Softworks, que faz jogos como Elder Scrolls e Fallout. Em uma entrevista concedida em novembro daquele mesmo ano, Phil Spencer, chefe global de Xbox, comentou sobre a exclusividade de Starfield para o console norte-americano, e que “via o mesmo acontecendo com ‘Elder Scrolls 6’”.

Vale citar: Starfield, previsto para lançamento em setembro deste ano, estará disponível apenas nos consoles Xbox e no Windows (PC).

“[A] Microsoft é fã do argumento de que, com suas aquisições anteriores, ela não tornou jogos pré-existentes e já lançados em exclusivos do Xbox. Mas a maior preocupação com o fechamento deste caso nunca foi com os jogos anteriores de Call of Duty. É sobre o impacto que a Microsoft terá sobre novos lançamentos de novos Call of Duty (que são lançados uma vez por ano) ao torná-los exclusivos, como ela já fez por novos títulos como Starfield e Elder Scrolls 6 logo após a sua aquisição da ZeniMax em 2021. Como explica a nossa documentação, esses lançamentos foram originalmente anunciados em 2018 e não esperado, naquela época, que fossem exclusivos de Xbox. Foi só depois de comprar a ZeniMax que Phil Spencer revelou que, durante todo o processo, o acordo envolvia ‘entregar grandes jogos exclusivos’ para o Xbox.” – Sony

Há um fundo de verdade aí, considerando que a revelação de Starfield como uma exclusividade do Xbox só veio após a Bethesda revelar o primeiro trailer de jogabilidade do título. Antes disso, nenhuma plataforma havia sido divulgada.

Entretanto, há que se fazer justiça à Microsoft também: embora Phil Spencer tenha declarado que fosse esta a intenção, até agora, não há nenhuma confirmação definitiva de que Elder Scrolls 6 será um produto destinado apenas ao Xbox.

É importante ressaltar, também, que noutra documentação, a Microsoft mencionou “duas exclusividades” vindouras da Bethesda para o Xbox – e é aqui que as coisas ficam interessantes: no final de 2022, a mesma documentação mencionava “três” jogos, sem nomes explícitos.

O número mudou, e agora sabemos quais são pelo menos dois dos jogos referidos: Redfall e Starfield. O terceiro jogo, sempre especulou-se, seria Elder Scrolls 6, mas a redução de números exclusivos na documentação atualizada por parte da Microsoft vem sendo encarada por especialistas como um indício de que a próxima iteração do RPG megalomaníaco da Bethesda pode sim sair para o PlayStation 5, afinal.

Diante disso, a Microsoft se vê em duas opções: matar o argumento da Sony e permitir o lançamento do jogo no PlayStation 5 (e arriscar perder rios de dinheiro com a exclusividade da qual abriria mão) ou forçar a exclusividade que lhe seria direito, reconhecendo o argumento da Sony de que suas promessas não têm tanta validade (e complicando a aquisição da Activision no processo).

Sua vez, Microsoft…

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