Começando a semana com uma nota que vai lhe fazer pensar “mas para que foram inventar isso?”, aquele reality show baseado em Round 6, produzido pela Netflix, vem se provando uma péssima ideia.

Segundo informações relatadas pela Rolling Stone americana, o show, de acordo com alguns de seus participantes, foi amplamente armado para beneficiar uma ou outra pessoa, ao mesmo tempo em que ele todo foi produzido e filmado em condições subumanas, adicionando acusações de crueldade contra a equipe.

Trecho da série Round 6 da Netflix, com uma pessoa vestida com um macacão vermelho, segurando uma arma, e ao fundo uma fila de pessoas de macacão verde

Imagem: Netflix/Divulgação

Em Round 6, o enredo da série coreana é, basicamente, um grupo de pessoas que participa de uma série de jogos incrivelmente mortais, e o vencedor ganha copiosas quantias de dinheiro. O sucesso da série fez a Netflix criar uma versão “vida real” – menos a parte dos participantes morrendo (espera-se).

Eis que a coisa não deu muito certo: pela revista, quatro concorrentes ao prêmio de US$ 4,56 milhões (R$ 23,69 milhões) alegaram condições “inumanas” e ainda mencionaram um “massacre de 38 segundos” que renderam ao reality o apelido “Rigged Game”, em referência a nome de Round 6 em inglês – Squid Game.

De acordo com um participante, a experiência foi “a coisa mais cruel, mais maligna pela qual eu já passei”, e que “[o reality] é uma corrida de cavalos humana, onde nós fomos tratados como equinos no frio e a corrida estava armada”.

Outro participante disse que “todo o tormento e trauma que vivemos não tinha nada a ver com os jogos ou com o rigor deles, mas sim a escala de incompetências de tudo — eles [Netflix] deram um passo maior que as próprias pernas”.

Ninguém detalhou exatamente o que foi o “massacre de 38 segundos”.

Pela ideia original, o reality show baseado em Round 6 conta com 456 participantes – efetivamente, o maior elenco de qualquer produção já feita na história. A filmagem do primeiro episódio fechou na semana passada, e a partir daí começaram os relatos. Ah, não é a primeira ideia do tipo, mas é a primeira sancionada por uma empresa globalizada como a Netflix.

Relatos anteriores – até então tratados como rumor – indicavam que os participantes tiveram que aturar condições como ficarem nove horas trancados em um hangar de aeroporto, no frio; permanerecem completamente imóveis por períodos acima de 30 minutos e, segundo alguns, a visão de médicos correndo ao local dos jogos para atenderem alguém que passou mal ou desmaiou era relativamente comum.

Por uma questão contratual de sigilo imposta pela Netflix, todos os entrevistados pela Rolling Stone falaram em condição de anonimato.

Ao procurar a Netflix, a empresa disse em comunicado que ainda que houvessem instâncias de atendimento médico “no passado”, estas foram para ferimentos menores. A empresa também disse que os relatos sobre condições subumanas e que o jogo estaria armado são “simplesmente inverdades”.

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